segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

No melhor pano cai a nódoa...

Recordo-me que por volta de 97 ou 98 rebentou o escândalo no futebol infantil nos Açores...
Recordo-me de Catherine Moyon de Baecque, abusada sexualmente pelos seus colegas masculinos da equipa de França durante um estágio organizado pela federação de atletismo em 1991, o que é descrito pela própria no livro “La Medaille et son Revers” (Paris, Albin Michel, 1997).
No sábado fiquei atónito... Tenho denunciado as perversidades no desporto e até as perversidades ne Karaté. De facto, não me tenho preocupado muito com as perversões, mas que elas existem, lá isso devem existir, porque onde há fumo há fogo...
Os termos perversão e perversidade designam uma anomalia no comportamento, mas é preciso não as confundir porque não têm o mesmo sentido: a perversão designa o desvio de uma tendência fisiológica natural. Falamos de perversão sexual quando a sexualidade se desvia do seu curso normal. A perversidade é mais intelectualizada: supõe uma recusa dos valores morais (corrupção, violência, doping, fraude...). A perversidade é uma atitude associal, que se transforma no comportamento daquele que prefere o mal ao bem em seu proveito próprio, podendo a perversidade não ser senão episódica, e definindo-se esta em relação a uma norma social conhecida. A perversão é patológica...


Basta consultar o Correio da Manha de 20 do corrente!

Sem mais comentários...

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1 comentário:

  1. Caro Prof. Armando Inocentes,

    Esta notícia deixa-me bastante chocada, porque curiosamente tive colegas de treino que fizeram um estágio de Verão na escola Torres Baena, efectivamente reputada por juntar a nata do kumite desportivo espanhol. Basta dizer só e apenas que Torres Baena é juntamente com Oliva Seba um dos cérebros do karaté desportivo em Espanha. É triste, muito triste que nos locais mais insuspeitos e junto dos profissionais mais reputados estes predadores sexuais se insinuem uma vida inteira para angariar as suas vítimas. Ainda que em boa verdade se diga que este problema nasce da patologia-disturbio da personalidade do perpetrador e não da modalidade ou do meio em causa. Seja como for é mais uma questão a colocar-se aos que supervisionam um desporto que tem a adesão das camadas jovens como tem o karaté - em que pessoas depositamos nós a confiança para lidar com os mais jovens e o que é feito ou é possível fazer para assegurar a sua idoneidade moral e competência pedagógica?

    E numa nota lateral gostaria de felicitá-lo por ter colocado aqui esta notícia, certamente demasiado embaraçosa para sites como o www.karatemrprepor.com ou quejandos serem capazes de divulgar.

    Um abraço,

    Maria Camarão

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