quarta-feira, 25 de abril de 2018
domingo, 22 de abril de 2018
Vinícius era Karateka
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Conta-se* que Antônio Maria, cronista e compositor pernambucano, frequentador da noite carioca, era muito amigo de Vinícius. Uma das actividades preferidas dos dois era, em fins de noite, seguir vira-latas pelas ruas a bordo de um «rabo de peixe», modelo de carro de luxo dominante na época. A solidão pior é a do ser que não ama. E os vira-latas amam, dizia Vinicius. Numa dessas noites, os vira-latas conduziram-nos até a praia, onde avistaram um grupo de velhinhos fazendo exercícios, chefiadas por um rapagão. De copo nas mãos, com o dia amanhecendo, os dois ficaram quietos observando aquilo por algum tempo. O silêncio foi quebrado por uma insólita proposta de Vinícius: "Maria, vamos fazer um pacto?". "Claro, peça o que quiser, Vinícius". "De hoje em diante, não vamos fazer jamais um só movimento desnecessário".
Vinícius era Karateka. Karate-Dō é isso aí: "jamais um só movimento desnecessário”.
Vinícius era Karateka. Karate-Dō é isso aí: "jamais um só movimento desnecessário”.
* Wagner Homem e Bruno de La Rosa, in “Histórias de canções: Vinícius de Moraes”, 2013, Leya Brasil.
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