Não sou fã de Miguel Esteves Cardoso. Por isso mesmo sou
insuspeito! Começo por não perceber porque escreve “Facebook” e “Internet” com
maiúsculas… (tal como muita gente, tanta gente que às vezes até eu escrevo!) Mas tenho de me curvar perante o seu artigo “O pseudo-verdadeiro”, publicado no jornal «Público» a 17.02.2013,
na página 45. Aqui fica na íntegra, porque merece ser lido até ao final!
«Abre-se um jornal ou uma revista;
vê-se um anúncio de televisão; vai-se ao Facebook ou ao raio que o parta na
Internet e é tudo tão fake que o que
mais dói é ser tão aberta e facilmente descobrível ser tão fake.
Sempre foi assim. O que mais
horroriza agora é que as pessoas – os seres humanos com quem contactamos – não
só ecoam a falsidade do que recebem, acriticamente, online, como a prolongam e trazem para a vida real, como se fosse
verdade.
“Viste a mentira/hipocrisia/fraude
que eu usei para dizer bem, ironicamente, da mentira/hipocrisia/fraude com que
pareço andar obcecado, apesar de, presentemente, não estar?” E a resposta não é
tanto “sim” mas “por onde hei-de eu começar?”
Os americanos têm fake como dantes, como J. D. Salinger,
se dizia phoney, a fingir. As línguas
latinas não têm adjectivos à altura de tal baixeza. Chamamos hipócrita,
fraudulenta e armada em carapau de corrida a pessoa que tenta fazer passar-se
por quem não é.
Desde as relações públicas às
revistas ditas cor-de-rosa tudo é projectado e emitido com um sentimentalismo
mentiroso e ignorante, que desconhece a verdade e, através dessa ignorância,
atinge a inocência da gula de quem quer comer à custa da curiosidade de quem é
incapaz, por preguiça, incompetência e incultura, o que não lhe apetece nem
saberia apreciar.
Dantes a hipocrisia era mais
sincera: sabia-se o que era dito por ser esperado ou por ser boa educação.
Ainda era possível distinguir. Hoje já não é.»
Num blog sobre Karate-dō ou sobre desporto, um post destes? Quais os motivos? Fácil!... É só uma questão de fazermos o transfer! Alguns saberão o que quero dizer... ou então leiam o livro "Desporto - geometria de equívocos"* do recém eleito Presidente do COP, José Manuel Constantino, que aqui aproveito para saudar publicamente, enviando os meus parabéns, tal como ao Presidente da FNK-P, João Salgado, que integra a sua comissão executiva!
Num blog sobre Karate-dō ou sobre desporto, um post destes? Quais os motivos? Fácil!... É só uma questão de fazermos o transfer! Alguns saberão o que quero dizer... ou então leiam o livro "Desporto - geometria de equívocos"* do recém eleito Presidente do COP, José Manuel Constantino, que aqui aproveito para saudar publicamente, enviando os meus parabéns, tal como ao Presidente da FNK-P, João Salgado, que integra a sua comissão executiva!
*J. M. Constantino, 2006, "Desporto - geometria de equívocos", Lisboa, Livros Horizonte.
Caro Armando, na verdade o desporto nacional é uma geometria de equívocos. Não conheço o livro do senhor José Constantino, quanto ao "transfer" não arrisco, mas concordo que muito do que escreve MEC se pode aplicar ao nosso desporto.
ResponderEliminarAbraço,
Luís Sérgio
Caro Armando, na verdade o desporto nacional é uma geometria de equívocos. Não conheço o livro do senhor José Constantino, quanto ao "transfer" não arrisco, mas concordo que muito do que escreve MEC se pode aplicar ao nosso desporto.
ResponderEliminarAbraço,
Luís Sérgio
Sensei Armando:
ResponderEliminar"Dantes a hipocrisia era mais sincera: sabia-se o que era dito por ser esperado ou por ser boa educação. Ainda era possível distinguir. Hoje já não é." Porquê? Porque temos muitos a quererem agradar a deus e ao diabo, agregos e a troianos... muitos oportunistas.... e temos muitos exemplos no nosso meio!
Churchill dizia que o apaziguador dá de comer ao crocodilo na esperança de ser comido por último... Se não é difícil ver quem é o apaziguador, mais difícil será dizer quem é o jacaré e o corcodilo.
Abraço amigo.
Sensei Armando:
ResponderEliminar"Dantes a hipocrisia era mais sincera: sabia-se o que era dito por ser esperado ou por ser boa educação. Ainda era possível distinguir. Hoje já não é." Porquê? Porque temos muitos a quererem agradar a deus e ao diabo, agregos e a troianos... muitos oportunistas.... e temos muitos exemplos no nosso meio!
Churchill dizia que o apaziguador dá de comer ao crocodilo na esperança de ser comido por último... Se não é difícil ver quem é o apaziguador, mais difícil será dizer quem é o jacaré e o corcodilo.
Abraço amigo.
Caro Armando Inocentes:
ResponderEliminarMEC apresenta-nos aqui um dos ramos da sociedade de consumo (Baudrillard, Lipovetsky) em que até o superficial é consumível. A hipocrisia também é consumível, pois também é vendida e sem prazo de garantia!
Abraço amigo!