segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Motivos e necesidades de uma Conferência

O desporto sempre esteve intimamente ligado a inúmeras e diversas for-mas educativas, culturais e formativas, o que fez com que o considerássemos uma escola de virtudes. E ética desportiva, o fair play e o espírito desportivo isso nos mostram...
Mas a bivalência do desporto acaba por fazer despontar no seu seio as suas perversidades: a violência, o doping, a corrupção, a fraude desportiva, a morte súbita, as lesões permanentes e a a exploração infantil entre outros...
A morte de um jovem de 15 anos em campo no sábado, do Paços de Ferreira, a violência num jogo de râguebi e as agressões a um árbitro num jogo de andebol nos juvenis ontem, levar-me-ão a abordar todos estes temas na Conferência de 11 de Dezembro.
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Temas esses todos eles presentes na obra que será oferecida aos partipantes "Da Ética Desportiva às Perversidades no Desporto... ou das virtudes às violências no e do desporto" (quem quiser dar uma vista de olhos pode consultar http://eticadesportiva.blogspot.com/).
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O Prof. Dr. Vítor Ferreira, da FMH-UTL, irá mostrar-nos como a Pedagogia do Desporto está nas origens da Ética Desportiva - o treinador tem neste aspecto um papel fulcral - e como esta nos pode levar à verdade desportiva.
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Os 52 casos de doping positivos de 2006 (mais 3 casos que em 2005), os 44 casos positivos em 2007 (dois dos quais no Karaté), os 51 casos positivos de 2008 e os 47 casos positivos em 2009 (mais um na nossa modalidade!) darão o mote ao Editor Executivo do Jornal «A Bola» António Simões para a sua intervenção, culminando a Conferência com a análise do caso Queiroz apresentada pelo Prof. Dr. José Manuel Meirim (FMH-UTL e FD-UNL) - será um caso de luta contra o doping?
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Os trabalhos iniciam-se às 14.30 horas e no final, haverá uma mesa redonda com os quatro conferencistas, após um coffee break às 17.00 horas.
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A organização, a Associação 'Velas da Juventude', solicita-me para apresentar a seguinte mensagem:
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INFORMAÇÕES e esclarecimentos serão prestados através do telemóvel n.º 919 048 396.
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As INSCRIÇÕES poderão ser presenciais na Junta de Freguesia de Alfragide ou através do e-mail
velasdajuventude@gmail.com com o depósito ou a transferência bancária através do NIB 0036 0077 9910 0082 6259 5 do montante de 15€ (quinze Euros) e envio de comprovativo digitalizado para o referido e-mail ou via Fax n.º 21 471 93 96 (J. F. Alfragide) ATÉ AO PRÓXIMO DIA 26 de Novembro.
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As inscrições no local serão a 20€ (20 Euros) e limitadas ao número de vagas.
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O NÚMERO de vagas é LIMITADO a 40 (quarenta) participantes.
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A Junta de Freguesia de Alfragide emitirá um diploma de participação a todos os presentes certificando cinco horas de formação.
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JÁ NÃO FALTA MUITO!... ...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O nosso país... desportivo!

Quem leu ontem o jornal «Record», nomeadamente a crónica de Rui Santos intitulada "Nós pagamos!", na página 2, se não sabia ficou a saber que o Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madaíl, que ocupa o cargo há 14 anos, tem como ordenado mensal cerca de 13 300 Euros, mais 160 mil Euros anuais para despesas de representação...
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Quem leu ontem o jornal «Record», na sua página 39, ficou a saber ainda mais: ficou a saber que temos no nosso país mais de 609 mil pessoas no desemprego...
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E quem leu a última página do mesmo jornal ficou a saber que a empresa que organizou a Volta a Portugal em Bicicleta ou o Estoril Open, ou ainda o Lisboa-Dakar (estamos a falar da João Lagos Sports!) foi tomada pelo seu maior credor, o Banco Espírito Santo... Pedro S. Guerreiro, director do Jornal de Negócios, termina a sua crónica com as seguintes palavras "Nas recessões sobram poucos amigos. Como bem o sabe Portugal, que efabulou um modo de viver inviável e financiado por bancos estrangeiros, como se não houvesse limite. Havia: ei-lo."

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Gala do desporto

Na 15ª Gala do Desporto, Rosa Mota e Carlos Lopes receberam o Prémio Mérito Desportivo - Alto Prestígio CDP. Inquestionável pelo modo como projectaram Portugal para além fronteiras...
Nos cem desportistas dos 100 anos da República, o mais velho a ser galardoado foi Moniz Pereira... um treinador com méritos mais que confirmados!
Nos vencedores, na categoria de Treinador, o prémio foi para o mediatizado Tomaz Morais, tal como na categoria da «atleta feminina» o prémio foi para Telma Monteiro, também ela própria bastante mediática - isto de fazer anúncios para a televisão também dá os seus frutos (sem demérito para os resultados desportivos alcançados por ambos...). Já nas outras categorias os vencedores são mais ou menos desconhecidos do grande público: João Silva, triatlo (atleta masculino), Joana Vasconcelos, canoagem (jovem promessa) e para as «equipas», o prémio foi para a selecção sub-23 velocidade (canoagem) - talvez brevemente os vejamos na televisão a promover um banco ou uma marca de iogurte....
Eu teria apostado na categoria de «atleta masculino» em João Garcia, o homem que colocou a bandeira de Portugal no cume do Evereste "por uma questão de respeito"! E não só: por aquilo que já passou e por fazer parte de um restrito grupo a nível mundial.

Mas se aparecem nomes como Artur Agostinho e Ribeiro dos Reis, homens do jornalismo, a minha grande incompreensão vai para o não aparecimento do nome de uma pessoa que tem tanto dado aos desporto: Manuel Sérgio!
Diz o Presidente da CDP que "os nomes foram ou são de reconhecido mérito e que protagonizaram momentos inesquecíveis para o desporto português ou evoluções decisivas para as actividades em que estiveram envolvidos. Mais nomes haverá, é verdade. Isso só prova o valor dos desportistas portugueses e a importância do nosso desporto." (A Bola, 16.11.2010, p. S03). Tem razão, mas esquecer um nome como o do Professor Manuel Sérgio, é crime lesa magestade... (Foto Rui Raimundo/ASF, in A Bola, 16.11.2010, p. 34)

Três dos eleitos estiveram ausentes: Nelson Évora, Rui Silva e Fernanda Ribeiro, por uma questão de solidariedade para com os seus treinadores, não nomeados como referido no post anterior.
Quem leu «A Bola » de hoje constatou que Carlos Paula Cardoso não concordou com estas ausências e disse que "tem de haver fair play, afinal, estamos a falar de desporto". Mas será o fair play válido só para o desporto?
Melhor ainda o que disse Laurentino Dias, Secretário de Estado do Desporto: "Preocupava-me era se fossem baixas de peso no desporto nacional!"
Concluímos que, afinal, os três olímpicos ausentes e os respectivos treinadores não são baixas de peso...
Para já não falar nos motivos pelos quais não foi nomeada Aurora Cunha...
Assim vai o nosso desporto...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Os cem desportistas dos cem anos da República sem karatecas


A Confederação do Desporto de Portugal homenageia hoje os cem desportistas dos cem anos da República sem nenhum karateca... apesar de termos alguns campeões mundiais dentro de vários estilos!
Mas não são só os karatecas os preteridos... pois Treinadores de relevo também o foram!
Treinadores de campeões olímpicos, tais como João Ganço (sim, o treinador de Nélson Évora, campeão olímpico e mundial), José Pedrosa e João Campos não são homenageados..
Triste vida a de treinador, mesmo quando tem atletas de real (monárquica ou republicana!) valia!
Assim vai o reconhecimento do desporto em Portugal!
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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

As federações desportivas, a legalidade e a pizza

No jornal "Público", do passado dia 7, domingo, na sua página 31, a crónica do Prof. José Manuel Meirim sobre a caracterização das federações desportivas como asssociações desportivas de direito privado era bastante elucidativa.
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Por isso mesmo, com a devida vénia ao autor e ao jornal, aqui a transcrevemos.
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1. A propósito da Federação Portuguesa de Futebol não ter ainda adaptado os seus estatutos ao novo regime jurídico das federações desportivas e do estatuto de utilidade pública desportiva, surgem – até provenientes das mais inesperadas proveniências – alusões a que essa federação desportiva vive na ilegalidade e, consequentemente, em alguma medida, a própria Liga Portuguesa de Futebol Profissional. O mesmo discurso, embora com diferenças significativas, tem lugar no que respeita à Federação Portuguesa de Vela. Sejam-nos permitidas algumas observações sobre esta matéria.
2. Em primeiro lugar, diga-se que a questão da eventual ilegalidade é focalizada na não adaptação dos estatutos de acordo com o diploma referido. Ninguém parece estar preocupado com outras ilegalidades que se possam verificar, quanto a todas as federações desportivas e outras organizações desportivas, nos mais diversos e amplos segmentos de obrigações que têm de cumprir por imposição da lei e do Estado. E não seria de todo despiciendo que houvesse fiscalização pública nesses outros domínios, tão ou mais importantes do que o registo estatutário das federações desportivas.
3. Em segundo lugar, dir-se-á que mesmo no que respeita à adaptação estatutária das federações desportivas, o Estado, e em particular Laurentino Dias, tem sido de uma hipocrisia política sem limites. Em Agosto de 2009 propagandeou que todas as federações – menos algumas excepções - tinham aderido à legalidade, sem se dar ao trabalho de ler o conteúdo dos estatutos aprovados. Mais tarde, último trimestre desse ano, foram muitas dessas federações obrigadas a realizar novas assembleias gerais para responder aos reparos do Instituto do Desporto de Portugal. Estarão todos esses estatutos de acordo integral com a lei? E os regulamentos eleitorais? Suspeito bem que não. Não estiveram no passado, aquando da reforma de 1993, não estarão também agora.
4. Ora, quando se qualifica a situação da Federação Portuguesa de Futebol, como sendo de uma vivência ilegal, por não ter ainda adaptado os estatutos de acordo com a lei, está-se a cometer um erro. As federações desportivas são associações privadas sem fins lucrativos. Assim, o seu registo legal primário é o privado. Todavia, as federações desportivas podem – dir-se-ia são obrigadas por motivos financeiros – a requerer ao Estado a atribuição do estatuto de utilidade pública desportiva. Quando dele titulares algo se transforma. Não a natureza privada da federação desportiva, mas parte da sua actividade. Antes privada, passa a ser pública (a regulamentação e disciplina das competições). Uma das obrigações decorrentes desse estatuto é o da federação passar a contar com estatutos modelados pelo Estado e plasmados no mencionado regime jurídico. Se não tiver tais estatutos, tal representa um fundamento para o Estado sancionar a federação desportiva em causa, suspendendo ou cancelando o estatuto de utilidade pública desportiva, dessa forma cortando uma espécie de cordão umbilical com a federação desportiva.
5. Tal conduz a que a federação desportiva passe para um “estado de ilegalidade”? Não. Tal somente leva a que o Estado não a reconheça como interlocutora válida, não lhe delegue poderes públicos e não a apoie, desde logo financeiramente. A federação desportiva, porém, continuará dentro do quadro da legalidade que lhe é primário, ou seja, o de uma associação privada sem fins lucrativos.
6. Usando o exemplo da pizza Margarita, massa alta, com ananás e bacon. Uma federação desportiva é, acima de tudo, uma pizza Margarita, sem ingredientes. Contudo, pode-se pedir que se junte ananás – a mera utilidade pública – e o bacon – o estatuto de utilidade pública desportiva. Nada obsta, contudo, que se coma a pizza sem ingredientes adicionais.
7. Uma pérola de legalidade para Laurentino Dias e o IDP fiscalizarem (?). A Federação Portuguesa de Remo tem uma assembleia geral convocada para o próximo dia 13. Eleições? Nada disso. Um voto de confiança da Assembleia Geral para que os actuais órgãos sociais “concluam o seu mandato até ao final do actual ciclo olímpico”.
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Por aqui se vê o que vale a nossa Federação ter os seus estatutos aprovados e actualizados... Mas, e quanto a eleições?
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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Aqui tão perto, tanto por tão pouco!...

Uma grande comunidade de bloguistas deu a conhecer e publicitou nas suas páginas a Conferência sobre Ética e Desporto a ser realizada pela Associação "Velas da Juventude".
Destacamos entre outros os blogs gojuhoshindo.blogspot.com (José Ramalho), karlosdo.wordpress.com (Carlos Rodrigues), kaizenkarateportugal (João Ramalho), sebentakarate.blogspot.com (Diogo Ribeiro), eticadesportiva.blogspot.com (Armando Inocentes) e aladerei.e-xadrez.com (Francisco Vieira), tal como este próprio blog e ainda a ammamagazine.com (Carlos Sequeira Rodrigues).
Esta é uma demonstração do reconhecimento da competência dos conferencistas e da qualidade dos temas a serem abordados. Para mim será uma honra estar ao lado do Prof. Dr. José Manuel Meirim, do Prof. Dr. Vítor Ferreira e do Editor Executivo de «A Bola», António Simões.
Quatro horas e meia de prelecções e debates com a oferta de um livro e de uma pasta com documentação, assim como a atribuição de um diploma de participação (e ainda por cima com coffee break!) por uma inscrição de 15 € (quinze euros), nem parece ser o que se pratica hoje em dia... em iniciativas semelhantes a esta!... E tudo à distância de um "clic" para velasdajuventude@gmail.com .
Portanto, parece-me que não é só a Associação organizadora que está de parabéns, mas também aqueles que nela vão participar...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

40 vagas só até ao dia 26... numa Conferência "de luxo"!

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Como já tinha referido, a Associação de Jovens de Alfragide 'Velas da Juventude' vai organizar a conferência "Perspectivas sobre Ética e Desporto: que verdade desportiva?" no próximo dia 11 de Dezembro, das 14.30 às 19.45.
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Esta é uma Associação formada há pouco tempo mas em que a juventude procura fazer qualquer coisa de válido dentro da nossa sociedade.


Informações, esclarecimentos e inscrições serão possíveis através do telemóvel n.º 919 048 396 ou do e-mail velasdajuventude@gmail.com .
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Posso adiantar que as inscrições terminam dia 26 de Novembro, que existem 40 vagas e que a todos os inscritos será oferecido o livro "Da Ética Desportiva às Perversidades no Desporto".

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O Prof. Dr. José Manuel Meirim (Caso Queiroz: um caso de luta contra a dopagem no desporto?), o Prof. Dr. Vítor Ferreira (Ética e Pedagogia do Desporto - origens e causas da verdade desportiva!), o Editor Executivo do Jornal «A Bola» António Simões (Quando a ética se esconde, ou uma viagem pelos segredos do doping...) e eu próprio (Da Ética Desportiva às Perversidades no Desporto) procuraremos abordar, embora de ângulos diversos, uma temática tão controversa como actual, com tantos tabus como anos de existência...
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Ver uma Associação de Jovens que é uma jovem associação organizar um evento destes é salutar. Ver este grupo de pessoas dispostas a partilhar o seu conhecimento é um acontecimento a não perder.
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Espero ver-vos por lá...
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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Um motivo de reflexão...

O Karate-Do é acima de tudo respeito... respeito pelos árbitros, respeito pelos treinadores, mas também respeito pelos praticantes e pelos competidores, assim como pelos restantes agentes desportivos e respectivas instituições.
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Ao aproximarem-se as primeiras competições federativas, há que reflectir sobre comportamentos que temos visto ao longo dos tempos nos mais variados eventos.
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E tal como temos assistido a comportamentos condenáveis, alguns dos quais praticados até na presença de crianças e jovens, também temos assistido a comportamentos exemplares e que são de louvar.
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Um motivo de reflexão a ilustração retirada de "A Aventura da Cooperação", Rompan Fila Ediciones, Buenos Aires, Argentina.