Fala-se muito de fair-play... Michel Platini, presidente da UEFA, até diz que é preciso fair-play financeiro...
Mas o que é isso do "fair-play"?
O termo fair, de origem inglesa, nasceu dos fairs, mercados que se realizavam na Idade Média em dias festivos e que desempenharam um papel social de grande importância na vida pública de então, chegando mesmo a gerar uma certa ética de mercado. Era normal numa economia comunitária, baseada em permutas, a presença da franqueza e da honradez, renunciando-se à fraude para se obterem vantagens. Fair era assim um mercado regido pelas bitolas da honestidade, lealdade, cavalheirismo, retidão, integridade, probidade, justiça e seriedade (1). Com o surgimento das justas, dos torneios e dos páreos, o termo fair alastra também a estas atividades. Posteriormente aparece um novo campo de cultivo para aquele princípio: o mercado desportivo. No século XIX o conceito de fair-play associa-se definitivamente ao desporto.
Logo, fair-play é não é mais do que o comportamento que obedece a um conjunto de normas não escritas e comumente aceite que se rege pela honestidade, pela sinceridade, pelo respeito, tendo como fundo uma atuação ética e moral - ao fim e ao cabo um código de honra.
A FNK-P, em ofício datado de 29 de dezembro do ano findo e assinado pelo seu Presidente e pelo Director do Departamento de Formação, prometeu a publicação da classificação final dos cursos de treinadores em atraso para a primeira semana de janeiro. Não cumpriu! E não teve o necessário fair-play para justificar a sua falha...
A FNK-P, em ofício datado de 29 de dezembro do ano findo e assinado pelo seu Presidente e pelo Director do Departamento de Formação, prometeu a publicação da classificação final dos cursos de treinadores em atraso para a primeira semana de janeiro. Não cumpriu! E não teve o necessário fair-play para justificar a sua falha...
Mais ainda, mudou a FNK-P de estatutos, mudaram os nossos representantes na Assembeleia Geral, mudou uma Direção de sete para nove elementos com dois suplentes... Não há dúvida que "para que as coisas permaneçam iguais, é preciso que tudo mude", como nos dizia o Príncipe de Falconeri in «Il Gattopardo do italiano» de Giuseppe Tomasi di Lampedusa (1896 - 1957).
Estão os resultados dos cursos a sair a conta-gotas. Mas estão, poder-se-á dizer... E claro que só faltam as classificações do 2º Curso de Treinador de Nivel III - mas já estamos em fevereiro... de 2012!
Entretanto repare-se agora nas classificações do 2º Curso de Treinador de Nivel II: um excluído, cinco equiparados, dois que "deverão contatar os serviços de Secretariado da FNK-P com a finalidade de obter esclarecimento acerca da sua situação atual no curso" (o que será isto de "obter esclarecimento..." ?) e vinte e um aprovados.
Entretanto repare-se agora nas classificações do 2º Curso de Treinador de Nivel II: um excluído, cinco equiparados, dois que "deverão contatar os serviços de Secretariado da FNK-P com a finalidade de obter esclarecimento acerca da sua situação atual no curso" (o que será isto de "obter esclarecimento..." ?) e vinte e um aprovados.
Este curso, realizado entre 12 de Julho e 8 de Dezembro de 2008, em Carcavelos e no Barreiro, na pauta de inscrição inicial possuía 27 elementos. Nas classificações, agora, aparecem lá 29...
Só dezoito - repare-se, 18 - dos formandos entregaram os seus trabalhos dentro do prazo estabelecido... (2) logo, só estes cumpriram o regulamento de formação e dez devem ter entregue (?) o seu trabalho fora de prazo... em condições de desigualdade para com os cumpridores - nisto prejudicados...
E nenhum dos formandos ultrapassou o regulamentar 25% de faltas possíveis? Parece que não... mas sem dados, só posso afirmar que parece!
Não teremos aqui um belo exemplo de fair-play corporativista?...
Aliás, este curso foi um dos motivos para a minha demissão da Direção da FNK-P, pois em relação ao mesmo constatei posteriormente à sua realização "que foram aceites pelos serviços administrativos da FNK-P inscrições de formandos que não possuíam os créditos necessários para frequentar esse curso, o que é completamente ilegal de acordo com o Regulamento de Formação de Treinadores, (...) sem o próprio Director do Dept.º de Formação ter tido conhecimento de tal facto" - lê-se em carta minha de 02.02.2009 dirigida à Direção... e discutida em reunião a 7 do mesmo mês. Mas mesmo depois desse alerta e impedido eu de algo fazer durante 10 meses sobre tal, mesmo depois de frisar esse aspeto ao demitir-me (em 19.11.2009), persistiu-se no erro e avaliou-se quem nem sequer devia ter frequentado o curso...
E dos só dezoito trabalhos dos formandos entregues dentro do prazo estabelecido, para além de ter sido dado conhecimento a um dos formadores avaliadores a 08.12.2009, foi de novo de tal por mim alertado o Presidente da Direção a 28.02.2011 para que dúvidas não existissem... Resta perguntar: Regulamentos para quê? Prazos para quê?
Como escreveu Álvaro de Campos in «Pecado Original», "Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido?"...
Só dezoito - repare-se, 18 - dos formandos entregaram os seus trabalhos dentro do prazo estabelecido... (2) logo, só estes cumpriram o regulamento de formação e dez devem ter entregue (?) o seu trabalho fora de prazo... em condições de desigualdade para com os cumpridores - nisto prejudicados...
E nenhum dos formandos ultrapassou o regulamentar 25% de faltas possíveis? Parece que não... mas sem dados, só posso afirmar que parece!
Não teremos aqui um belo exemplo de fair-play corporativista?...
Aliás, este curso foi um dos motivos para a minha demissão da Direção da FNK-P, pois em relação ao mesmo constatei posteriormente à sua realização "que foram aceites pelos serviços administrativos da FNK-P inscrições de formandos que não possuíam os créditos necessários para frequentar esse curso, o que é completamente ilegal de acordo com o Regulamento de Formação de Treinadores, (...) sem o próprio Director do Dept.º de Formação ter tido conhecimento de tal facto" - lê-se em carta minha de 02.02.2009 dirigida à Direção... e discutida em reunião a 7 do mesmo mês. Mas mesmo depois desse alerta e impedido eu de algo fazer durante 10 meses sobre tal, mesmo depois de frisar esse aspeto ao demitir-me (em 19.11.2009), persistiu-se no erro e avaliou-se quem nem sequer devia ter frequentado o curso...
E dos só dezoito trabalhos dos formandos entregues dentro do prazo estabelecido, para além de ter sido dado conhecimento a um dos formadores avaliadores a 08.12.2009, foi de novo de tal por mim alertado o Presidente da Direção a 28.02.2011 para que dúvidas não existissem... Resta perguntar: Regulamentos para quê? Prazos para quê?
Como escreveu Álvaro de Campos in «Pecado Original», "Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido?"...
アルマンド イノセンテス
(1) Olímpio Bento, 1999, "Desporto e Humanismo. O campo do possível.", Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
(2) À data de conclusão do curso, desempenhava eu as funções de Diretor do Departamento de Formação da FNK-P.
Eu bem que costumo dizer que a Direcção da FNK-P tem salgados a mais... perdão, culpados a mais... por isso precisava era de inocentes!
ResponderEliminarUm abraço.
HRamos
Grave! Condições de desigualdade...
ResponderEliminarHaverá "boys" a serem protegidos?
Abraço
JA Neves
Admiração?
ResponderEliminarCoisas destas já nós imaginávamos, não sabíamos era do concreto. Mas será assim para todos? Mas se uns é toma lá burro queres tu palha, não haverá outros que levarão uns coices?
Desenganem-se, neste mundo tudo mudo menos a cunha. A cunha e a alavanca. Por isso é que o outro dizia: deêm-me um ponto de apoio e levantarei o mundo.
Fair-play? O fair-play é uma treta, já disse o Jorge de Jesus há uns anos atrás.
Grande abraço.