quinta-feira, 31 de março de 2011

Acção de Formação com Pierluigi Aschieri


Notícia retirada do site da FNK-P (http://www.fnkp.pt/):

Exmos. Srs.

A FNK-P vai promover nos dias 20, 21 e 22 de Maio uma Acção de Formação com o Prof. Pierluigi Aschieri Técnico da Federação Mundial de Karate, responsável por vários campeões da Europa e do Mundo em Kata e Kumite, no âmbito EKF e WKF. O Prof. Pierluigi Aschieri desempenha actualmente funções de Director Técnico da FIJLKAM, é Professor na Faculdade de Ciências Motoras da Universidade de Aquilla e membro da Comissão Técnica da WKF. É objectivo desta Federação continuar a consolidar a criação de um “Modelo Inovador e Moderno” para o Karate Nacional proporcionando aos seus Agentes Desportivos novos programas e metodologias de Treino.

Com os melhores cumprimentos,

O Presidente da FNK-P

João Salgado



Só falta saber onde decorrerá a AF, como nos inscreveremos e quanto custará a inscrição.

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terça-feira, 29 de março de 2011

Ética, política, justiça e desporto... e o retrato do nosso país! (III)


O conteúdo dos últimos posts fez-nos regredir quase um ano atrás, até 23 de Abril de 2010, dia em que o semanário «Expresso» dava a conhecer acórdão que absolveu Domingos Névoa. Mais um exemplo neste país...

Mas o que é exemplar sobre este assunto é a crónica de Ricardo Araújo Pereira, na revista VISÃO, nº 895, de 29 Abril 2010, na sua última página, subordinada ao título “Este país não é para corruptos”.

E o autor explora o tema, expondo o seu raciocínio: “(...) Que Portugal é um país livre de corrupção sabe toda a gente que tenha lido a notícia da absolvição de Domingos Névoa. O tribunal deu como provado que o arguido tinha oferecido 200 mil euros para que um titular de cargo político lhe fizesse um favor, mas absolveu-o por considerar que o político não tinha os poderes necessários para responder ao pedido. Ou seja, foi oferecido um suborno, mas a um destinatário inadequado. E, para o tribunal, quem tenta corromper a pessoa errada não é corrupto - é só parvo. A sentença, infelizmente, não esclarece se o raciocínio é válido para outros crimes: se, por exemplo, quem tenta assassinar a pessoa errada não é assassino, mas apenas incompetente; ou se quem tenta assaltar o banco errado não é ladrão, mas sim distraído. Neste último caso a prática de irregularidades é extraordinariamente difícil, uma vez que mesmo quem assalta o banco certo só é ladrão se não for administrador.
O hipotético suborno de Domingos Névoa estava ferido de irregularidade, e por isso não podia aspirar a receber o nobre título de suborno. O que se passou foi, no fundo, uma ilegalidade ilegal. O que, surpreendentemente, é legal. Significa isto que, em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer. É preciso saber fazer as coisas bem feitas e seguir a tramitação apropriada. Não é acto que se pratique à balda, caso contrário o tribunal rejeita as pretensões do candidato. "Tenha paciência", dizem os juízes. "Tente outra vez. Isto não é corrupção que se apresente."

Este é o país que temos!... Este é o retrato do nosso país!... Com ele terminamos esta trilogia.



Nota: negritos da nossa responsabilidade.

Aos Treinadores

Abaixo se transcreve o e-mail recepcionado da FNK-P e de interesse para todos os Treinadores:

De: FNK-P

Data: 28 de Março de 2011 15:18

Assunto: Regime Transitório - Equivalência de Treinadores

Exmos. Srs.


Pelo interesse e oportunidade que se reveste, informa-se que foi recepcionada do IDP a noticia abaixo transcrita:


“A plataforma PRODesporto encontra-se na fase de testes finais, o que não permitiu ainda iniciar o período que o IDP tinha definido (Fevereiro de 2011) para trabalhar com as federações desportivas sobre a sua utilização. Continuam a ser envidados todos os esforços para iniciar muito em breve o período em que, durante 1 ano (regime transitório) após a data de abertura do processo, os treinadores que frequentaram com aprovação os cursos de treinadores efectuados pela respectiva federação (artigo 25º do Decreto-Lei 248-A/2008), possam solicitar a correspondente cédula de treinador. O Instituto do Desporto de Portugal, IP irá garantir a divulgação do início deste período transitório, solicitando a colaboração das várias entidades directa ou indirectamente relacionadas com este processo.”


Com os meus melhores cumprimentos,

O Presidente da FNK-P

João Salgado


Nota: o mesmo conteúdo também se encontra na página da FNK-P em http://www.fnkp.pt/

Ética, política, justiça e desporto... e o retrato do nosso país! (II)


Ricardo Costa, na sua crónica do «Record» citada no penúltimo post, afirma que “o papel fundamental cabe ao denodo e à coragem dos senhores magistrados dos nossos tribunais, sejam os procuradores do Ministério Público, sejam os juízes, em todas as instâncias. Mais do que meros “funcionários” dos tribunais, os magistrados judiciários são agentes da preservação dos valores que as leis difundem. E o “funcionalismo” desprendido da carga ético-preventiva que uma boa decisão veicula tem sido nefasto: os arquivamentos e as absolvições em casos factualmente ricos (ou deficientemente investigados) contribuem para a proliferação das más práticas e o descaminho da noção de “vergonha”. Já basta quando é muito difícil investigar e pouco ou nada se obtém. Isto é, por cada evento de corrupção que se escapa com uma nebulosa argumentação jurídica, muitos outros, pelo exemplo de impunidade, se seguirão. Este é o drama. Extensível à agressão verbal, à violência física e ao dano patrimonial.
Depois, a lei. Quando vemos condenações por corrupção, temos visto que as penas não são cumpridas efetivamente. Para um jurista esta é uma consequência percebida porque admitida pela lei. Mas suspender penas pesadas não é compreensível pelo leigo, que aí vê um “perdão” do “sistema”. É claro que a suspensão da prisão justifica-se em muitos casos concretos. Mas terá de ser feita quase como regra inflexível quando a corrupção (ou crime próximo) merece 3, 4 ou 5 anos de prisão? Enquanto a lei não proporcionar outras soluções que invertam o descrédito, as condenações não terão efeito preventivo e o trabalho judiciário revela-se inglório.
A não ser para os sectários – verdadeiros “inimputáveis” em sede desportiva –, o desporto não pode deixar de contar para os relatórios da corrupção e do tráfico de influências ilegítimo. Não podem ser denunciados no balcão das autarquias ou na inspeção das empresas e “desaparecer” nos bastidores dos estádios e dos pavilhões: o país não conhece fronteiras no assalto à ética e à decência. Esta é a luta futura do nosso desporto. Que merece uma estratégia clara e integrada – entre o Estado (com meios), o Ministério Público (com ação), os juízes (com estudo e combatividade), as federações e as ligas (com exemplo) – num próximo Governo para Portugal: um desporto limpo de violência, de dopagem e de corrupção.

Uma estratégia integrada também com quem ministra o ensino e a prática do desporto aos mais jovens: os treinadores. Veja-se o caso dos nossos vizinhos espanhóis que de 24 a 26 de Março realizaram em Vitória o II Seminário Nacional de Fomento do Desportivismo e Prevenção da Violência no Desporto em idades Escolares. Sim, o segundo...


Nós por cá, todos bem! !...


Nota: negritos da nossa responsabilidade.

Ética, política, justiça e desporto... e o retrato do nosso país! (I)


Ouve-se dizer que é preciso mudar mentalidades, quando afinal o que é preciso é criar novas mentalidades – os velhos do Restelo não conseguem pertencer à geração «à rasca»! – porque hoje já é futuro, ao contrário de antigamente. Ouve-se dizer que os valores estão em crise, quando afinal o que existe é uma mudança de valores – há a necessidade, isso sim, que os novos valores sejam éticos e morais. Ouve-se dizer que há uma crise política quando o que há é o interesse individual acima do colectivo – ética e política entroncam na justiça (Aristóteles). Há legislação desadequada à realidade actual, sendo por isso necessário reformulá-la, tendo em conta a liberdade de cada um e a liberdade do outro, a ética das normas, a ética do cumprimento da lei moral, dos deveres pessoais e sociais (Kant). Decidir e deliberar com respeito incondicional pelas pessoas e com equidade também fazem parte da justiça (Rawls). João Palma*, Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, diz-nos que geram controvérsia as acumulações de serviço pagas à mulher do Ministro da Justiça. E logo a seguir afirma:

Estarei enganado mas, até prova em contrário, nada vislumbro de ilegal. Espere-se pelo fim das investigações, mas para já trata-se do pagamento devido de uma acumulação de serviço igual a tantas outras. O facto de ser a mulher do ministro em nada a pode prejudicar. Como não surpreende a posição contrária da hierarquia do Ministério Público, que amiúde distorce os princípios e a lei em função do que entende serem as necessidades do serviço e a gestão dos recursos, numa espécie de vale tudo. Mas manda a verdade que se diga que muitas outras acumulações, anteriores e contemporâneas desta, estão por pagar! E em casos em que, ao invés deste, o Estado foi condenado por sentenças transitadas em julgado, nalguns casos com execuções pendentes. Independentemente do resultado das investigações é fundamental que o Senhor Ministro da Justiça, antes de sair, regularize esses pagamentos. Terá de o fazer, se quiser honrar o seu passado político. E se, ao sair, não quiser levar consigo um estigma de que dificilmente se libertará no futuro. Está nas suas mãos. O tempo urge.”


Os destinos do desporto também estão nas mãos de alguém... dos dirigentes, dos políticos... e o tempo também urge! Mas este destino estará condenado se não criarmos novas mentalidades, se não lutarmos por valores éticos e morais, se não procurarmos uma justiça desportiva que respeite e que seja respeitada, se não tivermos dirigentes que respeitem a liberdade daqueles que pretendem dirigir (para serem igualmente respeitados) e se o desporto não for gerido com equidade.

Temos no Karaté praticantes que são simultaneamente treinadores e árbitros (logo, há acumulação de funções!), outros treinadores e dirigentes, outros treinadores, árbitros e dirigentes (há algo que se chama conflito de interesses!)... Citando João Palma, estarei enganado, mas, até prova em contrário, nada vislumbro de ilegal. Mas de não-ético sempre vislumbrei!

* http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/opiniao/joao-palma/assim-nao-sr-ministro, 28.03.2011.

domingo, 27 de março de 2011

Indignai-vos! Muitos são os motivos...

Hoje em dia, na sociedade actual, em qualquer cultura, em qualquer país, muitos são os motivos para nos indignarmos. O direito à indignação e à possibilidade de manifestarmos a mesma deveriam ser eleitos como valores actuais. Não era preciso ler o livro de Stéphane Hessel, recentemente editado pela Objectiva, para disso darmos conta!

Um manifesto de um homem de 93 anos dirigido aos mais jovens - até parece que a geração «à rasca» já o começou a «ouvir».

Se o autor nos diz que «a pior das atitudes é a indiferença» (p. 26), eu diria que, pela sua objectividade e pela possibilidade de o observarmos, o pior dos comportamentos é a indiferença.

E a diferença reside na realidade entre os que são indiferentes, os submissos, e aqueles que resistem, que denunciam, que actuam - os que se indignam e manifestam a sua indignação.

Abrindo um parentesis aqui, podemos ler no Correio da Manhã de hoje, na página 20, que Iara, uma menina com seis anos, transplantada com células do cordão umbilical, "sobreviveu à leucemia mas estrou em estado crítico no IPO do Porto, porque o antiviral Forcarnet está em falta em todo o País". Indignai-vos... por vivermos num país (escrevo com minúscula propositadamente!) como este!

Continuando agora sobre o que aqui vos vou deixando, neste blog, muitos têm sido os gritos de indignação. Muitos daqueles que os têm ouvido a eles não têm dado ouvidos e assim manifestam a sua indiferença...

Outros, pelo contrário, quer seja através dos comentários quer seja por e-mail, fazem-me recordar o lema do Liverpool inscrito nas paredes do estádio de Anfield Road - “YOU'LL NEVER WALK ALONE". A esses, a todos vós, o meu muito obrigado!

Para terminar - pois há quem diga que os meus posts são longos de mais - deixo-vos com Ricardo Costa, hoje no «Record», página 2, sobre "corrupção e desporto", a que hei-de voltar mais tarde:

"Chega até nós mais um relatório de uma organização não governamental que atesta que a impunidade da corrupção é promovida pela nossa lei e pelo sistema de aplicação da justiça. Desta feita foi a “Transparência e Integridade, Associação Cívica”, o braço nacional da Transparency International, que o confirmou. Algumas observações que resultam desse relatório: (i) a prescrição de processos não permite a punição dos crimes; (ii) o sistema judicial e os seus intervenientes são facilmente manipulados por arguidos detentores de maior influência política, social ou económica; (iii) não existe um “corpo estadual” com poderes especiais de investigação e prevenção da criminalidade económico-financeira."


Indignai-vos pois! O princípio de Peter e a lei de Murphy continuam irrevogáveis!


Nota: negritos e cor da minha responsabilidade.


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sábado, 26 de março de 2011

Metáforas...

António Simões, no passado dia 22, na sua crónica semanal “Com bola ou talvez não” em «A Bola», na página 47, fala-nos de metáforas... emprego de palavras em sentido figurado, em que a significação natural de uma palavra é substituída por outra, por virtude de relação de semelhança subentendida. Com a autorização do seu autor, transcrevemos integralmente “Metáforas...” parafraseando o seu conteúdo em relação à nossa modalidade, o karaté... porque ela se aplica também e porque para isso também obtivémos a autorização de António Simões!

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Aprendi com Torga a ter grande admiração por aquelas pessoas muito pobres que nunca aparecem sujas nem rotas no meio da rua. (Nem falsas.) Que usam durante o dia, com a maior decência, o único fato que têm e que à noite, mal chegam a casa, o despem, o escovam, o penduram e ficam nuas diante da própria consciência, à espera de o vestir de novo, muito dignos, no dia seguinte. (Pois, eu sei: no karaté às vezes é preciso fugir da imagem bem composta dessa vida no espelho, quebrá-lo, porque a vitória está fora dele no campo ou não – e a candura, a humildade, a ingenuidade não ganham jogos e outros bons sentimentos menos ainda.)
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Aprendi com Dostoievski que há comboios cheios de pensamentos que, vertiginosos, nos atravessam a cabeça a toda a hora – e são um perigo. Porque vão desenfreados atrás do sonho, perdem o sentido, descarrilam. (Pois, eu sei: no karaté é ainda mais preciso abafar o gemido com o devaneio, o dobre a finados com a esperança. Prometer o paraíso sob a forma de um fundo, que venha quente do frio, ou sob a forma de um messias, que venha frio do quente , pode ser uma tentação se o que sobra é já quase só o desespero, a humilhação ou nada.)
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Aprendi com Roth que às vezes somos a metáfora que nos leva por um caminho de trevas de caixão às costas numa viagem que não pára porque o ponto onde deixá-lo está sempre a fugir-nos do destino de não percebermos que o que desejávamos cobrir com sete palmos de terra não vai no caixão, vai dentro de nós a destruir-nos ou a iludir-nos. (Pois, eu sei: no karaté isso ainda se nota mais. Quando desata a ser dor o suspirar pela glória que não vem logo uma voz se ouve agreste e se ergue até ao estrondo: a dos humores. Em forma de ilusão ou não.) E nas voltas em vão do caixão chega-se enfim ao instante em que vale mais o risco que o carpido e é por isso que eu acho que o próximo Director do Departamento de Formação da FNK-P, tal como o próximo Presidente da cadavérica Associação Nacional de Treinadores de Karaté, podem mesmo sair de uma roleta russa contra a tradição, a suspeita e o medo...
"

Nota: parafraseados a negrito.

sexta-feira, 25 de março de 2011

E de como um rato pariu uma montanha...

Anteontem, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) anulou a pena de suspensão a Carlos Queiroz, considerando que o mesmo não tinha tido intenção de perturbar o controlo anti-doping realizado à selecção nacional em Maio de 2010 durante o estágio para o campeonato mundial da África do Sul, na Covilhã.

Recordamo-nos que o ocorrido só muito mais tarde veio a lume e através do Secretário de Estado do Desporto, tendo sido a suspensão de seis meses aplicada a Queiroz pela Autoridade Antidopagem de Portugal.

O jornal «Record» de ontem (página 18) salienta que num comunicado da mesma, presidida por Luís Horta, se afirma que “para esta conclusão contribuiu, decisivamente, o facto de os testemunhos de dois médicos da FPF, em Lausana, terem apresentado contradições com o que tinham afirmado no processo decorrido em Portugal por não confirmarem declarações anteriormente feitas e por terem procedido a diversas alterações dos factos então relatados”.

Pois é... primeiro os factos são uns, depois os factos são outros (tal como muitas vezes acontece no karaté)!

Rui Santos, na mesma edição (página 2) afirma que “um organismo tutelado pelo Estado não observou, com rigor, aquilo que estava sob escrutínio, decidindo em causa própria e sem condições «ab initio» para se colocar acima de quaisquer interesses pessoais e corporativistas” tal como já vai sendo hábito no nosso país... seja qual for a modalidade!

E a seguir realça que “este é um bom «caso de estudo» para se perceber como podem ser atropelados, sem dó nem piedade, os direitos de qualquer cidadão”, havendo muitos outros bons e belos «casos de estudo» que poderíamos evocar noutras modalidades – até no karaté (como exemplo, por que motivo pediu o seleccionador nacional a sua demissão e a Direcção da FNK-P não lha deu? Porque motivo não houve Cursos de Treinadores durante quase todo o 2010 e de repente eles aí estão todos - ou quase -?).

Rui Santos a terminar salienta ainda que “o que é grave é que pessoas supostamente responsáveis como deveriam ser o secretário de Estado do Desporto, o presidente do IND, o presidente da AdoP e a Direcção da FPF, montados em cima dos poderes que manobram o futebol português, viciado na sua falta de independência e contando com sectores da comunicação social ao serviço de interesses nunca confessados, aceitaram tudo misturar apenas porque decidiram que tinha chegado a hora de apear o seleccionador nacional. Ironia ou não, a queda das máscaras coincide com a queda do Governo.

Também onde já vimos isto? Talvez num sítio onde os montados em cima dos poderes que manobram o karaté, viciado na sua falta de independência, aceitaram tudo misturar apenas porque decidiram que tinha chegado a hora de apear um determinado formador do Departamento de Formação da FNK-P...

De vez em quando, neste país o rato consegue parir uma montanha...
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quinta-feira, 24 de março de 2011

Em busca da grandeza

O Prof. Dr. Sidónio Serpa dá o sujestivo título de "Em busca da grandeza", esta semana, à sua coluna de opinião no jornal «A Bola» de terça-feira passada, na página 38.

Uma excelente crónica, que nos parece até excepcional, pois para além de incisiva vai directa ao assunto.

Com a devida autorização do seu autor aqui a transcrevemos na íntegra, para que ela chegue a mais leitores e para que se medite sobre o seu conteúdo.

---"O desporto apareceu para benefício das pessoas. Nas suas formas primitivas não tinha dirigentes para o enquadrarem nem treinadores para o orientarem. Mas praticantes sempre teve! São estes que dão sentido à actividade. Técnicos, dirigentes e gestores surgiram numa fase mais evoluída e encontraram justificação na missão de melhorar todos os factores da prática desportiva, dos atletas e do seu envolvimento, de tal forma que o desporto realize a finalidade última de contribuir para o bem-estar das sociedades.
---A estes princípios devem obedecer todas as organizações, onde se inclui o desporto e, portanto, todas as condutas dos seus actores. Porventura obra dos demónios ou da má formação das pessoas, ou da falta de entendimento sobre a finalidade do que fazem, ou da sua falta de competência, os que devem gerir e enquadrar tendem, demasiadas vezes, a visar o benefício próprio. Vaidade sem ética, poder com ausência de valores, benesses materiais ou sociais à sombra do estatuto justificam o envolvimento de alguns e consequente desregulação dos sistemas e práticas desportivas. Muito melhor estaria o desporto se o ser humano fosse mais respeitado, se não se fosse além do que se conhece e é capaz, se o interesse dos que se deve servir não fosse secundarizado, se a cultura vencesse a esperteza. Será isso exclusivo do desporto? A observação da realidade quotidiana prova que não. O País é disso o mais dramático exemplo. No desporto há quem pense que a vitória do clube, mesmo ilícita, se sobrepõe aos valores do bom desempenho ético no campo, como no País o interesse dos partidos e seus líderes se colocou acima do interesse nacional. Em algumas federações os pequenos interesses mesquinhos de alguns arruinaram anos de trabalho e a prática dos atletas*. Tal como vemos Portugal ser destruído por políticos que não percebemos se têm potencial de competência, mas verificamos que almejam derrotar os adversários mesmo que assim destruam o País e sacrifiquem o povo. Será difícil os políticos entenderem que nunca podem ser homens e mulheres em confronto pessoal buscando vitórias sem honra, porque a nobreza da missão que os transcende é juntarem-se para defender Portugal e os portugueses? Mas para isso é preciso ser-se Grande.”

*Aqui, humildemente, acrescentaríamos «e de treinadores...».

Não somos nós que o afirmamos. É o Prof. Dr. Sidónio Serpa!...


Nota: negritos da nossa responsabilidade.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Karaté e Pedagogia: quando o Mestre é um Pedagogo!


No estágio que terminou tivémos a oportunidade de observar o que devem ser as qualidades de um verdadeiro pedagogo. A par de treinos duros e intensos, o Sensei Onaga mostrou uma posição humana e compreensiva, sempre sem descurar a técnica, criando situações de alegria e de empenhamento, principalmente entre os mais novos, que são comprovadas pelas fotos abaixo.



Como diz Jesus Herrero, referindo-se à pedagogia de Sebastião da Gama, "a educação é mais uma arte do que uma ciência, pois consiste na tentativa de estabelecer a harmonia de todas as coisas do universo dentro de cada indivíduo. Cada coisa - e o homem também - é uma suma de relações. E só a arte é capaz de as adivinhar e reunir."

terça-feira, 22 de março de 2011

TERMINOU... EM GRANDE E COM SUCESSO!


Foram três dias intensos os do 8º Estágio Nacional da PGKS - que terminou... em grande e com sucesso - ministrado de uma maneira excepcional por Ryoichi Onaga Sensei, 9º Dan, tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista pedagógico. 18, 19 e 20 de Março, um fim de semana de trabalho tanto de manhã como de tarde, no qual até as crianças e os seus familiares se empenharam. Presentes também instrutores da Kaizen e do Jundokan que connosco partilharam dos ensinamentos do representante para a Europa da Okinawa Goju-Ryu Karate-Do Kyokai.

No primeiro dia coube-me a mim o esforço inicial de durante duas horas batalhar em Sepai e Kururunfa. Sozinho e perante um Mestre de tal envergadura a aplicação foi máxima, a correcção excelente e o resultado excepcional. Por que motivo só estas duas katas e não Seisan e Suparimpei? Porque a nossa preocupação está na perfeição - o que vale a pena fazer vale a pena fazer bem feito, o que não vale a pena fazer bem feito não vale a pena fazer! - e mais importante é estar correcto o anterior para de seguida se avançar em frente...

O estágio em si começou na 6ª feira, das 19.30 às 21.00, com um treino geral aberto a todos os inscritos, independentemente da sua idade e da sua graduação, em que estiveram presentes 34 participantes. Por que motivo tão poucos? Porque privilegiamos a qualidade em detrimento da quantidade - um estágio da PGKS aberto só às associações convidadas.

O sábado de manhã foi ocupado com um treino para cintos castanhos e negros. Trabalho, correcção, dissecação de kata, mais trabalho e mais correcção...





Neste treino as explicações e a demonstração por parte do Sensei Onaga foram uma constante...



... para no final tirarmos uma fotografia que nos fará recordar por muito tempo este tempo com ele passado!




Da parte da tarde, mais dois treinos: um dedicado às crianças e aos mais jovens e a seguir um outro mais direccionado para os adultos.

Domingo de manhã foi o período consagrado aos exames de graduação.













Resultados: mais um cinto azul, cinco roxos, dois cintos castanhos, dois castanhos com duas listas, e, no topo, Sara Lima e Núrya Inocentes cintos negros 1º dan, Ricardo Prelhaz 2º dan e Rui Loureiro 3º dan. Todos de parabéns!

E mesmo após a examinação, o Sensei Onaga continuou com as suas explicações e as correcção, numa demonstração inestimável.



Domingo à tarde realizou-se o treino geral conjunto para se encerrar o evento.


Na cerimónia de encerramento a tradicional entrega de diplomas a todos os presentes...


... e a nossa retribuição com a oferta de uma pequena lembrança!


E, como é costume, as também tradicionais fotos de grupo...







Foram três dias intensos, em grande e com sucesso, que terminaram com os agradecimentos do sensei Onaga, com o seu convite para participarmos no Estágio Europeu da OGKK no próximo mês em Múrcia e com a promessa de regressar de novo em Novembro...
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quarta-feira, 16 de março de 2011

O Japão levantar-se-á!...

Otsuchi, Iwate Prefecture, Monday, March 14, 2011 (foto: Associated Press/Kyodo News)


Em vésperas de recebermos um ilustre cidadão deste país, é nossa firme convicção que após a calamidade que se abateu sobre o Japão o mesmo se levantará, tal como aconteceu após várias guerras e mesmo depois de Hiroshima e Nagasaki...

Solidários com aqueles sobre quem se abateu a desvastação e a dor, o pórtico que permaneceu de pé em Otsuchi represença decerto a indomável coragem e força do povo Japonês...

Um olhar sobre a II Taça Kaizen


Vamos agora relançar um olhar sobre a II Taça Kaizen...

... organização excelente, o que se deve em muito a Nuno Santos e a Marco Cruz, com horários cumpridos a tempo e horas...

... demonstração daquilo que pode ser uma competição em termos pedagógicos - onde os mais novos, que ainda não fazem kumite, faziam a sua kata e um "percurso" onde tinham de mostrar várias habilidades motoras cronometradas, o que foi excepcional.


Participantes cerca de duzentos... em representação de mais de 20 Dojos... e imenso público na bancada central!


Bom trabalho dos árbitros, amadores é certo, com algumas "calinadas" pelo meio, mas o que se deve registar é o ambiente saudável e alegre que ali se viveu naquele domingo, em Corroios. Uma medalha de participação para todos... e mesmo os que não conseguiram subir ao pódio - e que o tentarão para a próxima - viram o seu desempenho retribuído.

Só uma particularidade: descobrimos nesta competição o «homem que voa»! Aka literalmante todo «no ar»... nesta foto (num kumite arbitrado pelo Presidente da Kaizen, João Ramalho, o qual também merece os nossos parabéns!), mas com os pés bem assentes na terra pois haveria de ganhar a sua categoria!!...

domingo, 13 de março de 2011

De parabéns os participantes na II Taça Kaizen

Desenrolou-se hoje a II Taça Kaizen no Pavilhão do Alto do Moinho, em Corroios. Participámos com 16 competidores e o saldo final foram 4 primeiros lugares, 3 segundos e mais 5 terceiros lugares.

Todos de parabéns, mesmo os que não subiram ao pódio, pois deram o seu melhor. Aqui ficam algumas imagens para mais tarde recordarmos...



















As classificações obtidas foram as seguintes:

Mafalda Campino - 3ª Class. Kata Feminina 6-7 anos
Mafalda Campino - 1ª Class. percurso 6 anos
Yúri Inocentes - 1º Class. Kumite Masculino 10-11 anos
Diogo Neto - 1º Class. Kumite Masculino 12-13 anos
Alberto Cavaleiro - 3º Class. Kumite Masculino 12-13 anos
Alberto Cavaleiro - 2º Class. Kata Masculino 12-13 anos
Carolina Ferreira - 3ª Class. Kata Feminina 12-13 anos
Rute Baptista - 3ª Class. Kata Feminina 14-15 anos
Sara Lima - 2ª Class. Kata Feminina 16-17 anos
Rita Duarte - 1ª Class. Kata Feminina +18 anos
Núrya Inocentes - 2ª Class. Kata Feminina +18 anos
João Martins - 3º Class. Kumite Masculino +18 anos

De parabéns também a Treinadora Cristina Lopes pelo seu trabalho incansável, desdobrando-se pelos vários tatamis!


Agora o necessário é continuar...