domingo, 26 de dezembro de 2010

Natal (parte II)...

E continuo com a excelente prosa do texto de Tomaz Morais da véspera de Natal (que, afinal, transcrevo na íntegra).


"A nossa reflexão passa pela necessidade de se criarem condições a todas as modalidades desportivas sem excepção, definindo regras, regulamentos e leis homogéneas. O grau de cumprimento tem de ser justamente avaliado por entidades superiores, não se permitindo que interesses negociais, financeiros ou de simples poder prevaleçam sobre ideais, valores e ética que se diferenciam no desporto. Mais do que aprender ou imitar outras áreas da sociedade, no bom e no mau, deve o desporto ser uma escola de vida que se distingue pela diferença, integridade e exemplo. Nele não existem raças, distinções sociais, riqueza ou pobreza, mas sim atletas, jogadores e equipas que lutam por um objectivo comum, atingível com perseverança, lealdade, partilha, superação e solidariedade.
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No seu estado puro une os povos, aproxima os vencedores e os derrotados, deixa ensinamentos, memórias e imagens que nos constroem como Pessoas. Mais do que uma competição é um fenómeno sadio, em que todos os que participam saem vitoriosos. Compete-nos a todos os que gostamos de desporto continuar a torná-lo importante e acessível, num país em que cada vez há mais campeõs!"
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Mas esta é a teoria ideológica, é o campo do ideal, aquilo que muitas vezes não acontece na realidade... Afinal, onde estão as leis homogéneas e, se não se deve permitir que interesses negociais, financeiros ou de simples poder prevaleçam sobre ideais, valores e ética que se diferenciam no desporto, como é possível existirem as perversidades que existem no seio do desporto?
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Mais uma vez se enganou o poeta:
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Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer...
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Como pode ser Natal quando um homem quiser se não conseguimos compreender que pode ser Natal quando nasce um novo Programa Nacional de Formação de Treinadores e verificamos que o panorama na nossa modalidade é o que todos conhecem? Será mesmo que todos os Treinadores conhecem esse panorama?
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Ou a época natalícia é uma altura para distinguirmos o «bem» do ««mal», o «bom» do «mau» e servirá para começarmos a agir conscientemente, ou, como Praticantes e como Treinadores, anular-nos-emos gradualmente na prática de uma moralidade de indiferença e de acomodação...
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