sábado, 11 de junho de 2016

A quem interessa o "Karate" no programa dos J. O.?

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Primeiro esclarecimento: o "Karate" já é olímpico há muitos anos!
Segundo esclarecimento: o "Karate" não faz parte do programa dos Jogos Olímpicos!
Terceiro esclarecimento: os dois anteriores esclarecimentos referem-se a duas coisas muito diferentes!!!
Não sou contra a inclusão do "Karate" no programa dos JO, mas a ser incluído não me restam as menores dúvidas que aumentarão - ou surgirão novos - casos de corrupção, violência, fraude, morbilidade, exploração infantil, doping... nem duvido que a publicidade, a política e a religião se irão imiscuir cada vez mais nesta (nessa) modalidade.

Argumenta-se que sendo o Jūdō e o Taekwondō olímpicos com presença no programa, nada disso aconteceu nestas modalidades. ERRADO!!! Basta as pessoas pesquisarem e documentarem-se...
E porque a memória é curta, aqui deixamos alguns exemplos... só como exemplo!

Marius Vizer, actual Presidente da FIJ,  aquando presidente do clube romeno Liberty Oradea, alegada-mente passou um cheque de 3.000 marcos à tripla de arbitragem que dirigiu a final da Taça dos Cam-peões Europeus de Jūdō por equipas em 1999 – e os romenos sagraram-se como novos campeões europeus frente aos ucranianos do Taifu –, facto denunciado pelo presidente da União Europeia de Jūdō de então.
Abril de 2007: o COI suspendeu o Presidente da FIJ, Park Yong-Sun, por cinco anos (violação dos princípios éticos do COI e da Carta Olímpica), após ter sido condenado pela justiça sul-coreana a três anos de prisão, com suspensão de pena, por desvio de fundos.
No Taekwondō, Yong Kim, Vice-Presidente do COI, em 2004, foi acusado de corrupção e posteriormente condenado...


(Pequim, J.O. 2008, Ángel Matos)


Alega-se que a inclusão da modalidade no programa dos JO traria mais visão à mesma e mais praticantes - únicos pontos que vimos esgrimir a favor até hoje! 
Mas colocam-se aqui duas questões: 1ª - Que visibilidade? Uma visibilidade do tipo de haver mais sponsors e com um maior aumento da publicidade à volta da mesma? 2ª - Que tipo de praticantes? Competidores especialistas só em Kata ou só em Kumite?
Por vezes também se aflora a questão de poder haver mais verbas tratando-se de uma modalidade com presença no referido programa. Pois aqui também se levanta uma questão: verbas para quê e para quem?
Jaime Reis, da UNAM, recentemente publicou esta foto, onde se podem ver dados de 2004 e de 2014 de duas modalidades, interrogando-se sobre a discrepância do financiamento entre as mesmas:


Assim, parece-me que a grande questão não é o "Karate" fazer parte ou não do programa dos Jogos Olímpicos, mas sim uma outra questão:
A QUEM INTERESSA O "KARATE" NO PROGRAMA DOS JOGOS OLÍMPICOS?


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