terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Seminário de Karate-Dō (空手道): reacção espontânea e deslocamentos


O Judo Clube de Portugal revelou-se pequeno ao receber tantos praticantes para estudarem a reacção espontânea e os deslocamentos no Karate-Dō (空手道), no passado domingo, dia 29.

Os treinos dos mais jovens, virados principalmente para uma parte lúdica, sem a técnica deixar de estar presente, foram um sucesso ao qual se associou a sua alegria e irrequietude.


Os mais velhos tiveram a oportunidade de partilhar os conhecimentos de alguns treinadores que se conhecem há vários anos e comungam de ideias comuns. Os conteúdos deste seminário foram sempre explorados em situações de parceria e com a realização concreta de situações práticas, o qual foi enriquecido pela presença do Sensei Filipe Chamorro. 


João Ferreira - 5º Dan de Shōtōkan (松濤館), Rui Marques - 4º Dan de Shōtōkai (松濤會), João Pereira - 4º Dan de Wadō-Ryū (和道流), Armando Inocentes - 5º Dan de Gōjū-Ryū (剛柔流), Filipe Chamorro - 3º Dan de Aikidō (合気道) e 2º Dan de Kendō (剣道) e Álvaro Silva - 3º Dan de Shōtōkan (松濤館) orientaram os trabalhos deste Seminário, o qual promete ter continuação.
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3 comentários:

  1. Eu fui um dos atletas que participou neste seminário.

    Foi com entusiasmo que recebi a notícia de que vários mestres, de diferente áreas, se juntariam para ministrar um seminário, e devo confessar que, depois de o assistir, me sinto decepcionado.

    Permitam-me expressar alguns pontos da minha humilde opinião, e pedir resposta a quem sabe responder:

    1) No cartaz apresentam 6 mestres. Porque houve apenas 3 mestres a leccionar os conteúdos?

    2) Destes mestres, porque tiveram o de Goju-Ryu e o de Aikido cerca de 1 hora no total, enquanto o de Shotokai teve 2.30h?

    3) Se "O Karate não é para dançar" (tal como foi dito pelo mestre Rui Marques) porque passámos 30 minutos ou mais a fazê-lo (sob orientação do mesmo) no início do treino da tarde? Aquecimento? Haverá certamente outras maneiras de fazer um aquecimento de forma a aproximar os movimentos deste do tema principal do seminário (chama-se "Transfer" ou Transferência).

    4) Referenciado apenas o trabalho de "tesoura" do mestre Rui Marques, e numa perspectiva pedagógica:

    4.1) Não será um exercício demasiado arriscado para trabalhar com jovens cintos brancos?

    4.2) E numa progressão pedagógica o mestre Rui ensinou: «Quem não consegue fazer a tesoura, sobe acima do joelho do outro.»? Peço desculpa mas não consigo conter um riso. Não será mais fácil usar o colega com quem se treina, onde este pode segurar a nossa perna (ensinado posteriormente pelo mestre Armando Inocentes), em vez de nos colocarmos numa posição fragilizada, insegura para ambos e em equilíbrio num só membro? Ou utilizando a outra mão no chão como exemplificou também este último mestre?

    5) «O Karate não é para bater.» Até aqui, eu concordaria com a afirmação do mestre Rui Marques, é algo importante que as crianças devem saber, mas quando ele termina com a frase: «É para saber como bater.» para logo de seguida projectar com um sorriso o jovem à sua frente, não posso concordar de todo. Julgo que naquelas frases faltaram gravemente algumas elucidações sobre os princípios deixados por Funakoshi: hitotsu, kekki no yū wo imashimuru koto.

    6) Novamente com um carácter pedagógico, pergunto se não seria aconselhável iniciar o treino de projecções com quedas suaves e com o apoio do colega e não como foi incentivado e demonstrado pelo mestre Rui, projectando fortemente o colega ao chão. Não digo que não se faça, pelo contrário, apenas saliento a palavra "iniciar".

    Para não tornar este comentário demasiado extenso, fico por aqui.

    Espero que o próximo seminário seja mais frutuoso.

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    1. Quero acrescentar uma única situação referente à resposta do Sensei Rui Marques; Eu tenho apenas cinturão branco, e não acho que tenha sido perigoso alguma situação que tenha sido projectado no seminário. Somos praticantes de karaté, e não de balé. na minha opinião muita gente teve foi alguma dificuldade de acompanhar os diversos exercícios que o sensei Rui Marques indicava para aprendermos. Eu, como cinturão branco não achei nada de muito complicado, principalmente para os atletas de maior graduação. é óbvio que eu tenho muito que aprender e terei de treinar imenso para atingir as espectativas dos mestres, mas com muito trabalho chegarei lá, tenho é de o fazer sem restrições. Os seminários e estágios devem ter alguma acção, e nada de como terminou... Eu estou lá sempre para dar força e acompanhar o Mestre na sua experiencia de treino de Shotokai. Cumprimentos.

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  2. Venho pelo mesmo meio esclarecer eventuais dúvidas ou interpretações dúbias que possam ter surgido relativamente ao programa efectuado neste Seminário.
    1) À data da organização, este Seminário foi dividido por 4 unidades e, em sorteio os Senseis João Ferreira e João Pereira ficaram encarregues de ministrar o Seminário aos infantis, ficando o periodo da manhã dos adultos a cargo do Sensei Álvaro Silva e o período da tarde a cargo do Sensei Rui Marques e Sensei Armando Inocentes, sendo o Mestre Filipe Chamorro (convidado) a encerrar o Seminário. Todos os instrutores estavam cientes desta organização, do alinhamento do Seminário e dos conteúdos a serem ministrados no mesmo. Pessoalmente, informei todos os meus alunos do que se iria passar, em traços gerais, no Seminário.
    2) O Shotokai ficou com a responsabilidade, juntamente com o Goju-ryu, de ministrar o periodo da tarde. Entretanto, o instrutor de Shotokan Álvaro Silva pediu-me a direcção da parte da manhã por questões pessoais, ficando eu encarregue do periodo estipulado para ele. Sendo assim, também ficam demonstrados os 6 Mestres que o cartaz apresentava.
    3) Cada um pode ter a sua opinião pessoal em relação à prática, concordando ou discordando do seu objectivo. Dei o aquecimento porque o instrutor de Goju-ryu Armando Inocentes me solicitou à administração do mesmo. Por isso, não permito advertências ou classificações da minha opinião pessoal e postura perante a prática.
    4) Em relação à prática de projecções (incluindo a respectiva tesoura) TODOS os alunos devem, através do SEU INSTUTOR ter conhecimento sobre as quedas e imobilizações do oponente. O sucesso na prática de qualquer técnica provém da exigência que cada um coloca a si mesmo na sua prática. Agradecia que quando mencionasse o meu nome soubesse como haveria de fazer para não ferir susceptibilidades.
    5) A minha interpretação sobre o Karaté é pessoal e não é posta em causa por este tipo de afirmações. Não sou partidário que o Karaté é uma modalidade apenas de defesa, uma vez que até uma técnica de ataque pode ser considerada uma defesa.
    6) O Seminário não serve para INICIAR qualquer ensinamento (técnica). Serve sim, exclusivamente para intensificar os mesmos.

    Acho que todo o tipo de comentários efectuados à minha pessoa deviam primeiro ser ponderados e partilhados com o respectivo instrutor que depois se poderia esclarecer comigo, não usando o meu nome banalmente neste tipo de meio de comunicação.
    Se não gostou deste Seminário, para a próxima não participe, afim de não sofrer outra decepção. :)
    Espero que estes esclarecimentos, além de poderem retirar confusões ou dúvidas tenham sido frutuosos. :)

    Rui Marques (4º DAN Shotokai) com 42 anos de prática e 30 de ensino; com participação em vários campeonatos, tanto nacionais como internacionais, atingindo o 4º lugar no Campeonato do Mundo em Granada no ano de 1992

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