sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Uma linha muito ténue...

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Há uma linha muito ténue entre o político e o dirigente desportivo... Não, não é pelo facto de muitos dirigentes desportivos terem sido políticos, ou de muitos políticos terem sido dirigentes desportivos!

É apenas por um simples facto: em Portugal, em qualquer uma destas ocupações, poucos são profissionais e menos ainda os bem preparados para desempenharem essas funções.

Há pouco tempo, a Federação Portuguesa de Atletismo divulgava quatro decisões do seu Conselho de Disciplina castigando quatro fundistas por casos direta ou indiretamente ligados ao chamado «doping». Arons de Carvalho perguntava: "Mas serão os atletas os principais culpados? (...) Desde 2011 já foram suspensos seis dos principais fundistas nacionais, por EPO ou devido ao passaporte biológico. Quem esteve por trás  deles?" (Record, 18.07.2013, p. 28).

Os atiradores portugueses que vão aos Mundiais de esgrima, vão participar sem qualquer apoio federativo... o que também já se verificou no Karate, com famílias a pagarem as despesas de quem foi representar o País!

Nos Mundiais de atletismo a realizarem-se em Moscovo, a comitiva portuguesa é composta por doze atletas e... sete treinadores! Entretanto o departamento médico da FPA demite-se em bloco. Motivo: cortes financeiros sem orientação e pedidos para trabalhar de "borla"!

Verifica-se assim que o problema não será só da malfadada crise... o problema reside numa gestão de meios e de recursos humanos por parte de amadores!

Mas, tal como dizia Jenny Candeias em «A Bola» (26.02.2013, p. 38), "aumenta o apetite por cargos no desporto. Neste, como nas autarquias, clubes e associações. Para os inteligentes, o desporto passou a ser trampolim para novos vôos. Para os medíocres, prémio de consolação. Mas, curiosamente, afastando cada vez mais aqueles de quem se esperaria vontade, prestígio e coragem para o dirigir."

5 comentários:

  1. Caro Dr. Armando, subscrevo por baixo!

    Estamos entregues a uma elite, tanto governativa como desportiva, que só nos subjuga. Vejam-se os aumentos da Federação.

    Quem está no poder governa para dentro - se fossem profissionais governariam para fora! Ser profissional não significa auferir um salário - significa ser competente. No nosso país, nem políticos nem dirigentes desportivos. Talvez o único competente (para o seu clube) seja Pinto da Costa!

    Grande abraço!

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  2. Caro Armando,
    na verdade há uma linha que separa os homens justos dos verdugos e incapazes;
    uma linha que separa pessoas bem intencionadas de oportunistas; uma linha que separa bem comum de umbiguismo exacerbado;uma linha que separa pessoas de saber de chicos-espertos; uma linha que separa pessoas espoliadas e roubadas de bandidos.
    O justo aje pela razão, pela justiça e pelo povo.
    Os bem intencionados não trafulham nem enganam.
    Os umbiguistas só pensam no seu ego e do círculo que os rodeia.
    Finalmente, a linha que separa espoliados e roubados dos bandidos , em Portugal, chama-se governo e amigos do poder.
    Grande abraço,
    Boas férias para ti , família e leitores do "karate-do."
    Luís Sérgio

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  3. Armando: comentei noutro post que no desporto e na política é a economia que tem mais peso. Mas é a economia positiva para uns e outra economia - a negativa - para outros.

    Tal como na sociedade, em que a classe média está a desaparecer havendo só alta e baixa sociedade, o mesmo irá acontecer no desporto, onde chegará o dia em que só haverá as elites - aqueles que foram sobrevivendo ao longo da sua prática. Isto porque, como afirmas aqui, o dinheiro há-de sobrar mais para os dirigentes que para os atletas.

    Grande abraço!

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  4. Bela comparação Sensei!

    Eles (políticos e dirigentes desportivos) comem tudo e não deixam nada! Aproveitam-se dos cargos, põem e dispõem e nós é que nos lixamos. Não haverá maneira de acabar com esta corja?

    Abraço!

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  5. Notícia do Expresso!

    Lisboa, 27 ago (Lusa) -- Carlos Marta, a terminar o terceiro mandato na presidência da Câmara Municipal de Tondela, foi nomeado para presidente do Conselho de Administração da Fundação do Desporto, anunciou hoje o Governo.

    Segundo o comunicado da tutela, o candidato derrotado por Fernando Gomes nas últimas eleições à liderança da Federação Portuguesa de Futebol foi nomeado para o cargo por despacho conjunto do Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho, e do Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luis Marques Guedes, "de acordo com o definido nos estatutos da Fundação".

    Carlos Marta, que também preside à Comunidade Intermunicipal da Região Dão Lafões, foi futebolista profissional e desempenhou outros cargos na área do desporto.



    Expresso

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