sábado, 14 de agosto de 2010

Desafio... de férias!

Finalmente vou ter a oportunidade de ter duas semanas de repouso... mental e corporal.

Mas quero deixar-vos aqui um desafio, que se irá estender até ao dia 5 de Setembro, visto muitos também se encontrarem a gozar o seu merecido repouso. Respondam só através do comentário a este post - só serão aceites respostas identificadas - indicando no final o vosso e-mail para vos poder contactar posteriormente. A todos os que acertarem, terei o prazer de oferecer um exemplar do livro "Da Ética Desportiva às Perversidades no Desporto". E se já o tiverem, ao acertarem poderão ter a possibilidade de o oferecerem a algum amigo...

Ora aqui vai o desafio!

Há aqui três afirmações verdadeiras.

No Karaté existem 4 estilos principais.

As origens do Karaté situam-se na Índia.

O termo Karate-Do foi formalizado em 1936.

Chojun Miyagi foi o fundador do Shito-Ryu.

Kihon, Kata e Kumite são os principais elementos do Karaté.

A única coisa que terão de fazer é transcrever as três frases para o comentário... e continuação de boas férias! Ou boas férias também para os que só vão agora...
(P. S. - modéstia à parte, claro que o livro terá dedicatória e será autografado!!!)

Final do Curso de Zen Shiatsu

Terminou hoje o Curso de Zen Shiatsu ministrado pelo Sensei Soichiro Matsumoto, licenciado pela Federação Japonesa de Shiatsu, e reponsável pela Nipon Spa, o qual se desenrolou no Hombu Dojo da PGKS, com início a 22 de Maio.

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O dia foi dedicado à avaliação dos formandos, a qual foi feita individualmente, tendo sido o Sensei Matsumoto coadjuvado pelo Terapeuta José Cardoso.
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O grupo de trabalho liderado pelo Sensei Matsumoto e auxiliado
pelos terapeutas José Cardoso e Leonardo Pereira.
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O ensino do Sensei Matsumoto...

A prática dos alunos...

... e o jantar de confraternização, com todos os formandos, durante o qual a PGKS teve a oportunidade de presentear o Sensei Matsumoto com um Diploma de Agradecimento em nome da Associação...






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Domo Arigato Gozaimashita...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Desporto, competição, vitória... e derrota!

O post anterior levou-me a uma reflexão sobre a competição, a vitória e a derrota... ou talvez até sobre as diferenças entre o antigamente e o agora das mesmas, até porque já antes de Lavoisier (nada se cria, nada se perde, tudo se transforma!) Camões havia dito que o mundo efeito de mudanças tomando sempre novas qualidades.

O Prof. Dr. Olímpio Bento afirmava no jornal «A Bola», no dia 24 de Maio de 2007, que vencer é um modo de desaprender, quando passam despercebidas as circunstâncias em que o triunfo é obtido. Este transforma-se assim num meio de encomendar uma sucessão de derrotas.

E essas circunstâncias podem ser muitas e variadas... principalmente se se encarar a vitória como um fim e não como um meio de atingir algo! Tal como a sucessão de derrotas pode determinar várias e diferentes formas de derrota (consequências!).


As vitórias, tanto no desporto como na vida, são importantes. E tornam-se de tal modo importantes quanto importante é a sua antítese, já que, como também existem as derrotas, são estas que tornam a vitória importante (La Palisse, não?).

Na minha Dissertação de Mestrado (Inocentes, 2002), já eu abordava a complexidade da vitória. De lá transcrevo os quatro parágrafos que se seguem.

«Novos comportamentos confrontam-se com os valores morais e éticos em que assenta toda uma cultura, e a degradação dos valores instituídos origina comportamentos diferentes dos normalmente aceites pela sociedade. De um processo de interacção, onde se analisam as intervenções e reacções, adquirem-se as informações necessárias para se conhecer o que influencia a modificação do comportamento e a interacção que se estabelece no decorrer de um processo de modificação do comportamento pertence ao âmbito pedagógico (Sarmento, 1991).

E, no domínio educativo, o jogo e o desporto, mesmo na sua dimensão da competição desportiva, são excelentes meios de entendimento comportamental… desde que não esqueçamos que a pedagogia também estuda a relação educativa na base da compreensão dos interlocutores (relações humanas)” (Sarmento, id.), até porque, e em relação ao tentar alcançar a vitória durante o jogo, num âmbito comportamental, ganhar deverá ser definido “como sendo o melhor que se pode ser, independentemente do que o adversário (oponente) é capaz de conseguir” (Sarmento, 1992).

Professores e treinadores terão de fazer com que os praticantes sintam que a vitória é somente uma parte do prazer de jogar, porque a vitória em si mesma, após estar consumada, deixa de ter significado (Bento, 1995).

Terão de fazer com que um bom resultado competitivo seja aquele que comprove, pela positiva, o empenhamento máximo dos competidores, traduzindo uma superação qualitativa em relação à prestação que está ao alcance dos praticantes desportivos (Teotónio Lima, 2000), pois ganhar não é tudo nem a única coisa e perder não constitui obrigatoriamente um fracasso (Coelho, 1988).»

Logo, a vitória é um momento, é fugaz... a sua existência está no caminho e não no final.

Estando o desporto ligado à competição, esta permite que o indivíduo se auto-avalie e confirme (ou não!) se teve sucesso mediante os seus progressos (auto-emulação) ou se avalie comparativamente em relação aos outros ou em relação a um instrumento de medida (hetero-emulação). Muitas vezes essa avaliação só é feita através da vitória, mas há outros meios formativos. Por isso mesmo, Teotónio Lima (1980) dizia que a competição poderia representar um operador pedagógico.

Mas não uma competição ou uma vitória por qualquer meio ou a qualquer preço...

Ora, a profissionalização do desporto mostra-nos também a passagem da vitória como um meio para a vitória como um fim, não tendo esta última o mesmo sentido nem o mesmo preço que a primeira, já que da vitória sobre si mesmo (tradicional no sucesso, na superação individual) se passou para a vitória sobre o outro (típica da competição, do rendimento, do espectáculo).

No desporto procura-se sempre o melhor resultado e este é, claro, a vitória”, diz-nos Paula Brito (2007).

Ninguém compete para perder (Sarmento, 2004) e quando o que está em causa é a vitória temos de reconhecer que o espírito desportivo actual não pode ser o mesmo de antigamente.

Apesar de ainda continuar arreigado entre nós o mito do fair play, Bento (2004) pergunta-nos se poderá ele “ser hoje o princípio moral mais importante do desporto quando o não é da sociedade?”. Hoje, a resposta provável será negativa.

Temos andado a criar falsas ilusões em relação ao desporto com as crianças quando nos debruçamos sobre a competição dando relevo ao «o que interessa é participar!». Araújo (2006) interroga-nos: “ganhar ou perder é igual?” E o mesmo Araújo (id.) responde-nos: “É óbvio que não!”.

Nada mais falso do que o «ganhar ou perder, tudo é desporto», pois na competição, mais do que o esforço para atingir a vitória, mais do que o superar os obstáculos, o que de facto interessa é, de facto, essa vitória – mas vitória só com o cumprimento total das regras, que são iguais para todos, com o respeito pelo adversário, pelos juízes e pela verdade desportiva. Olímpio Bento (2007) pergunta-nos: “Não sabe melhor ganhar do que perder?!”.

Em vez de continuarmos a tentar ensinar as crianças e jovens a saberem perder talvez seja mais importante começarmos a ensiná-las a ganhar. Como refere Sarmento (2004), “de facto, «ganhar não é tudo», mas concordemos que é agradável, e que ninguém trabalha (no desporto como na vida social) para perder. Então o problema está no tipo de vitória, ou seja, o que temos para ganhar, quando praticar desporto é não perder”. Quando as crianças e jovens souberem ganhar, então também saberão perder quando confrontadas com essa situação.

Mas mais uma vez, nem saber ganhar nem saber perder por qualquer meio ou a qualquer preço...



ARAÚJO, Jorge, 2006, “Excelência, um compromisso emocional”, Horizonte, Lisboa, Vol. XXI, n.º 125, Set./Out., pp. 19-26.
BENTO, Jorge Olímpio, 2007, “Em Defesa do Desporto”, in Bento, J. O. & Constantino, J. M., (Coords.), “Em Defesa do Desporto – Mutações e Valores em Conflito”, pp. 9-55, Coimbra, Almedina.
BENTO, Jorge Olímpio, 2004, “Desporto – Discurso e Substância”, Porto, Campo das Letras.
BENTO, Jorge Olímpio, 1995, “O Outro Lado do Desporto”, Porto, Campo das Letras.
COELHO, Olímpio, 1988, “Pedagogia do Desporto – Contributos para uma Compreensão do Desporto Juvenil”, Lisboa, Livros Horizonte.
INOCENTES, Armando, 2002, “A Violência na Prática Desportiva Infanto-Juvenil”, Dissertação de Mestrado, FMH-UTL, doc. não publicado.
SARMENTO, Pedro, 2004, “Pedagogia do Desporto e Observação”, Cruz Quebrada, FMH-UTL.
SARMENTO, Pedro, 1992, “Pedagogia do desporto – aspectos da formação do treinador”, Horizonte, Vol. VIII, n.º 50, Jul./Ago. 92, Lisboa, Livros Horizonte, pp. 67-70.
SARMENTO, Pedro, 1991, “Reflexões sobre a pedagogia do desporto”, Horizonte, Vol. VII, n.º 45, Out./Nov. 91, Lisboa, Livros Horizonte, pp. 92-97.
TEOTÓNIO LIMA, 2000, “Saber Treinar, Aprende-se!”, Lisboa, Centro de Estudos e Formação Desportiva, Ministério da Juventude e do Desporto.
TEOTÓNIO LIMA, 1980, “Alcance Educativo da Competição”, in Barreto, H., “Da Actividade Lúdica à Formação Desportiva”, ISEF-UTL, Cruz Quebrada, pp. 77-103.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ao ponto a que chegámos!...

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Notícia de ontem, mas com destaque nas edições de hoje do Jornal de Notícias e do Correio da Manhã.

Na Finlândia, realiza-se um Campeonato Mundial de Sauna desde 1999.
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Agora aconteceu o inimaginável e a tragédia ocorreu!
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Este ano o campeonato acabou mal depois de um russo, finalista da competição, ter morrido enquanto o outro finalista, um filandês, teve de ser hospitalizado.

A página 23 do Diário de Notícias, acima reproduzida, mostra na foto (Sari Gustafsson - AP) o russo Vladimir Ladyzhensky que sofreu queimaduras fatais, enquanto na foto ao lado (Mauri Ratilainen - EPP) o Correio da Manhã, na página 31, apresenta o finlandês Timo Kaukonen, pentacampeão do mundo, a ser socorrido, após ter desmaiado ao fim de seis minutos, tempo durante o qual ambos se encontraram submetidos a uma temperatura de 110 graus centígrados.
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No ano passado, o finlandês sagrou-se campeão pela 5ª vez ao manter-se na sauna durante 3 minutos e 46 segundos...
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De salientar que nesta edição do Campeonato participaram 135 pessoas de 15 países...
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O Homem, na sua ânsia de se medir com tudo e com todos acaba por provocar situações destas, estando muitas vezes por detrás das mesmas avultadas quantias de dinheiro...
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Por outro lado, a vontade de criar, de diversificar, leva o Homem a cair no ridículo...
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A competição deveria ser um meio (e não um fim) saudável para a prática do desporto!
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Apesar desde Campeonato já levar 12 edições - tendo sido declarado o seu cancelamento definitivo após estas ocorrências - só agora tivemos conhecimento da sua existêncis e pelas piores razões. Mas sabemos que existem campeonatos de lançamento de telemóveis, hóquei praticado em piscinas debaixo de água, golfe em superfícies de gelo no Pólo Norte, kayak pólo (pólo aquático jogado em canoas), futebol americano jogado por senhoras em lingerie e muitas mais modalidades "exóticas", quando também já se disputam campeonatos mundiais de futebol robóticos (que saudades dos matraquilhos!)...
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Ao ponto a que chegámos!...

sábado, 7 de agosto de 2010

Curso de Zen Shiatsu

No próximo sábado chegará ao fim o Curso de Zen Shiatsu levado a cabo no Hombu Dojo da PGKS, o qual foi dirigido pelo Sensei Soichiro Matsumoto da Nipon Spa, e que teve a duração de 48 horas, tendo sido frequentado por 12 alunos.

O Shiatsu é um método de massagem japonesa de origem milenar. No início do século passado século foi resgatado pelo Sensei Mitsuo Matsunaga, que o introduziu no mundo. O Shiatsu actua através da pressão com os dedos e com a mão sobre os canais e os pontos de acupuntura.

Ao aperfeiçoar e introduzir técnicas não dolorosas no Shiatsu, o Sensei Matsunaga fez nascer o Zen Shiatsu, também conhecido como Shiatsu sem dor.

O Shiatsu trabalha pressionando os meridianos com os polegares e o Zen Shiatsu trabalha muito mais com as palmas das mãos. As pressões são largas, abertas e mais suaves. O Zen Shiatsu trabalha os meridianos (tonificando ou sedando) e ao mesmo tempo faz um grande trabalho de alongamento da musculatura referente à área do meridiano, trazendo sensação de bem-estar e relaxamento.
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Enquanto o Shiatsu trabalha com as duas mãos simultaneamente, o Zen Shiatsu trabalha com uma mão de apoio em contacto directo com o paciente e exercendo uma tonificação, enquanto a outra mão age sobre os meridianos e pontos dissolvendo bloqueios e estagnações de energia.
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O Zen Shiatsu é restaurador, sendo a ideia básica a de restaurar o funcionamento orgânico e não a de tratar sintomas.
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No entanto, através do Zen Shiatsu equilibra-se o sistema energético do corpo, e cria-se uma sensação de energia e bem-estar, "enfraquecendo" os sintomas presentes. Deste modo, os sintomas são atingidos indirectamente.
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Uma das principais indicações do Zen Shiatsu é a diminuição da tensão física e mental.
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A todos aqueles que frequentaram este Curso e que irão ser examinados no próximo dia 14, desejamos os melhores êxitos, esperando que promovam posteriormente os conhecimentos aqui adquiridos.



terça-feira, 3 de agosto de 2010

Haverá indícios?...

A holandesa Laura Dekker, com apenas 13 anos de idade no ano passado, pretendia dar uma volta ao mundo num veleiro sozinha, para tentar tornar-se na mais jovem pessoa solitária a circum-navegar o nosso planeta por mar, mas a isso foi impedida em Agosto de 2009 pelo tribunal de Utreque, contra a vontade dos pais. Aliás, o pai da criança-jovem chegou a perder sua guarda por decisão da justiça, dado ter sido ele a autorizar a viagem.

(foto: Corne van der Stelt/AP in www.csmonitor.com/World/Global-News)

Já este ano, em Julho, o tribunal de Middleburg considerou que entretanto Laura cumpriu os requisitos para iniciar a travessia, tendo até concluído um curso de primeiros socorros e efectuado várias viagens em veleiro para adquirir maior experiência.

O Conselho de Protecção à Criança da Holanda declarou que não irá recorrer da decisão do tribunal de Middelburg, afirmando o seu porta-voz que o tribunal tinha sido muito claro: “os pais de Laura têm a responsabilidade final sobre a filha. Fizemos tudo o que podíamos". Foi graças à intervenção deste Conselho que se passou mais um ano e apesar de na audiência de 20 de Julho, o mesmo ter pedido aos juízes a prorrogação por mais 12 meses, com o objectivo de tentar impedir esta viagem com dois anos de duração, alegando preocupação quanto ao seu desenvolvimento sócio-afetivo, o tribunal holandês rejeitou o pedido de prolongação da supervisão de Laura Dekker.

Pai e filha deverão partir amanhã, quarta-feira, da Holanda para Portugal, numa viagem à vela que servirá para realizar (segundo fazem constar) os últimos ajustes da sua embarcação.

Com partida de Lisboa, Laura Dekker iniciará então sozinha a sua travessia com o objectivo de completar a volta ao mundo.

Colocam-se aqui várias questões, apesar de se afirmar que 60% das crianças no norte da Holanda sabem manobrar barcos a vela melhor que muitos adultos na condução de um automóvel.

Cabe aqui perguntar o seguinte:

1º - irão as autoridades portuguesas permitir a largada de um barco à vela tripulada por uma criança-jovem de 14 anos para fazer uma travessia sozinha de tal extensão?

2º - que patrocínios, que verbas e que publicidade estão implicadas neste evento?

3º - só porque os pais autorizam a viagem da filha (e provavelmente planearam a mesma em conjunto) deverão ser os únicos responsáveis por ela?

4º - quais os limites de liberdade que devem ser dados aos adolescentes?

5º - haverá indícios (ou existirá mesmo?) no desporto exploração infantil?

6º - no momento em que são anunciados pela primeira vez os Jogos Olímpicos da Juventude – a chama foi acesa numa cerimónia oficial no passado dia 23 de Julho, em Olímpia, na Grécia – que se irão realizar de 14 a 26 deste mês em Singapura e em que irão participar 3600 jovens (a comitiva portuguesa será composta por 19 atletas) não deveremos fazer uma reflexão sobre o papel do desporto na educação dos nossos jovens?

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Dois portugueses, um francês e um inglês...

Admiram-se os meus alunos quando lhes digo que o Karaté, para além de ser praticado, também tem de ser estudado...
E não só o Karaté, mas tudo o que gira ao seu redor!
Assim, proponho-me aqui a aconselhar os interessados a lerem nestas férias alguma destas obras de interesse.

A primeira, embora de 1982, continua actual: "A Manipulação dos Espíritos", de um conjunto de autores sob a direcção de Alexandre Dorzynski e editada pela Assírio e Alvim. Este livro mostra-nos como desde pequenos somos sujeitos a pressões, voluntária ou inconscientemente exercidas que visam fazer-nos pensar (e agir) de um modo diferente do nosso e como somos submissos em relação a quem detém o poder ou a autoridade. Os autores tentam identificar e explicar as principais manipulações a que estamos expostos, pondo em evidência os mecanismos a que os manipuladores recorrem. Excepcional a apresentação da experiência de Stanley Milgram... e da sumissão à autoridade!
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Mas sendo o anterior um livro já antigo, embora actual - diga-se mais uma vez - e provavelmente difícil de encontrar no mercado, apresento uma sugestão alternativa que desenvolve o mesmo tema. Vicente Romano escreveu "A Formação da Mentalidade Submissa" que a Deriva publicou em 2006. Diz o autor que "o pensamento mágico, acrítico, gera uma consciência conformista, submissa. O que significa deixar por mãos alheias a solução dos problemas próprios, situação em que tudo pode ser facilmente manipulado por esses interesses estranhos."

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O terceiro livro, de autoria de Florence Braunstein e editado em 2001 pela L´Harmattan, assenta basicamente em três questões: a primeira assenta no que nós fizémos das artes marciais. Esta questão diz respeito ao modo como fomos do Bujutsu, "técnicas de combate", ao Budo, "a via do combate" e se tornou uma filosofia existencial. Ao impor os nossos ritos, os nossos ritmos, o nosso corpo e as nossas limitações físicas, complexificámos estes levando à sua estetização. Outra consequência é também a sua desportivização excessiva, e ainda mais removê-las de seu propósito original de técnicas de sobrevivência. A segunda refere-se ao que as artes marciais fizeram de nós e nos permitiram enfatizar as consequências de uma verdadeira ideologia da corporeidade e como elas, num mundo em vias de des-simbolização, de um indivíduo a quem a sociedade tem banalizado, delas não têm necessidade e como ele pode reconstruir e estabilizar a identidade graças a elas. Finalmente, o terceiro, leva-nos a questionar as artes marciais como possíveis novas técnicas de New Age de acordo com o conceito de eficiência ocidental, e não mais asiática, alterando assim profundamente o significado mesmo da estratégia e dos seus conceitos iniciais.

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Por último, de Charles Hackney, "Martial Virtues - lessons in wisdom, courage, and compassion from the world's greatest warriors", já editado este ano pela Tuttle Publishing. Aqui uma abordagem sobre de onde são provenientes estas virtudes, se são inerentes às artes marciais ou se podem ser cultivadas e ensinadas. O autor, percorrendo o mundo de Este a Oeste, socorrendo-se de filósofos, guerreiros e civilizações desde a antiga Grécia até aos Samurai e Ninja do Japão, emprega ferramentas da moderna psicologia para examinar o desenvolvimento dos valores marciais.

Leiam, que qualquer um deles vale a pena!...

E nós aqui tão perto... parte dois!

Acabaram ontem os Europeus de Atletismo, em Barcelona.
Comparava eu há dias, Portugal com os nossos vizinhos, que tiveram capacidade, organização (e dinheiro!) para organizar este evento.
Mas vamos aos números:
No Europeu de atletismo de 2006, em Gotemburgo, a Espanha fez-se representar por 78 atletas e Portugal por 28. A Espanha obteve 3 medalhas de ouro, 3 de prata e 5 de bronze. Portugal conquistou 2 medalhas de ouro, 1 de prata e 1 de bronze.
Para Barcelona a Espanha levou mais 10 atletas (total de 88) e Portugal levou mais 14 (total de 42). Proporcionalmente, aumentámos o número de competidores...
Os nossos vizinhos arrecadaram nestes últimos campeonatos 2 medalhas de ouro, 3 de prata e 3 de bronze. Quanto a nós, não vimos o ouro e trouxemos 1 medalha de prata e 3 de bronze...
Agora é só uma questão de contas (e de dinheiro!):
1º - proporcionalmente deveríamos ter levado 31 atletas (e não 42, mas tivémos dinheiro para isso!)...
2º - proporcionalmente deveríamos ter ganho uma medalha de ouro (mas não chegámos lá!)...
3º - nas medalhas de prata somos iguais aos espanhóis comparando as passagens de 3 para uma (mas eles continuam a subir 3 vezes ao segundo lugar do pódio e nós só uma!)...
4º - nas medalhas de bronze somos melhores que os espanhóis: eles de 5 passaram para 3 e nós de 1 passámos a ter tantas como os espanhóis (logo, melhorámos aqui!)...

Afinal, até somos grandes comparados com nuestros hermanos... só não temos é o nível de vida deles!

E que tal fazermos o mesmo exercício em relação ao Karaté?


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