quarta-feira, 18 de julho de 2012

O peso de um "regulamento" na formação de jovens!

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Com a devida consideração, transcrevemos parte da crónica de Luís Milhano intitulada "Futebol fabril", publicada no jornal «Record» no passado dia 12, na sua página 2, e que pode ser lida na íntegra aqui.

O lamento, ou melhor, o grito injustiçado do GDFabril conta-se num parágrafo. Depois de uma época 2011/12 equilibrada, o clube doBarreiro terminou o campeonato em primeiro lugar, com 60 pontos, mais um do que o Beira-Mar de Almada. Até aqui tudo bem. Os adversários cumprimentaram-se e fez-se a festa. Só que num dos jogos da última jornada, entre o Alcochetense e os Pelezinhos (2-3), “houve confrontos físicos” – tal como descrito num comunicado da AFSetúbal –, confrontos esses que levaram a mesma associação a punir ambos os clubes com a descida de divisão. Por princípio, dir-se-ia ser uma sanção pesada, tendo em conta o escalão em causa, mas nada a opor. O problema é que, com a desclassificação das referidas equipas, foram também anulados os jogos por elas realizados ao longo da 2.ª volta, levando a um reajustamento da tabela classificativa. Ora, feitas as contas, e sem nada ter a ver com o que se passou no campo do Alcochetense, acabaram por ser retirados 4 pontos ao GDFabril e 3 ao BMAlmada, ficando ambos com 56, mas com vantagem para estes últimos no confronto direto. O Beira-Mar passou assim a ser o novo campeão juvenil de Setúbal – sem qualquer “culpa”, acrescente-se.

O Conselho de Disciplina da AFSetúbal ajuizou, certamente, com base nos regulamentos, mas ninguém pode ficar indiferente quando se atropela deste modo a verdade desportiva ou quando, como é este o caso, se destrói o esforço e as ilusões de miúdos que andam nisto por amor ao futebol. Pior, que vontade têm estes jovens de continuar uma carreira, depois de lhes mostrarem que não basta ser o melhor em campo ou o mais regular para ganhar um troféu? Terá tomado a AFSetúbal a melhor decisão? E, se sim, não é altura de mudar o regulamento para evitar este tipo de injustiças? Até porque, face ao que aconteceu, quem garante que, com o devido suborno, os mesmos “confrontos físicos” não podem ser simulados no futuro, interferindo assim com terceiros e prejudicando novamente a verdade desportiva? Para isso já basta as bolas que entram na baliza e não contam como golo. Mas até essas vão ter os dias contados. 

2 comentários:

  1. Quando temos um desporto juvenil que é cópia do desporto adulto, é o que acontece... Quem ganha em campo perde na secretaria sem nada a ter que ver com o assunto - o que por si só demonstra que os regulamentos dos adultos não podem ser os regulamentos das crianças!
    Que modelo se deram a estes jovens?
    A continuar assim,o desporto de formação irá longe!

    Mais uma vez bom fim de semana!

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  2. Sensei Armando:

    Onde já vimos algo parecido com isto? Quando os miúdos chegam ao final da poule e nem sequer conseguem continuar por causa das repescagens dos que competiram com os que ficaram em 1º lugar. É isto formação? Tem o reglamento de competição de karaté dos miúdos de ser igual ao dos adultos?
    Tem razão a Luísa Costa quando diz que o desporto de formação irá longe! Já está a ir... e depois querem nos seniores competidores com qualidade.

    Um abraço.
    Pedro Correia

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