sexta-feira, 5 de agosto de 2016

E o rei continua a ir nu!

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Tinto ou branco? Cheio!

Ninguém se lembraria de colocar um alcoólico a apresentar um programa de crítica de vinhos. Para o alcoólico, qualquer vinho é bom: emborracha!!!

O mesmo já não acontece com programas que apresentam viciados em poder (ou em €, £ ou US$) a debitar opiniões sobre a melhor forma de sobrevivermos às situações que eles próprios criaram.

Apenas uma minoria repara nisto, a grande maioria acomodou-se, vai correndo atrás da cenoura com que lhe acenam…

A publicidade alastra a todos os consumíveis, inclusivamente às ideias. Somos assim manobrados, manipulados, e a nossa opinião já não é a nossa opinião - passa a ser a opinião daquele que nos vende o produto que nos levou a comprar.

Analisar variáveis e contextos dá muito trabalho. Avaliar circunstâncias dá muito trabalho. Pensar também dá muito trabalho!

Os últimos dois dias foram dias de fazer a festa, lançar foguetes e apanhar as canas. O "Karate" estará no programa dos Jogos Olímpicos de Tokyo 2020. Aos que lutaram por isso, aos que acreditaram, os meus sinceros parabéns! Tenho pena que não seja o Karatedō a estar em Tokyo 2020. 

Para um total de 181 países há 60 vagas para kumite e 20 para kata. Que países vão estar presentes? Quem lá vai estar???

Pessoalmente, não me aquece nem arrefece que o "Karate" esteja no programa dos JO... nem me decepciona que dirigentes, árbitros, seleccionadores (e alguns treinadores) ou competidores que já estão há muito na alta competição tenham lutado por isso e para isso... Eles vão ser os verdadeiros beneficiados com isso. O que me escandaliza é o mais comum dos mortais defender essa posição só porque sim!!! Porque esses de nada irão beneficiar. ..

Apresentam-se como maiores vantagem mais visibilidade para a modalidade, maior alcance de público, aumento do número de praticantes e mais dinheiro para as federações. A maior visibilidade na TV do "karate" dos JO é como a visibilidade do Bruce Lee nos anos 70: aquilo que se vê é uma coisa, o que se faz outra completamente diferente. Em relação ao aumento do número de praticantes, recordo-me que na década de 80 a série «Fame» encheu os ginásios... mas disso, nada resta. Se vai haver mais dinheiro ou não para as federações veremos se, no caso de se vir a verificar esta premissa, reverterá a favor dos competidores...

E depois ainda há a história daquela criança, a única criança que se apercebeu que o rei ia nu!










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