domingo, 9 de dezembro de 2012

Seppuku (切腹)


...
Dois animadores de rádio australianos divertiram-se com um telefonema para um hospital... As televisões transformaram-no em "reality show"! O público riu-se!!! A enfermeira que atendeu o telefonema e transferiu a chamada suicidou-se! Os animadores foram criticados...

A 2Day FM declara: "estamos convencidos que não fizemos nada de ilegal." JUSTIFICAÇÃO errada!!! A questão é: O QUE FIZERAM CABE DENTRO DOS LIMITES DA ÉTICA  E DA DEONTOLOGIA??? Os dois animadores estão a receber aconselhamento intensivo...

Miguel Esteves Cardoso escreve no «Público» de hoje (p. 53) o seguinte: "A diabolização dos dois apresentadores australianos é inaceitável. Ninguém tem culpa. Não é essa a tragédia. A tragédia é que uma pessoa se matou sem razão para se matar. Foi vítima de um princípio de honradez que ela tinha: foi pena ter sido tão honrada. Se alguém tem culpa é a curiosidade pública à volta da gravidez da mulher que casou com o filho mais velho do príncipe Carlos. A curiosidade pública é um monstro bisbilhoteiro e é muito pior do que os monstrengos que decidem ganhar a vida a saciá-la."

Foi pena? Há que ter pena de todos aqueles que cometeram seppuku (切腹)? 

Pergunta-se: a "moral" australiana" é diferente da "moral" inglesa?


Nota: ontem participámos numa ação de formação em que foi abordada a ética no karate-dō... meditemos!

5 comentários:

  1. Acho o MEC um querido. Mas...é um menino mimado e acha que o Mundo gira à volta do seu umbigo. Não digo que não seja normal pensarmos que somos "só" o centro do Mundo, mas, cada pessoa tem o seu código de honra. A globalidade faz emergir as contradições culturais. Ponto.
    Aquilo que para o povo cigano é a honra para o marginal da Quinta do Conde é amendoins.
    Essa mulher que se terá suicidado foi apenas vítima dos seus princípios, que honrou. E quem provocou a tragédia também não infrigiu nada. São conceitos de raça e de educações e códigos de honra diferentes.
    Esta postagem responde em simultâneo à questão do suícidio pela honra...

    ResponderEliminar
  2. Sensei Armando:

    O facto da senhora "ter sido tão honrada" só mostra que ainda há pessoas que ainda possuem valores. Agora, não percebo é porque o MEC diz que devemos ter pena delas. Devemos é ter pena dele!
    Claro que a "moral" australiana" é diferente da "moral" inglesa porque são culturas diferentes e os locutores dessa rádio não podiam prever tal desfecho, mas também não deveriam brincar com coisas sérias.

    Grande abraço!

    ResponderEliminar
  3. Pois é caro Armando,
    trata-se da ética pública, lamentável é verdade. mas o Miguel Esteves Cardoso só tem razão em parte, é triste sem dúvida a curiosidade pública, mas quem a alimenta ? Quem despudoradamente ganha rios de dinheiro com ela? "O monstro bisbilhoteiro" é alimentado e alimente os patrões da dita comunicação social. MEC tem obrigação de saber isso, ele sabe isso, por isso para a próxima escolha outro alvo.Com tanta coisa verdadeiramente importante a tratar nas rádios e nos jornais, porque raio dedicam tanto tempo a personagens que, muitas vezes, não servem de exemplo para nada.Na verdade falta ética e valores em muitos lados.
    É bom saber que já há acções de formação a bordar a ética do karate-dõ.
    abraço,
    Luís Sérgio

    ResponderEliminar
  4. Armando,
    Muito sinceramente não acredito que tenha sido só este episódio a motivar tal ato da sra. Tipicamente são muitos os factores que levam a um desfecho trágico destes. Pode ter sido o acender do fosforo, mas o barril já devia ter muita pólvora. Claro que publicamente queremos responsabilizar alguém, e sim os locutores não estarão isentos de culpa, mas não serão os únicos.
    Abraço,
    Fernando Gonçalves

    ResponderEliminar
  5. Caro Dr. Armando, seria também útil abordar aqui os suicídios que acontecem no desporto e por causa deste. De certeza que as suas pesquisas devem possuir algo...

    Grande abraço
    JA Neves

    ResponderEliminar