ELES e EU... não é estranho?

Quando ELE não acaba o seu trabalho É PREGUIÇOSO.
Quando EU não termino as minhas tarefas ESTOU MUITO OCUPADO.

Quando ELE fala de alguém É MALEDICÊNCIA.
Quando EU falo de alguém É CRÌTICA CONSTRUTIVA.

Quando ELE não arreda do seu ponto de vista É TEIMOSO.
Quando EU mantenho o meu ponto de vista SOU FIRME.

Quando ELE não me fala É UMA AFRONTA.
Quando EU não lhe dirijo a palavra É UM SIMPLES ESQUECIMENTO.

Quando ELE demora muito a fazer qualquer coisa É LENTO.
Quando EU não faço qualquer coisa no tempo previsto SOU CUIDADOSO.

Quando ELE é atencioso é porque tem uma SEGUNDA INTENÇÃO.
Quando EU sou amável é porque SOU VIRTUOSO.

Quando ELE vê os dois aspectos de uma questão É UM OPORTUNISTA.
Quando EU vejo os dois lados de uma questão SOU LARGO DE ESPÍRITO.

Quando ELE é rápido a fazer qualquer coisa É DESCUIDADO.
Quando EU me despacho com rapidez a fazer algo SOU HÁBIL.

Quando ELE faz qualquer coisa por sua auto-recreação METE-SE NAQUILO QUE NÃO LHE DIZ RESPEITO.
Quando EU faço qualquer coisa sem que mo peçam TENHO INICIATIVA.

Quando ELE defende aquilo a que tem direito É UM MAU FEITIO.
Quando EU defendo os meus direitos MOSTRO QUE TENHO CARÁCTER.


Sim... É MUITO ESTRANHO!

Y. Blondel (adaptado)

AOS ANÓNIMOS…

Curiosamente recebeu esta semana este blog dois comentá-rios anónimos… Sem e-mail e sem nome dos autores…

Apesar de moderados os comentários, desde o início nenhum foi rejeitado, mesmo aqueles com conteúdos diferentes ou opiniões divergentes da minha.

Só três comentários anónimos foram publicados no post sobre a minha demissão de Director do Departamento de Formação da FNK-P.

Quando iniciei este blog, salientei logo no primeiro post que “a par da prática e da técnica tem de haver pesquisa e investigação. Porque dados e conclusões devem ser postos em comum e ser divulgados. Porque a especificidade da actividade que praticamos assim o exige.”

Até um comentário que me foi enviado por e-mail, por ser extenso, e que questionava algumas afirmações minhas aqui foi colocado como post!

Darem-me conselhos quando não souberam ler (porque ler implica saber interpretar) aquilo que aqui escrevi, quando revelam conhecer-me mal, ou tentarem desafiar-me para me pronunciar sobre isto ou aquilo não surtirá efeito enquanto os reptos me forem lançados sem os seus autores estarem identificados.

Esconderem-se atrás do anonimato para me tentarem envolver em alguma querela não surtirá o seu efeito… até porque já uma vez foi utilizado o que aqui deixei expresso (a seu tempo falarei sobre isso!).

Tenho tentado contribuir para um maior conhecimento sobre o Karaté. Muitos têm discordado daquilo que aqui tenho deixado, mas as minhas posições nunca deixaram de ser fundamentadas ou justificadas. As opiniões deixo-as para as sondagens, as crenças deixo-as para os lugares de culto… Não é por acaso que este blog não tem contador – não necessita dele.

Mas muitos também me têm dado os parabéns e incentivado a continuar (por acaso também ainda esta semana aconteceu isso!).

Pode este blog ser incómodo para alguns, mas quando me souberem mostrar e demonstrar que estou errado também saberei reconhecê-lo.

Se me querem dar sugestões e se querem o meu contributo para discutir os estilos, a técnica ou a táctica, a formação de crianças e jovens, as carreiras de Treinadores e Árbitros, os modelos de competição, a arbitragem, a organização institucional do Karaté no nosso país ou planos de desenvolvimento estratégico de dojos e associações, estou disponível mas não para pessoas escondidas e com segundas intenções.

Logo, NÃO SERÁ AQUI PUBLICADO MAIS NENHUM COMENTÁRIO ANÓNIMO!

A coragem de ser frontal por vezes custa caro, mas a dignidade, essa, não tem preço.

Como já disse, os maiores inimigos do Karaté têm sido os próprios homens do Karaté.

E volto de novo a Sidónio Muralha: “não nos responde o céu cinzento e opaco, nem o sorriso de pedra e impenetrável dos nichos... – só nós sabemos porque vivemos num buraco, encurralados como bichos.”

De facto, só nós sabemos porque vivemos num buraco, encurralados como bichos!

Por estas e por outras…

Campeonato Regional do Centro Sul para infantis, iniciados e juvenis

Decorreu no passado fim-de-semana em Almeirim o Campeonato Regional do Centro Sul para infantis, iniciados e juvenis da FNK-P.

Em representação do Tapada Kids e da PGKS apresentaram-se 5 competidores: três iniciados e dois juvenis.

A prova de Kata em iniciados, na qual havia 81 competidores, realizou-se em 8 poules, tendo os competidores Iúri Inocentes, Ruben Jacinto e Alberto Cavaleiro conseguido chegar à 3ª volta. Curiosamente todos eles apresentaram a Kata Saifa nesta volta e, curiosamente todos foram eliminados na mesma contra Katas do grupo Heian... em painéis de arbitragem onde não havia um único árbitro de Goju-Ryu.

Apesar de se terem ficado por aqui, as suas prestações foram excelentes, pois nunca tinham executado Gekisai Dai Ni ou Saifa com tal vigor, tal empenho ou tal concentração. O sucesso é de facto superar-se a si mesmo e realizar prestações superiores às realizadas anteriormente. Por isso mesmo, independentemente de vitórias ou derrotas, ficaram classificados entre os 20 primeiros. Estão por isso de parabéns!

A prova de Kata em juvenis tinha 68 participantes dividida em 8 poules. Ruben Santos ficou-se pela 3ª volta, mais uma vez com Saifa (veja-se ou reveja-se o post de 22 de Fevereiro, Saifa: romper e esmagar...), ficando entre os 17 melhores, e Diogo Neto chegou à final da sua poule (4ª volta). Após ter apresentado Gekisai Dai Ni e Saifa, teve a dificílima tarefa de apresentar Gekisai Dai Ichi contra uma Jion... seria ímpossível ganhar dada a diferença de grau de dificuldade entre uma e outra Kata, por mais perfeita que fosse a sua execução. Mas ao classificar-se entre os 9 melhores lugares a ingratidão do regulamento revela que os segundos lugares de cada poule (e finalistas das mesmas) não possam continuar em prova, em detrimento dos repescados.

Na prova de Kumite, Ruben Santos participou na categoria de -50 Kgs. e Diogo Neto na de -40 Kgs. .

Ruben Santos realizou dois combates, tendo perdido no último por cometer um jogai já no final do mesmo. Tendo sido repescado, o seu cansaço já não lhe permitiu uma melhor prestação.

Diogo Neto realizou somente o primeiro combate mas o mesmo serve para mostrar, sem servir de desculpa, que a característica antropométrica peso por si só não é suficiente para escalonar competidores nos escalões de formação. As categorias altura e nível técnico competitivo também deveriam ser tidas em linha de conta... mas lá temos o tal regulamento e o desporto não pode, na realidade, ser perfeito... Moral da história: Diogo Neto teve de ser transportado pelos Bombeiros de serviço no Pavilhão ao Hospital de Santarém no fim do combate com suspeita de fracura no antebraço direito, o que felizmente não se veio a confirmar.

Foi a quarta vez que todos estes competidores realizaram Kata e os dois últimos a segunda vez que realizaram Kumite. E se a competição não se compadece com amadorismos, é de elogiar o modo como todos eles se comportaram independentemente dos resultados alcançados.

Como treinador, resta-me dizer que me orgulho das suas prestações neste Campeonato. Tenho a certeza que com mais algum trabalho a próxima prestação será melhor - e isso será o mais importante: fazerem o melhor que sabem e evoluírem progressivamente.

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III Open da UNAM

Desenrolou-se este fim-de-semana um torneio bem organizado a que o nosso amigo Jaime Reis já nos habituou: o III Open da UNAM. Algumas falhas em relação aos anteriores dever-se-ão por certo à mudança de instalações – verificámos principalmente mais atletas à volta das mesas de controle. Mas mais grave ainda é o facto de os competidores (ou os seus treinadores) não terem sido obrigados a apresentar o BI nessas mesas, pois constatámos que pelo menos um dos atletas que no sábado fez kata em iniciados, no domingo apresentou-se a fazer kumite em juvenis – e ele próprio nos disse já no domingo que tinha 12 anos... infelizmente continuamos com treinadores a apostarem nestas estratégias.

Os competidores do Tapada Kids mostraram uma grande evolução nas suas execuções de kata em relação ao ano anterior – no entanto falta-lhes rodagem e participação em mais competições. Os iniciados e os juvenis revelaram principalmente um certo nervosismo, o que não beneficiou a concentração durante a execução das suas kata... desequilíbrios e enganos não podem fazer parte das mesmas, mas ficou a experiência!
Os mais jovens que pela primeira vez foram fazer kumite, para além de terem de se habituar ao equipamento, experimentaram a sensação de estar dentro de uma área de competição. Dentro das suas possibilidades fizeram o melhor que puderam... pois o essencial era conhecerem a sensação de estarem perante um adversário directo.

Estão de parabéns pelo seu voluntarismo, deixando aqui um agradecimento aos seus familiares pelo esforço dispendido neste fim-de-semana.

Desta vez fez-se jus à velha máxima: participámos!

Um conto...

Cerca de 300 anos a. C., o matemático Euclides dava aulas em Alexandria.

Conta a história que uma vez um aluno perguntou-lhe para que serviam aquelas demonstrações tão extensas e complexas.

Com toda a calma do mundo (Euclides devia treinar Karaté!...) o matemático dirigiu-se a outro estudante presente pedindo-lhe encarecidamente:

- Dê-lhe uma moeda e mande-o embora. O que ele procura não é saber, é outra coisa...

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