terça-feira, 29 de novembro de 2016

Feijões

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Dois discípulos procuraram um mestre para saber a diferença entre conhecimento e sabedoria.

O mestre disse-lhes: “Amanhã, bem cedo, coloquem dentro dos sapatos 20 grãos de feijão, 10 em cada pé. Subam, em seguida, o monte que se encontra junto a esta aldeia, até o ponto mais elevado, com os grãos dentro dos sapatos”. 

No dia seguinte, os jovens discípulos começaram a subir o monte. Lá pela metade, um deles estava padecendo de grande sofrimento: seus pés estavam doridos e ele reclamava muito. O outro subia naturalmente a montanha. 

Quando chegaram ao topo, um estava com o semblante marcado pela dor, o outro sorridente. Então, o que mais sofrera durante a subida perguntou ao colega: “Como você conseguiu realizar a tarefa do mestre com alegria, enquanto para mim foi uma verdadeira tortura?” O companheiro respondeu: “Meu caro colega, ontem à noite cozinhei os 20 grãos de feijão”.

Que não se confunda conhecimento com sabedoria...

Um ajuda a ganhar a vida; o outro constrói-a. Saibamos cozinhar nossos feijões!

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

道 究 限 無

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Certa vez resolvi perguntar a Ōnaga Ryōichi Sensei (翁長良一 先生) o que era aquele quadro por cima do altar onde estava o Busāganashī, no seu primeiro Dōjō em Vistalegre, Múrcia. 

Após a pergunta,  a resposta:

–  Shodō! - respondeu-me ele.

– Como? - perguntei eu - Se estão lá quatro ideogramas e Shodō só possui dois?

– Shodō, é uma Arte, significa "O caminho da escrita". A Arte da caligrafia japonesa. O que tu queres é saber o significado do que está escrito no quadro... foi-me oferecido por um amigo meu, Mestre em Shodō...  

– Sim, é isso Sensei...

– O caminho é infinito… o que lá está escrito é Mugen-kyūdō (pronuncia-se mais ou menos como Munhenkudô) e significa “A via da pesquisa não tem limites". Por muito que treines, por muito que estudes ou pesquises, nunca encontrarás um fim… terás sempre algo mais que procurar!

Tinha eu 25 anos e era apenas um cinto verde com uma lista (4º kyū)



No próximo mês contabilizar-se-ão 35 anos após essa primeira deslocação a Múrcia. E lá estarei, para comemorar não só com Ōnaga Ryōichi Sensei mas também com todos os meus companheiros da OGKK España que tão bem me têm recebido ao longo destes anos em Múrcia - Pepe, Paco Orenes, Jesus, Javier, Pedro, Paco Rojico, Julian, Guerrero, José Carlos, Carlos Garcia, Carmen, Inmaculada, y muchos más. 




Quanto ao quadro, esse lá continua, no dōjō actual... 

Perguntam-me de onde sou e não sei! Nasci em Luanda, Angola, vim para Portugal para perto de Viseu e acabei por me radicar entre Lisboa e Sintra. Mas de uma coisa tenho a certeza: Múrcia é a minha segunda cidade.

Quanto ao caminho... cá continuamos caminhando!