quinta-feira, 30 de agosto de 2018
quinta-feira, 5 de julho de 2018
quinta-feira, 24 de maio de 2018
quarta-feira, 25 de abril de 2018
domingo, 22 de abril de 2018
Vinícius era Karateka
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Conta-se* que Antônio Maria, cronista e compositor pernambucano, frequentador da noite carioca, era muito amigo de Vinícius. Uma das actividades preferidas dos dois era, em fins de noite, seguir vira-latas pelas ruas a bordo de um «rabo de peixe», modelo de carro de luxo dominante na época. A solidão pior é a do ser que não ama. E os vira-latas amam, dizia Vinicius. Numa dessas noites, os vira-latas conduziram-nos até a praia, onde avistaram um grupo de velhinhos fazendo exercícios, chefiadas por um rapagão. De copo nas mãos, com o dia amanhecendo, os dois ficaram quietos observando aquilo por algum tempo. O silêncio foi quebrado por uma insólita proposta de Vinícius: "Maria, vamos fazer um pacto?". "Claro, peça o que quiser, Vinícius". "De hoje em diante, não vamos fazer jamais um só movimento desnecessário".
Vinícius era Karateka. Karate-Dō é isso aí: "jamais um só movimento desnecessário”.
Vinícius era Karateka. Karate-Dō é isso aí: "jamais um só movimento desnecessário”.
* Wagner Homem e Bruno de La Rosa, in “Histórias de canções: Vinícius de Moraes”, 2013, Leya Brasil.
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
terça-feira, 13 de fevereiro de 2018
Sobre acontecimentos passados... ou sobre o papel da História...
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Conta-se que num mosteiro viviam dois monges que eram muito amigos e sempre cumpriam seus afazeres em conjunto.
Facto mais que sabido era os monges não se poderem sequer relacionar com mulheres...
Certo dia, ao dirigirem-se à vila mais perto, depararam-se com uma mulher que estava com dificuldades para atravessar o rio que dava acesso à mesma e que se encontrava agitadíssimo.
Um dos monges, virando-se para o outro, disse:
– Não podemos ajudá-la, fizemos votos de que não poderíamos tocar em mulher alguma!
O outro monge replicou:
– Também fizemos voto de ajudar a todas as pessoas e criaturas deste mundo, sem haver distinção!
Então, este mesmo monge colocou a mulher em suas costas e atravessou o rio, deixando-a na outra margem.
Os dois monges seguiram caminho e durante a jornada houve uma grande pausa na conversa entre ambos.
Passado algum tempo o silêncio foi interrompido pelo monge que era contra a ideia de carregar a jovem, que disse:
– Você não devia tê-la carregado, ela vai ser um peso na sua memória em toda esta sua caminhada!
O outro monge sabiamente respondeu:
– Eu deixei a mulher na margem do rio. No entanto, você é quem continua carregando a mulher às costas…
sábado, 6 de janeiro de 2018
Do engano
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Atribui-se a Rocky Balboa a seguinte frase:"Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. O quanto pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha."
Também se atribui a Thales de Mileto uma outra frase que vai no mesmo sentido: ''A questão não é o quanto você consegue bater e sim o quanto você consegue apanhar e continuar de pé, lutando.''
Ambas nos levam a uma exaltação da subserviência expressa na palavra «apanhar». Exaltação da célebre pedagogia da dor expressa no "no pain, no gain".
Reside aí o engano. Continuar de pé, lutando, sim. Seguir em frente, ganhando, igualmente sim! Recusando apelos à subjugação e ao serventilismo... Ao recorrer-se a estas citações não se está mais do que a tentar-se uma certa forma de manipulação das nossas opiniões, da nossa formação, entranhando no nosso espírito a necessidade de se estar por baixo antes de se atingir a mó de cima. Recuperar de adversidades é uma coisa, quando elas foram originadas por variáveis que estão - e sempre estiveram - fora do nosso controle. Cair voluntariamente nessas adversidades é outra totalmente diferente!
Meditem bem... lutem e ganhem!
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