terça-feira, 26 de março de 2013

A soberba e o despeito

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"(...) sempre me irritou a soberba dos vencedores, lamentável imbecilidade e disfarçada descrença em si, que necessitam gritar aos outros a imagem que pretendem que tenham deles. Como se a qualidade superior necessitasse de arautos... Numa lógica inabalável, são estes que mais revelam o despeito nascido das derrotas, incapazes de reconhecer as virtudes adversárias e as incapacidades próprias que caracterizam o desporto em irremediável alternância, seja qual for a duração de cada ciclo. Adeptos que reagem irracionalmente, dirigentes que desprezam a ética, técnicos que incham nas vitórias e estalam o verniz das derrotas, atletas que se julgam super-heróis imortais estão por todo o lado e são de todas as cores.

Haveria mais harmonia se, na vida, prevalecessem os princípios baseados no respeito pelo outro, na consciência das próprias limitações, na noção de que a vida se faz da complementaridade e alternância de papéis, na compreensão de que a existência humana é sequência de momentos que rapidamente podem transportar da glória e felicidade supremas à mais profunda miséria material e moral. Então, mais de acordo com os valores iniciais, o desporto seria eminente e universalmente educativo."*



Resumindo, é tudo uma questão de educação (não onde, nem por quem, nem quando, mas COMO!). No desporto, somos educados para a soberba e o despeito - e isso é reprodutivo! Há muito que venho defendendo que se deve ensinar crianças e jovens a sonhar mas a conhecerem os seus limites, a tentarem sempre mas a saberem quando devem parar, que se deve ensinar crianças e jovens a ganhar... e não como muitas vezes - a maior parte das vezes - se faz: "tens de aprender a perder"! Temos bons treinadores - visam o resultado - mas maus pedagogos!

*Opinião do Prof. Sidónio Serpa, hoje, em «A Bola», pág.30.

3 comentários:

  1. Sí, es cierto, en el deporte la gente está educada para el orgullo y el rencor. Es necesario invertir la situación.

    Karateka Raton siempre tiene la razón.

    Saludos desde España.

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  2. Na verdade, basta uma simples palavra : EDUCAÇÃO.
    Coisa que falta a todas as eleites nacionais, queria escrever elites, saiu eleites, não sei porquê?
    Abraço,
    Luís Sérgio

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  3. Sensei Armando:

    Não tenho dúvidas que em 99% dos casos a competição é orientada (e mal) para a vitória. Daí o desporto potenciar a soberba e o despeito. Os valores que se propalam são uma treta - falam-se mas não se praticam! O que é necessário é de facto "educação", o que compete à família mas do qual muitas se demitiram. Por isso se "colocam" muitas crianças no karaté: é para ver se ganha mais disciplina! Onde estão os pais?

    Motivo grande de reflexão!

    abraço amigo.

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