segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O País que temos... ou o País que somos!

---

Ao lermos o último post do meu amigo José Ramalho, no seu blog - que vivamente recomendo - gojuhoshindo.blogspot.com, sobre o campeonato do mundo de Goju-Ryu, verificamos que não é Portugal que é pequeno, os portugueses (pelo menos a grande maioria deles) é que são de uma pequenez tacanha! Pelo menos alguns… pois não nos podemos esquecer que entre muitos outros temos um António Damásio, um João Magueijo, um Nuno Crato, uma Mariza, um Cargaleiro, um Siza Vieira, uma Vieira da Silva, um Eduardo Lourenço, um Vítor Baía e um Luís Figo (teremos um Cristiano Ronaldo?), uma Ticha Penicheiro, um João Garcia, um Moniz Pereira, um José Mourinho, tivemos um Camões, um Pessoa, um Saramago, um Egas Moniz, um Bento de Jesus Caraça, tivemos um Carlos Lopes, uma Rosa Mota e um Nuno Delgado, tivemos os cinco violinos, tivemos um Eusébio, Torres, Águas e Coluna, tivemos uma Amália, tivemos um Salgueiro Maia…

Num país em que um homem (Jaime de Ó, de 68 anos) em Idanha-a-Nova conhecido por violar animais, desde galinhas a burros, aparece morto com várias facadas no peito e no ânus; num país em que, em Celorico da Beira, um agricultor (Jorge Rodrigues, de 34 anos) está a ser julgado por conduzir com excesso de álcool uma carroça puxada por uma burra; num país em que o Presidente da Federação Portuguesa de Futebol conseguiu evitar a demissão do Conselho de Disciplina e do Conselho de Justiça dessa mesma Federação, porque ambos «não queriam pactuar com ilegalidades» (veja-se o «Correio da Manhã» de 26 do corrente, ontem, página 38); num país em que não integra a Comissão para a Justiça Desportiva um doutorado que lecciona há seis anos consecutivos numa Universidade pública a inédita disciplina de Direito do Desporto, que é reconhecida pelos seus pares académicos mesmo de outras Universidades e que possui trabalhos científicos publicados entre nós e no estrangeiro (veja-se o jornal «Público» também de ontem, página 31); num país em que, na nossa modalidade, não existe uma Associação Nacional de Treinadores; num país em que durante um ano a Federação Nacional de Karaté – Portugal não promove nenhum curso de Treinadores, embora no seu plano e orçamento conste a realização em 2010 de quatro cursos, um de cada nível, quando até Dezembro deste ano (estarei a antecipar-me?) poderia pelos menos realizar um Curso de Treinador Monitor e um Curso de Nível I; num país onde os Treinadores de Karaté aguardam (e continuam a aguardar) as suas notas do CTNII (Barreiro), CTNI (Açores) CTNII e CTNIII (Lisboa); num país em que esta Federação lança o calendário de actividades para 2010-2011 e sobre formação nada consta; num país em que esta mesma Federação possui um “Assessor Técnico do Departamento de Formação” e que, dada a inexistência de um Director do Departamento de Formação (ou de alguém que tenha assumido essas funções, facto que desconhecemos), poderia solucionar estas lacunas (lembram-se que todos os anos, em Setembro, se realizava uma Acção de Formação de Formadores? Recordam-se que a FNK-P possui uma bolsa de cerca de duas dezenas de formadores nas várias áreas?)…

Neste país acreditamos que já tudo é possível, até o impossível e o altamente improvável!

Mas como estamos habituados a consumir só aquilo que nos dão, continuemos a consumi-lo, pois “a inequação do consumo domina a actividade do mundo moderno de uma forma cada vez imperativa pela determinante do lucro da globalização da economia mundial” como nos dizia Nuno Grande, no «Jornal de Notícias de 30.08.2007, na sua página 19. Dizia-nos ainda que “de facto, em todos os sectores da economia, criar falsas necessidades é fundamental para que os recursos sejam sempre insuficientes, e desse modo, a procura seja já garantida aos produtores”. Logo, infelizes dos “produtores” que nem essas falsas necessidades conseguem criar…

Mas alegremo-nos (a alegria dos infelizes é não estarem sós na sua miséria – não me recordo do autor, terá sido Victor Hugo?) pois, aliás, não somos só nós… Em Moçambique (onde também se fala português) uma fábrica de aguardente de determinada marca promoveu um concurso para eleger o «homem mais bêbado do mundo». Ofereceu cinco garrafas da mesma a cada um dos concorrentes e a conclusão foi… … a morte de cinco dos participantes!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Seminário para Treinadores

A Kaizen Karate Portugal é uma associação recente. No entanto temos diversos treinadores com mais de 20 anos de experiência.
Com a plena consciência que o futuro do Karate reside (também) na formação de crianças e jovens Karatekas, reconhecemos que existe no seio do nosso grupo uma lacuna nessa área.
De forma a preencher e colmatar essa lacuna, desafiámo-nos a organizar um seminário com treinadores nacionais de topo (Armando Inocentes, Joaquim Gonçalves, João Dias e Ricardo Camisão).
Certos que a formação ministrada será relevante para todos os agentes de ensino envolvidos nestas actividades, decidimos estender a mesma a todos os treinadores interessados em participar, independentemente da sua filiação.
Foi estabelecido um protocolo com a FNK-P que atribui 2 créditos a todos os treinadores participantes.
O seminário realiza-se no dia 23 de Outubro no Pavilhão Municipal do Alto do Moinho - Corroios, com início pelas 9h00 e términus às 18h30. Do mesmo constará uma componente teórica e uma outra prática.
O valor de inscrição será de 25€ nas inscrições efectuadas até dia 15 de Outubro.
Após esta data, a inscrição só poderá ser efectuada no local, pelo valor de 30€, com aceitação sujeita ao número de vagas existentes.
Todas as informações poderão ser obtidas através do telemóvel 918 503 932 ou do e-mail kaizen.k.portugal@gmail.com.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A importância da Bunkai

(foto de Gerardo Quintana, ogkklanzarote.blogspot.com)
---
Há a tendência para definir o Karaté como «a via das mãos vazias» numa perspectiva etimológica. Atendendo ao conteúdo da actividade, a definição far-se-á pela eficácia (resultado) da técnica aplicada num determinado contexto táctico.
---
Tendência também para definir a Kata como a «essência» do Karaté.
---
Mas deveremos questionar se não serão demasiado superficiais estas questões.
---
Em primeiro lugar, porque encarando o Karaté como um manancial de técnicas que, se dirigidas a pontos vitais, poderão ser letais, a segurança e a integridade do parceiro de treino ou do adversário são fundamentais. Por isso mesmo a ênfase dada ao «controlo» no treino e na competição. Daí o preferir utilizar o termo «respeito» como sinónimo de Karaté. Dentro e fora do Dojo! Não será por acaso que em Okinawa existe um provérbio que reza “se respeitares os outros, eles respeitar-te-ão a ti!”.
---
Quanto à essência do Karaté, parece-me que não será de colocar a tónica na Kata mas sim na sua Bunkai. As inúmeras “técnicas escondidas” na Kata só se revelam na sua Bunkai… e esta é de tal modo relevante que a própria competição por equipas acabou por a adoptar…

Cada Kata possui a sua Bunkai Oyo, conhecida da maior parte dos treinadores e dos praticantes que, de facto, introduzem esta dimensão do seu próprio ensino e treino, como forma de melhor compreenderem a Kata, fazendo assim a sua análise e o seu estudo, pois esta não é uma mera coreografia – como pode parecer aos olhos do leigo – mas sim a representação de um combate real contra quatro adversários imaginários situados nos planos anterior, posterior e laterais mas que se podem deslocar hipoteticamente para planos diagonais.

Mas a partir da inicial Bunkai Oyo desenvolve-se um processo de revelação da aplicação prática da “técnica escondida” e um outro de criação quando existe pesquisa e investigação que nos levam a outras formas de Bunkai da mesma Kata mais evoluídas, mais elaboradas e mais “eficazes” com o devido «respeito» pelo acompanhante, pois a Bunkai é uma prática biunívoca.

Deixa então de ser uma tarefa fechada para se tornar numa tarefa aberta onde a criatividade, na impossibilidade de ser aprendida, se torna numa exercitação e numa busca constante.

Conclui-se então que o treino de Kata sem treino de Bunkai é incompleto, o que acaba por diminuir a "eficácia" do Karaté reduzindo a sua "essência"...


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Demonstração em início de época

Integrada nas Comemorações do 30º aniversário da Freguesia de Alfragide, levou-se a efeito no Pavilhão da Quinta Grande, no passado domingo, organizada pela Associação de Jovens de Alfragide - Velas da Juventude, uma demonstração de Kempo e de Karaté.

A representação do Karaté esteve a cargo dos praticantes do Quinta Grande Health Club e do Tapada Kids representando a Portugal Goju-Ryu Karate-Do Shinkokai, que procuraram apresentar uma visão global desta modalidade nas componentes de Kihon, Kumite, Kata e Bunkai.

----
Após a saudação e a execução de técnicas paradas, deu-se seguimento à execução de técnicas de braços e de pernas com andamentos (Kihon).


Foi exemplificada a execução das técnicas anteriores com parceiro, mostrando-se como a cada ataque corresponde uma defesa e, num segundo tempo, um contra-ataque. Apresentou-se assim o Ippon Kumite e de seguida, específico do Goju-Ryu, o Sandan Uke Barai.


Os mais graduados tiveram a oportunidade de demonstrarem outras aplicações de Ippon Kumite mais avançadas.


Cada grupo, etário e/ou por graduações, fez a apresentação de algumas Katas, cabendo aos mais avançados a apresentação da Kata Sepai.



Desta Kata foi apresentada a sua Bunkai, procurando-se demonstrar a sua análise e a aplicação prática da sua sequência de técnicas.



A parte do combate livre também teve o seu momento, que esteve a cargo dos mais graduados ao apresentarem Randori e Kumite.




Os mais jovens, já iniciados na competição, puderam apresentar uma demonstração de Shiai Kumite (combate livre), embora não arbitrada.


Para a posteridade, os praticantes posaram na companhia da Dr.ª Beatriz de Noronha, Presidente da Junta de Freguesia de Alfragide, e do Dr. Luís Festas, responsável na mesma pelo pelouro do desporto, cultura e juventude.


Acompanhados dos pais e familiares, alguns dos quais pela sua primeira vez assistiram à apresentação de um resumo do do programa de ensino do Goju-Ryu Karate-Do e ao seu desenvolvimento.


Um início de época um pouco diferente mas movimentado...

sábado, 11 de setembro de 2010

Duas notícias...

---
A primeira notícia faz-nos deparar esta semana com o falecimento do holandês Anton Geesink...
Um nome desconhecido para a maioria dos praticantes de Karaté porque Geensing foi um dos expoentes máximos do Judo, sendo membro do Comité Olímpico Internacional desde 1987.

Competindo na categoria mais pesada, Geesink foi o primeiro ocidental a conquistar um título internacional nesta modalidade. Geesink foi bicampeão mundial - primeiro em Paris, em 1961 e depois no Rio de Janeiro, em 1965, quebrando assim a hegemonia japonesa.
Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964, após os japoneses já terem conquistado três (leves, médios e semi-pesados) das quatro medalhas de ouro que se encontravam em disputa na estreia da modalidade em Jogos Olímpicos, aguardava-se com expectativa o open. Ninguém acreditava que a supremacia nipónica seria posta em causa!
No Nippon Budokan Hall, bastaram 9 minutos e 22 segundos para Geesing derrotar o tri-campeão nacional japonês Akio Kaminaga, diante de 15.000 pessoas.
O Japão ficou em estado de choque, ao ver contrariada a teoria de que um judoca hábil poderia derrotar qualquer adversário, de qualquer tamanho. Dois anos após a derrota, Kaminaga suicidou-se como forma encontrada para pedir perdão pela derrota.
Mas nestes mesmos Jogos Olímpicos o Japão sofreu outro desaire, desta vez na maratona: Kokichi Tsuburaya, favorito, viu-se relegado para um segundo plano durante toda a corrida por Abebe Bikila. À entrada no estádio, Tsuburaya entrou isolado na segunda posição, mas nos últimos duzentros metros viu-se superado pelo inglês Basil Heatley, tendo de se contentar com a medalha de bronze. Nove meses antes dos Jogos Olímpicos do México, após o calvário de algumas lesões, Tsuburaya concluíu que seria impossível chegar à vitória nos mesmos. Mais um suícidio honroso: Tsuburaya cortou as carótidas com uma lâmina de barbear e deixou escrita uma só frase lacónica: "não posso correr mais".
---

A segunda notícia, também desta semana, leva-nos ao futebol e ao Barcelona. A Direcção deste Clube anunciou a criação de um código ético para evitar que se repitam casos de corrupção e e uma gestão mais transparente da Direcção, ao mesmo tempo que também vai criar uma denominada «comissão de controlo e transparência».
---
Exemplo que deveria ser seguido por todas as organizações deportivas... pois como dizia o prémio Nobel russo Alexander Solzhenitsyn, "porque hesitar , se teremos de tomar essa decisão, inevitavelmente, algum dia? Porque repetir o que outros fizeram e seguir o angustiante percurso até ao fim, quando não estamos ainda tão adiantados a ponto de não podermos retroceder? Se o que está à frente da coluna exclama «estou perdido», temos, necessariamente de ir até ao ponto em que ele percebeu o seu erro e, somente depois de ali chegar, iniciar o caminho de regresso? Porque não retroceder e enveredar logo pelo caminho certo, onde quer que nos encontremos?". Solzhenitsyn ainda admitia que quem estava à frente da coluna desse conta do seu erro... Mas o que acontecerá se esse não perceber o seu erro? Ou os seus erros?...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Motivação no Desporto - um workshop da Kaizen

Uma Associação que se preze contribui para o desenvolvimento dos seus associados. Foi o que demonstrou a Kaizen Karate Portugal ao oferecer a todos os seus instrutores/treinadores, no passado domingo, um workshop sobre Motivação no Desporto, orientado pela Psicóloga Fátima Ramalho, nas instalações da APPAM, a qual contou com cerca de vinte formandos.

Um workshop com a duração de quatro horas, na qual foram apresentados e discutidos mitos sobre a motivação, factores intrínsecos e extrínsecos de motivação de treinadores e praticantes, assim como de estratégias de motivação.
---
Para além dos instrutores da Kaizen, realce para a participação dos nosso colegas Leonardo Pereira e Carlos Pereira, tendo este último orientado da parte da tarde um treino de Shitei Kata, em que Saifa e Sepai foram analisadas competitivamente do ponto de vista da perspectiva do árbitro.

Pela iniciativa e pela reslização desta acção de formação, está a Kaizen de parabéns, assim como todos os que perderam o seu domingo ganhando ferramentas úteis para o seu desempenho na modalidade! Pela organização, pela transmissão de conhecimentos e pela camaradagem, os meus agradecimentos à Dr.ª Fátima Ramalho e aos meus amigos João Ramalho e Carlos Pereira. Um obrigado também ao José Ramalho pela foto.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Resposta ao desafio...

Lançado que foi o desafio de férias, responderam ao mesmo os meus amigos Bruno Afonso, Diogo Ribeiro, Dário Almeida, Hugo Sousa, Carlos Rodrigues e Fernando Gonçalves.

E o desafio lançado foi o seguinte:

Há aqui três afirmações verdadeiras.
No Karaté existem 4 estilos principais.
As origens do Karaté situam-se na Índia.
O termo Karate-Do foi formalizado em 1936.
Chojun Miyagi foi o fundador do Shito-Ryu.
Kihon, Kata e Kumite são os principais elementos do Karaté.

A única coisa que teriam de fazer era transcrever as três frases correctas para o comentário e enviar.

Vamos analizar as frases, começando por ordem inversa.

A última frase - Kihon, Kata e Kumite são os principais elementos do Karaté - não se pode considerar correcta, dado faltar «Bunkai», um elemento essencial. Conhecemos inclusivamente a importância da bunkai na competição em Kata equipa... No documento intitulado "O Âmago do Karaté", incluído num dos Manuais dos Cursos de Treinadores da FNK-P, Abel Figueiredo apresenta o seguinte organigrama:


Inclusivamente, no livro "Karaté: entre a tradição e a modernidade", editado pela FNK-P, no capítulo "A emergência do Karaté moderno e o seu âmago" o mesmo autor afirma que "hoje, a saudação ao adversário continua a ser o espaço ritualizador da ética essencial ao combate ritualizado (kumite), assim como à execução dos exercícios de treino com parceiro (bunkai) e sem parceiro (kihon e kata)". Ora, sendo a Kata um combate real contra adversários hipotéticos, a sua verdadeira compreensão - e execução - só se realizará com o conhecimente e a mestria da sua Bunkai.
---
A penúltima frase, como é fácil de constatar, é falsa. Todos sabemos que Chojun Miyagi foi o fundador do Goju-Ryu, sendo o Shito-Ryu fundado por Kenwa Mabuni.
---
Completamente correcta a frase «O termo Karate-Do foi formalizado em 1936». Como sabemos, Chomo Hanashiro (1869-1945) foi o primeiro Mestre a propor desde 1905 a mudança do nome da arte marcial praticada até então em Okinawa para Karaté. Em 1933 o Dai Nipon Butokukai lançou aos mestres do Tode ou de Okinawa-Te um repto baseado em 4 critérios para que a sua prática fosse reconhecida oficialmente: 1 - desenvolver um uniforme standard; 2 - adoptar o sistema de graduações dan/kyu de J. Kano; 3 - estabelecer um sistema de ensino/avaliação; e 4 - mudar o primeiro ideograma e adicionar o sufixo Do (Patrick McCarthy, in "The Bible of Karate - Bubishi").


Os caracteres iniciais que significavam "mão da China" passaram a ser escritos com outros caracteres, estes designando "a via das mãos vazias".
Em 1936 reuniram-se os principais Mestres de Okinawa, a aí eles tomaram a decisão de uniformizar o nome «Karate-Do». Nesta foto de 1937 podemos ver em pé, da esquerda para a direita, Shinpan Gusukuma, Tsuyoshi Chintose, Shoshin Shibana, Genwa Nakazone e na fila de baixo, sentados, Chotoku Kyan, Kentsu Yabu, Chomo Hanashiro e Chojun Miyagi.
---



Passando para a frase «As origens do Karaté situam-se na Índia», verificamos que a mesma não é verdadeira pelo exposto anteriormente, apesar de, segundo a lenda, se constar que Bodhidharma (aproximadamente no início do século V), um monge Budista, se deslocou da Índia para a China, aí influenciado a prática das artes marciais. Sabemos que, de facto, na Índia existe um dos mais antigos métodos de combate, o Kalaripayat, e que vários Mestres de Okinawa se deslocaram à China para estudarem com outros Mestres... Mas as origens do Karaté situam-se em Okinawa!

Sem discussão o facto dos quatro principais estilos serem o Shotokan, o Shito-Ryu, o Goju-Ryu e o Wado-Ryu, apesar de haver mais estilos. Assim, podemos considerar verdadeira a frase «no Karaté existem 4 estilos principais».

Verificamos agora que temos três frases falsas e duas frases correctas... Ora, a perspicácia do Karateca e/ou do Treinador, dado que era pedido que transcrevessem as três frases correctas, levar-nos-ia a ter de considerar correcta... a primeira frase... porque esta também constava do conjunto! Teriam de ser então transcritas as seguintes:

Há aqui três afirmações verdadeiras.

No Karaté existem 4 estilos principais.

O termo Karate-Do foi formalizado em 1936.

Claro que existia no meio de tudo isto um exercício... ou uma rasteira... e ninguém transcreveu as frases correctas para o comentário. Mas aqueles que responderam ao meu desafio vão na mesma receber o livro que prometi entregar a quem acertasse (o Hugo e o Fernando já o possuem, e irei combinar via e-mail a melhor maneira de o fazer chegar às vossas mãos).

A todos, o meu obrigado!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Após férias... o regresso!

E após este interregno, cá estamos de novo…
Uma pausa dominada pelos fogos florestais, por acidentes nas auto-estradas, por debates sobre um guarda-redes (afinal, o único da equipa que não pode falhar!), pelo facto de um seleccionador ter “perturbado” um controlo anti-doping, pelos casos mediáticos resolvidos (ou não resolvidos) na justiça, pela provável eliminação dos «chumbos» nas escolas – deixaremos de nos preocupar com o insucesso escolar e passaremos só a preocuparmo-nos com o analfabetismo (pelo menos elimina-se um problema!)…
Laura Decker lá partiu para a sua volta ao mundo, de Portimão ou de Gibraltar (não chegámos a conclusões), um clube inglês contratou um jogador português que nunca passou pelo escalão mais alto do nosso futebol… e lá continua este país onde existe cerca de 32% da área mundial de sobreiros a ser o maior exportador mundial de cortiça (8oo milhões de Euros por ano em produtos) mas a ser um dos maiores importadores de rolhas…
Dos primeiros Jogos Olímpicos da Juventude (entre os 14 e os 18 anos), em Singapura, voltámos todos alegres e contentes com três medalhas – entre 204 países, competindo em 26 modalidades, Portugal fez-se representar por 19 competidores em dez dessas modalidades: atletismo, canoagem, ciclismo, ginástica, natação, remo, taekwondo, ténis de mesa, vela e triatlo. Ouro no triatlo por estafetas, prata em taekwondo e bronze na natação. Uns Jogos Olímpicos da Juventude dos quais o Karaté não consta…
Um país pequenino em que continuamos a ser pequeninos, apesar do chavão de que o que é nacional é que é bom, porque continuamos a recusar pensar grande… Lembro-me aqui de uma citação de Máximo Gorki, no sugestivo título «A Canção do Falcão», onde dizia que “a quem nasceu para rastejar não é possível voar”!
Mas cá estamos de novo… recomeçam os treinos, começamos a tratar das inscrições na Federação dos nossos alunos, conhecemos o programa de competições e de arbitragem… mas nada mais, pelo menos até agora, mas ainda estamos no início...
Quero agradecer aos sete magnifícos (até agora) que aceitaram o meu repto do desafio de férias mas, como prometido, vamos aguardar até ao dia 5.