As pedradas ao autocarro do Benfica numa das últimas deslocações ao norte, tal como a apagão e a ligação do sistema de aspersão no estádio da Luz no último fim-de-semana, revelam a incivilização em que vivemos. Se no primeiro caso as culpas podem ser eventualmente atribuidas a adeptos, no segundo caso serão eventualmente atribuídas a dirigentes. Se (se!) os jogadores do Porto se recusaram a entrar de mão dada com as crianças que envergavam o equipamento do Benfica o problema é deles e a responsabilidade sua, mas nenhum dano material ou moral daí resultou (não foi o espectáculo tão bonito? Não, não foi!).
Mas por que motivo se passa tudo isto ao mesmo tempo? A resposta é só uma: uma questão de educação (ou de falta dela!). E de quem é a responsabilidade? Se podemos atribuir 50% da culpa a quem pratica estes actos, os outros 50% terão de ser atribuídos a quem não educou os 50% anteriores numa senda de valores, de quem não lhes forneceu uma formação ética, de quem não lhes deu exemplos de cidadania e de civilidade.
Resumindo, tudo isto é uma questão de liderança. Liderança também exercida por quem exerce as funções de dirigente ou de treinador. Tomando como base o livro Coaching Young Athletes, de Rainer Martens, poderemos assim definir os diferentes estilos de liderança:
O “pedra”: acredita que precisa de ser durão e fechado para manter a distância e a ordem;
O “sacana”: a ideia é não facilitar. “Se eu posso dificultar, para que facilitar!!??”;
O “anjo”: aquele que, na tentativa de ser amado por todos, veste a fantasia de anjo. É o “super compreensivo”;
O “mil facetas”: aquele que em cada momento está de uma forma (mudança de humores), muitas vezes atingindo extremos, e nunca se sabe o que vem pela frente;
O “ceguinho”: que finge dormir e fechar os olhos para coisas importantes;
O “falador”: falar, falar, às vezes sozinho… ouvir, nem pensar!!
O “juiz”: é o dono da verdade, aquele que acusa e absolve. É o que diz: “eu não te disse!?”
O “domador”: aquele que “tira” o sangue dos seus subordinados;
O “psicotécnico”: na tentativa de resolver os problemas psicológicos de cada um, deita-os no divã… “dá-lhes conselhos”;
O “super-técnico”: veste a capa de super-homem e acredita poder sustentar o fardo de ser perfeito e jamais errar.
Não tenhamos receio de nos revermos em qualquer um deles, nem medo de atribuir alguma destas categorias aos nossos dirigentes ou aos nossos políticos.
Depois ainda digam que a culpa de uma geração à rasca é dessa geração rasca!!!...
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