"Para responder às agressões bárbaras de que os professores são vítimas, os seres pensantes do PSD e CDS propuseram conferir autoridade policial aos professores, outorgando-lhes o direito de reter fisicamente os delinquentes. Se soubessem o que é uma escola e tivessem noção da diferença de força física entre as professoras (que constituem a esmagadora maioria do corpo docente) e os alunos, cada vez mais homens feitos (ensino obrigatório prolongado até os 18 anos), estavam calados."
"Empresa ensina professores a defenderem-se dos ataques físicos e verbais dos alunos."
Público e Lusa, 25.02.2012
(aqui)
"A insegurança e casos de violência em contexto escolar motivaram os responsáveis de uma empresa do Porto a criar um curso de segurança pessoal para professores que se realizou este sábado com a participação de quase duas dezenas de docentes.
A maioria dos participantes são professores em escolas do Ensino Básico e Secundário e alguns já passaram por situações "desagradáveis" na sala de aula.
(...)
A postura corporal, de autoconfiança e de autoridade, frases curtas e sem margem para discussões. São conceitos que os formadores (todos elementos de unidades especiais de forças policiais) não se cansam de repetir, ao longo da formação.
Da teoria passou-se à prática e os professores foram chamados a recriar situações de confronto, uns no papel de alunos indisciplinados, os outros na sua função habitual.
Os formadores Ricardo Lisboa, fundador do SMD*, Nuno Horta e Hélder Pinto, vão ensinando os "truques simples, mas eficazes" que os docentes podem usar quando confrontados com situações "menos agradáveis" (...)".
*Sistema Marcial de Defesa (nota da nossa responsabilidade)
*Sistema Marcial de Defesa (nota da nossa responsabilidade)
"Violência escolar: empresa ensina professores a defenderem-se", in Correio da Manhã, 25.02.2012
(aqui)
"Um grupo de professores aprende técnicas de defesa pessoal, numa acção organizada por uma escola de artes marciais do Porto. O curso dura apenas um dia e custa 50 Euros." (Estela Silva / Lusa).
Algumas considerações (discutíveis) sobre o tema:
1º - A RTP noticiou acerca deste assunto que "Professores aprendem técnicas para evitar violência na escola." No seguimento dá-nos conta que "no Porto, cerca de duas dezenas de professores estão a aprender técnicas de defesa pessoal. A violência nas escolas leva os docentes a procurar formas de evitar o pior." (aqui).
Só que não há técnicas de defesa pessoal que possam evitar a violência na escola...
2º - Um curso de segurança pessoal não é o mesmo que um curso de defesa pessoal... prevenção é uma coisa, reação outra completamente diferente...
3º - Num "curso" que dura apenas um dia, nenhum professor aprenderá a defender-se - poderá ficar alerta para a possibilidade de... mas não cria automatismos que lhe permitam reagir perante...
4º - Por muito que se saiba de defesa pessoal, há determinantes que podem condicionar a atuação (reação): fatores de surpresa, mecanismos de inibição psicológica, contextos da situação, os intervenientes, o espaço, etc. ...
Sabermo-nos defender é uma coisa... acabar com a violência na escola é outra coisa...
ResponderEliminarControlar a agressividade dos alunos ainda outra...
Tanta desinformação!!!
Sensei Armando:
ResponderEliminarJá sabíamos que o país ia mal. Sabíamos que a educação ia mal. Mas pior vão os professores quando necessitam aprender a defender-se dos alunos.
Melhor vai quem vai lucrando com isso.
Um abraço.
Pedro Correia
Esqueci-me de dizer que, na sequência do meu comentário aos post anterior (em que escrevi que tudo o que mexe e dê dinheiro a alguém pode ser considerado desporto) que também dá dinheiro a alguém aquilo de que se cria a ilusão de que necessitamos disso. É para isso que serve a publicidade e o marketing.
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