Mal terminaram os J. O. do Rio, logo as análises vieram a lume.
Porque foram os melhores de sempre para Portugal, porque não se atingiram os objectivos, porque...
Vitor Serpa («A Bola», 27.08.2016, p. 37) aponta como solução essencial "a escola. Enquanto o poder político evitar a abordagem do desporto na escola como uma prioridade de um entendimento de regime para o futuro do país, cá estaremos de quatro em quatro anos, a fazer ridículos exercícios de explicação dos resultados olímpicos."
Tomaz Morais («A Bola», 27.08.2016, p. 32) vai mais longe ao afirmar que tudo "começa na falta de bases desportivas e escassa importância que é dada à disciplina de educação física (EF) no ensino básico e secundário. A escola tem de servir para a aquisição de conhecimentos diferenciados ao nível da EF, incrementando a tão falada cultura desportiva e física. Aumentar a carga horária do desporto escolar (DE) é urgente, ligá-la com eficácia ao desporto associativo e acabar com a desvalorização dos professores enquanto educadores e pedagogos de excelência no desenvolvimento integral dos jovens são algumas medidas que poderiam resultar..."
Com a razão que ambos possuem - embora se possa perguntar com que condições -, chamo a atenção para o muito que se fala em Desporto Escolar e pouco se fala em desporto na escola. Sim, porque não são a mesma coisa!
Sidónio Serpa («A Bola», 06.09.2016, p. 32) coloca o dedo na ferida quando afirma que "as referências ao desporto escolar como solução são falaciosas. Ainda que o maior número de praticantes aumente a probabilidade de emergirem talentos, isso implicaria um programa consistente visando o alto rendimento."
Não nos basta ter atletas e treinadores de alto rendimento, é necessário ter organização, projetco, apoio especializado - económico, infraestruturas, condições de treino - e dirigentes desportivos e políticos também de alto rendimento.
E agora só duas pequenas reflexões...
1ª - Uma medalha de ouro olímpica em Espanha tem o prémio de 94.000 Euros - em Portugal 40.000 Euros (48.000 contra 25.000 para a prata e 30.000 contra 17.500 para o bronze).
2ª - Telma Monteiro, ao jornal «A Bola» (25.08.2016) afirmou: "Sei de quem foi dispensado do trabalho, mas não recebe porque a federação não tem dinheiro e o patrão não é obrigado a pagar-lhe."
Mais alguma coisa?
Daqui a quatro anos, depois de mais umas sardinhadas e de mais umas maratonas populares, cá estaremos a discutir o mesmo!
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