quarta-feira, 2 de março de 2011

A TRIBO perdida... e as sub-tribos!

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Há uma TRIBO perdida pelo nosso país... perdida e fragmentada geograficamente... mas que possui muitos rituais, muitos usos e costumes em comum... o que quer dizer que acaba por haver muitas pequenas tribos (sub-tribos) dessas no nosso recanto à beira-mar plantado.

Essa dispersão territorial, que torna cada sub-tribo autónoma e independente das outras, leva a que cada uma funcione por si... e para si...

No entanto podem (haja vontade!) e devem estas sub-tribos reunir-se e formar finalmente a sua TRIBO – e ter quem a represente e os seus interesses defenda – embora exista quem se faça passar por representante dela, pois ela necessita, como todas as tribos, de um cacique – mas que seja um líder e democraticamente eleito. Porque há (existe!) quem fale, ou pretenda falar, em nome da TRIBO...



O principal obstáculo é que cada uma destas sub-tribos é uma tribo do “deixa andar”, é uma tribo dos “não te rales”, é uma tribo do “estou bem na minha quinta, deixo-me estar”, é uma tribo do "coça-para-dentro"... excepções claro (e felizmente!), as que bastem para confirmar a regra!

Mas, como em todo lado, estas sub-tribos acabam por ter quem pretenda mandar nelas, gerir o seu conjunto – a grande TRIBO –, não estivéssemos nós num estado de direito (dizem os entendidos!).

Porque a TRIBO – conjunto de sub-tribos - dividida para que alguém reine! - vive afastada de uma realidade que lhes diz directamente respeito mas que por uma questão de subserviência não ousam sequer questionar... o poder... de quem nelas pretende mandar... porque quem o detém de tempos a tempos acena com uma cenoura às sub-tribos – que de vez em quando se encontram nas várias zonas do país ao longo do ano, vão seleccionando algumas e finalmente fazem um conclave final... – que de tempos a tempos vai organizando uns eventos para que em cada sub-tribo haja alguns elementos mais preparados e com mais conhecimentos que outros – modernamente diz-se montar uma “network”...

Mas, como em todo o lado, existe uma autoridade legal, e a TRIBO rege-se pela submissão à autoridade, mesmo que esta não actue da melhor forma, da maneira mais justa ou do modo mais correcto (na opinião de alguns, entenda-se mais uma vez!).



Mas a TRIBO não se preocupa com estas questões, tal como não se preocupa com mentiras nem com falsidades, tal como não se preocupa com as ilegalidades que reinam... até lhes baterem à porta! Aí, aqui d’el rei “que eu bem sabia mas nada fiz...”, aí, aqui d’el rei “que eu bem fui alertado mas pouco me importei...”, aí, aqui d’el rei pois “sempre quis estar bem com gregos e com troianos...”, aí... já nada vale a pena fazer nada (passe a redundância)! O que não tem remédio, remediado está!

E o “aqui d’el rei” de nada vai valer porque o Rei não existe...

2 comentários:

  1. Infelizmente no Karaté há muitas destes sub-tribos sem capacidade para se reunirem numa só tribo... mas também há muitos caciques para tão poucos índios...
    Temos os Treinadores...
    Temos os competidores...
    Temos os Técnicos de Arbitragem...
    Temos as Associações e os Clubes...
    E depois temos a Federação!

    E as Associações de classe????

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  2. FRANCISCO VIEIRA, em «Ala de Rei» (http://aladerei.e-xadrez.com/), escreveu:

    "Qualquer que seja a instituição que esteja na mente do leitor encontrará sempre uma qualquer tribo – até parece que está por lá à nossa espera – então, no desporto nem se fala, existem e medram como vespas desesperadas."

    E, após transcrever este texto, concluíu:

    "Pior do que a Rainha de Inglaterra que reina mas não governa não é o Rei de um qualquer Tabuleiro mas de uma República não das bananas mas de bananas."

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