sábado, 4 de junho de 2016

Elucidem-nos!

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Ao lermos um jornal desportivo, não são só as letras gordas que importam. Na passada quinta feira, no jornal «A Bola», duas crónicas mereceram a nossa atenção: a de Jenny Candeias e a de António Simões. 

Isto porque, no momento em que muito (muitos) se deseja que o Karatedō entre para o programa dos Jogos Olímpicos, "(...) sem análises será difícil evoluir. Esta evolução tanto respeita o progresso dos praticantes, como o modo como técnicos apresentam o trabalho desenvolvido, por vezes confundido com um show. Umas vezes circense, outras vezes teatral. Ou seja, uma simbiose de qualidade duvidosa daquilo que faz muito bem o Cirque du Soleil." (Jenny Candeias, p. 39).

O panorama actual do Karatedō, a nível competitivo, faz-nos lembrar as palavras de Nélson Rodrigues, que nos são trazidas por António Simões (p. 45): "Existe uma aldeia espanhola em que as mulheres são quase bonitas, os homens quase honestos, as esposas quase fiéis, os ladrões quase ladrões."

Ao fazer-se desaparecer o sufixo «dō» do termo «Karatedō», para que a via desportiva singre (seja lá isso o que for!) porque a tradição (seja lá o que isso for!) já não é aplicável a essa mesma via, só se justifica que o Budō morreu... Necessário é que os defensores desta via nos elucidem se na mesma ainda existe o "dōjō"





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