sexta-feira, 14 de maio de 2010

Um comentário de um amigo

Para além do comentário do Luís Sérgio, Professor, homem de letras e karateca pai de uma outra karateca, a Inês, que foi uma das melhores alunas numa das melhores turmas que leccionei, inserido na rubrica «comentários», recebi por mail um comentário do Nuno Almeida que aqui publico na íntegra, a seu pedido, com os devidos agradecimentos:
"É sempre satisfatório quando o nosso trabalho é valorizado. Nomeadamente quando tal acontece por alguém cuja experiência, quer a nível da modalidade propriamente dita, quer a nível pedagógico, é bastante mais vasta que a minha.
Tudo está em constante transformação. Assim, ainda que passo-a-passo, é fundamental agirmos numa perspectiva de evolução da modalidade. A ideia não será trocar o “velho” pelo “novo”, a “arte marcial” pelo “desporto de combate”. Tudo está interligado e, a rejeição de qualquer parte do sistema, representa uma perda para a modalidade e os seus praticantes.
O ser humano detesta o desconhecido. Como tal, o seu esforço ao longo da História, tem sido o de minimizar a imprevisibilidade. Para isso, a tecnologia desenvolveu-se, estudos foram realizados e dados quantificados. Tem sido esta ânsia em controlar ao máximo todas as variáveis que tem permitido a evolução em todas as modalidades desportivas. Será algum dia possível reduzir a imprevisibilidade de qualquer modalidade a zero? Duvido! Todavia, enquanto treinadores, professores, etc. a nossa função é a de tentar encontrar um “Como?”, não a de arranjar desculpas (mais ou menos criativas) para o facto de algo ainda não ser possível.
Quero agradecer ao meu Metodólogo, Dr. Armando Inocentes, por toda a disponibilidade oferecida ao longo de todo este processo de Estágio. Fiquei feliz por saber que ainda há mentes “irrequietas”, mentes que não aceitam argumentos baseados em palpites, que preferem desperdiçar horas de sono a pesquisar uma verdade, a desistir (por comodismo) e defender mentiras. Mais do que isso, fiquei feliz de sentir que tinha uma pessoa a orientar-me o Estágio com a qual me identificava. Alguém que, tal como eu, adora esta modalidade e gostava de a ver florescer, livre de tantas ervas daninhas que têm travado esse belo processo. Esta relação permitiu-me confirmar o que eu já há muito desconfiava: a diferença de gerações entre pessoas só representará uma barreira se assim o desejarmos.
Mais uma vez, muito obrigado por tudo!
Nuno Almeida"
Não se pense que se trata de uma troca de «galhardetes». Como diz o Luís Sérgio, foi um "trabalho sério, feito com saber." Foi uma partilha constante em que, curiosamente, o Nuno nunca chegou atrasado a um treino nem nunca faltou a nenhum. Separam-nos 31 anos cronológicos e cerca de duas dezenas de prática e mais outras tantas de ensino. Tal como ele, também fui (embora breve!) competidor e sei e conheço os sacrifícios que se fazem e o que se sente "lá dentro". Mas todas estas separações acabaram por ser um elo de ligação - e de união até! - pois de facto não houve "barreiras de gerações". E nem tudo foram rosas para o Nuno, pois também teve os seus momentos de «sofrimento», que fazem parte da modalidade. Fica aqui um breve apontamento.


Já agora Nuno, como dizem os orientais (penso que Confúcio), não interessam as vezes que cais, interessam sim as vezes que te levantas!...

...

1 comentário:

  1. Caro Armando !

    O reconhecimento honesto do trabalho desenvolvido pode e deve ser motivo de orgulho. Os que têm a consciência tranquila recebem estes " galhardetes" como estímulo e prova de que estão no bom caminho.estou certo de que é este o teu caso.

    Parabéns ! Continua.

    Grande abraço,
    Luís Sérgio

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