domingo, 30 de outubro de 2011

Os cortes, as verbas e os patrocinadores


"O COP está a tentar, ia quase dizer desesperadamente, encontrar verbas alternativas ao Estado. Há muitas empresas que nos poderão ajudar e poderão ajudar as federações", disse Vicente Moura, no final da abertura da Semana Olímpica, o que foi noticiado a 24 do corrente mês pelo jornal «Record»
(http://www.record.xl.pt/Modalidades/Olimpismo//interior.aspx?content_id=723141), dizendo um pouco mais à frente que já "foram anunciados cortes às federações" e acrescentando que, "provavelmente, o próprio COP vai sofrer com isso".

"Temos contactado sponsors que cubram os 660 mil euros orçamentados em deslocações e alojamentos da comitiva portuguesa nos próximos Jogos Olímpicos. Essa verba ainda não está garantida, tendo em conta a crise que afecta as empresas que nos podem apoiar. Tudo faremos para que essa seja a contribuição financeira do COP para o país estar condignamente representado em Londres 2012." também foi dito a 26 do corrente ao Diário de Notícias pelo Presidente do COP, Vicente Moura (http://www.dn.pt/desporto/outrasmodalidades/interior.aspx?content_id=2081975).

Um país em crise vai ser um país condignamente representado em Londres? Tal como disse João Boaventura num comentário ao post «A bater no fundo» no blog Colectividade Desportiva (http://colectividadedesportiva.blogspot.com/), da autoria de Maria José Carvalho "a palavra 'condignamente' serve para esconder a indigência, tal como a palavra 'ética', muito usada, serve para continuar a esconder a sua ausência."

O problema do COP e de algumas federações provavelmente não está na falta de dinheiro nem na inexistência de sponsors... o problema eventualmente estará na má gestão do pouco dinheiro que existe. Gasta-se mas não se investe... Os dirigentes não se eximem a comparecer no país A, B ou C porque vão representar Portugal e/ou as suas organizações. Os atletas/competidores, esses podem ficar apeados em terra!

O Orçamento de Estado para 2012, já entregue pelo Governo na Assembleia da República, prevê um corte de 18,8 por cento no Desporto.

Lá se vão os subsídios, os contratos-programa, e iremos ver como vai ser... ou se quem vai pagar vão ser os atletas/competidores! Ou os treinadores e os clubes! Ou as associações! A não ser que haja os tais milagrosos sponsors... Mas se não apareceram até agora, vão surgir no momento atual?

Ainda hoje Miguel Gaspar refere no texto "A execução" (Pública, 30.10.2011, p. 16) que "é melhor acreditar nas coisas certas e estar errado do que acreditar nos valores errados e estar certo." São crenças, é verdade, mas como refere Miguel Gaspar logo a seguir, "é a vida".
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