domingo, 9 de agosto de 2015

J. O., projeções e mitos

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O antigo jogador inglês Gary Lineker explicou uma vez: “o futebol é um jogo para 22 homens, 11 de cada lado. Os jogadores chutam a bola de um lado para o outro. A bola tem de entrar numa baliza, defendida por um guarda-redes. O jogo demora 90 minutos e no final ganha sempre a Alemanha.”

Vem isto a propósito dos próximos Jogos Olímpicos, para os quais Portugal tem 115 atletas de 18 modalidades enquadrados no Projeto de Preparação Olímpica. Dez atletas integram o nível 1 (provável obtenção de medalha) e vinte e cinco o nível 2 (prováveis finalistas). 

Dos primeiros dez, seis são da canoagem (Fernando Pimenta, Emanuel Silva, João Ribeiro, David Fernandes, Teresa Portela e Hélder Silva), dois do judō (Telma Monteiro e Jorge Fonseca), um do taekwondo (Rui Bragança) e um do ciclismo (Rui Costa). 

Dos opinadores e "comentaristas" que polulam por aí, uns opinam que Portugal tem neste momento, teoricamente, sete/oito resultados que projetam possível medalha; outros, ficam-se pela projeção de 2/3 medalhas...

Ora, entendendo-se por opinião toda a proposição (verdadeira ou falsa) representativa que não é factual, constatamos que nenhum peso têm estas projeções... com a agravante de entrarmos no domínio das suposições.


A história do desporto mostra-nos que por vezes os maiores candidatos a vitórias fracassam no momento decisivo, tal como nos mostra o inverso (dir-me-ão que há um padrão médio: claro que há!). São demasiadas as variáveis que estão em jogo na prestação de um competidor nuns J. O. e por vezes nem todas são tidas em conta.

E chegados aqui, entramos no reino do mito da igualdade de oportunidades dos participantes no desporto. O desporto pretende apresentar a todos os seus interveniente directos uma igualdade de possibilidades dado que o espaço onde desenvolve as suas actividades assim como as normas que regem as mesmas são comuns. Mas o desporto ignora a igualdade de condições desses mesmos competidores – condições individuais diferentes (quer sejam de ordem genética, anatómica, fisiológica ou psíquica), condições de treino diferentes (no que diz respeito a metodologias, a instalações, a treinadores e a todo o restante apoio, incluindo o económico) e até diferentes condições de participação no momento (tempo) comum a todos os competidores (onde os antecedentes e todos os níveis de preparação emergem tal como as variáveis de circunstância momentâneas).

Por isso mesmo "no final ganha sempre a Alemanha.”
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