Dada a sua relevância, com a devida vénia transcrevo a parte inicial da crónica de hoje do Prof. Sidónio Serpa, publicada no jornal «A Bola», p. 32, e intitulada "Sintomas no desporto".
O desporto, como fenómeno social, não constitui santuário onde as virtudes humanas prevaleçam sobre os mais mesquinhos defeitos. Pelo contrário, tende a ampliar tensões sociais, rivalidades malsãs, egocentrismos acríticos. Numa sociedade que estimula a ostentação e confunde o ter mais coisas - que, no contexto desportivo podem ser vitórias - com a posse de valores de dignidade, cultura, ou de respeito interpessoal, o desporto não poderia ser diverso. A ética e o desportivismo quedam-se nas palavras repetidas em mero exercício de hipocrisia, ou de ignorância quanto ao conteúdo. Talvez sejam usadas sem se perceber que são o oposto das acções que se realizam, mas a inconsciência não anula a responsabilidade.
De realçar a frase destacada na versão impressa de «A Bola»:
A ética e o desportivismo quedam-se nas palavras repetidas em mero exercício de hipocrisia, ou de ignorância quanto ao conteúdo.
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