sábado, 10 de julho de 2010

"Doping no ciclismo" ou "Justiça em Portugal"?

Desta vez deixo-vos com a coluna «Tiro e Queda» de Carlos Anjos, Conselheiro da ASFIC, publicada no passado dia 9 do corrente, na página 16 do "Correio da Manhã".

Sob o título "Doping no ciclismo", este cronista diz-nos os seguinte:

"O processo 'Doping no ciclismo' terminou com a absolvição dos arguidos. Como explicar que depois de se ter apreendido um grande número de produtos dopantes, de se ter apreendido material tecnológico para esse fim, de os ciclistas terem esses produtos em suas casas, de ao médico se ter apreendido documentos com o plano de tomas desses produtos por parte dos ciclistas e de nesse plano haver a indicação de que os atletas em determinados momentos tinham de se ausentar de casa para não serem alvo de controlos anti-doping de surpresa? Tudo isto valeu zero. Por vezes fica-nos a sensação que estamos todos à espera que os arguidos confessem os seus eventuais crimes que tenham cometido. Ficámos pois a saber que aquele grupo de ciclistas resolveu de forma individual ou em conjunto recorrer à auto-medicamentação, e que ninguém naquela equipa achou estranho os resultados que passaram a obter.
Arrisco-me a afirmar que esta decisão foi um péssimo sinal dado ao desporto em Portugal.
Foi um sinal de que tudo vale a pena, um sinal claro de que a batota pode compensar. Ao contrário do que vemos todos os dias acontecer noutros países europeus, onde a justiça é implacável com estas práticas, países onde foram feitas as análises aos produtos apreeendidos, em Portugal, parece que nada queremos fazer. É pena."
...

2 comentários:

  1. Este é um País onde a corrupção circula livre e impunemente. O desporto não é excepção e a necessidade de mostrar resultados assassina a virtude de um resultado conseguido apenas pelo mérito e pelo empenho. Desvirtuado o desporto, o que lhe resta? Não é um bom exemplo para os jovens, não é, certamente, satisfatório para o atleta conseguir resultados de forma falseada, então quem serve este tipo de atitudes? Federações? Clubes? E o resto? É a morte anunciada da integridade e do respeito.

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  2. Integridade e Respeito. Ora aí estâo dois termos que muito podem significar, não para todos evidentemente, mas felizmente ainda para algumas pessoas dentro (e fora) do Karate. Aguardemos, pois aqueles a quem estas ideologias e valores passam completamente ao lado, possam um dia "cair sozinhos" e vítimas do solitárias do "mal" que tentam espalhar com tanto empenho...

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