Para uns foi azar a bola no remate da grande penalidade de
Bruno Alves ter esbarrado na barra e saltado para dentro do campo... (pergunte-se
a Casillas se foi azar!). Para outros foi sorte a bola no remate de Fabregas
ter embatido no poste e saltado para dentro da baliza (poderemos perguntar a
Rui Patrício se foi sorte!).
A sorte e o azar não acontecem na marcação de grandes
penalidades. Prevalece a técnica do jogador - o seu balanço, a maneira como bate a bola, a
força que imprime ao remate, a área da bola onde se produz o impacto, a direção que esta toma e a sua trajetória... A Física ensina-nos isso!!! Por vezes prevalece a ação do guarda-redes...
Para muitos os desempates assim são uma lotaria... talvez
não, pois por isso é que existe um marcador, um guarda-redes, uma bola, uma
baliza com 2,44 metros de altura e uma largura de 7,32 metros, sendo a
marca da grande penalidade a 11 metros de distância da linha de golo, para além
de existir uma coisa muito importante de que muitos se esquecem chamada
"treino" - de que resulta a técnica e a sua eficácia. E as condições são semelhantes para as duas equipas, numa situação de alternância. Mas numa grande penalidade (o castigo máximo!), para quem pende a vantagem? Para o marcador desta ou para o guarda-redes?
A
imprevisibilidade e a incerteza são características fundamentais do desporto
(não a sorte ou o azar, termos inventados pelo homem para justificar os
sucessos ou os fracassos – necessidade constante de atribuição causal) mas
teremos de realçar que no desporto o acaso também é frequente e “o acaso não
só existe realmente, como também importa reconhecer a sua existência se se
quiser compreender um grande número de fenómenos” como nos diz Raymond
Boudon*.
Disse-se
(ou diz-se) que a seleção nacional morreu na praia... mas à entrada para o mar
ou à saída do oceano?
* Raymond Boudon, 1990, “O Lugar da Desordem”, Lisboa, Gradiva.
Estimado amigo, lo siento pero era la oportunidad del juego. Hoy vamos a tratar de que ... Italia se acueste!
ResponderEliminarRecuerdos Armando!
António Simões apresenta em «A Bola» de hoje, na sua crónica na página 47, em relação ao Euro 2012, duas coisas com que não concorda:
ResponderEliminar"Uma: que se julgue que os penalties foram uma lotaria. Não foram. Ganhou-os quem foi melhor com os pés - e sobretudo com a cabeça. Outra: que Ronaldo não precisava de ganhar o Euro para ganhar a Bola de Ouro. Precisava - e não o ganhando, perdeu-a. Aliás, só não sei se não saiu de lá, do Euro, com o problema agravado. Não por causa do Messi, que vai ganhá-la, mas por causa do Iniesta..."
CClaro que os penalties não são uma lotaria, porque o futebol é essencialmente jogado com a cabeça (entenda-se: o que está no seu interior!)
ResponderEliminarUm abraço!
"(...) o resultado de Portugal foi extraordinário. Só saímos aos pés de quem seria campeão – e nos penáltis. Espanha é Espanha: nós agigantámo-nos, eles são gigantes."
ResponderEliminarPalavras de Pedro S. Guerreiro, hoje, no jornal «Record», na sua crónica "Rescaldo entornado - abrir o jogo".
Tanto a barra como os postes são cilindricos, portanto a culpa não é dela nem deles, pois estão lá e fazem parte do jogo. Moral da história - ganhou quem teve maior controlo emocional e melhor técnica no momento da marcação dos penáltis. Não vale a pena chorar sobre o leite derramado...
ResponderEliminarNão houve lotaria nem euromilhões nem totobola. A angústia do marcador antes do penálti (e não a do guarda-redes, pois este nada tem a perder) foi determinante. Por acaso a nossa selecção tinha um psicólogo a trabalhar com a equipa técnica? Responda quem souber...
Abraço.
Pedro Correia
Caro Armando:
ResponderEliminarComparar Portugal a Espanha é pura demagogia (em todos os aspetos). A nível de jogo fomos os únicos que os conseguimos travar, é certo, mas claudicámos no momento principal. Penso que vários fatores podem ter influenciado a prestação dos marcadores: por que foi Nani mandar Bruno Alves para trás? Por que não foi CR7 o 1º a marcar? Algo falhou aqui... espero que sirva de experiência.
Em relação à pergunta do comentador anterior, no tempo de Scolari havia uma equipa de psicólogos, uma das quais era brasileira. Agora não sei, mas parece que não... no entanto sei que a Alemanha tinha.
Cumprimentos a todos e bom fim de semana!