terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Morbilidade: física e moral (parte II)

António Simões, também na edição de hoje de «A Bola», na página 47, fala «da vergonha» deste país.

Ao revisitar a vida de Albertina Dias, de como o atletismo a afastou da miséria e de como em 1993 fez o que nunca nenhuma portuguesa fizera e nunca mais nenhuma viria a fazer: ser Campeã do Mundo.

Conta-nos António Simões de como ela se casou com o seu treinador, Bernardino Pereira, de quem teve uma filha, e de como em 2003 o cancro lho retirou. E de como aos 37 anos se atreveu a ser treinadora fazendo de Ercilia Machado Campeã Nacional...

Em entrevista, Albertina Dias declarou: – Não quero que a minha filha passe o que eu passei...

E de como decidiu leiloar as suas medalhas na net por 70 mil euros...

Custa muito. É pedaço de mim que... que... Como um rim... Mas não posso comer as medalhas... Ando a fazer limpezas em duas casas, a cinco euros à hora...

Vejam-se os comentários de alguns "ignorantes" no «Correio da Manhã» online
(
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/sport/desporto/campea-mundial-de-corta-mato-poe-ouro-a-venda#comentarios) só porque este jornal passou a notícia que ganhava 15€ por hora... só neste país seria possível acreditar nisso... e não ver que era uma gralha!

Mas António Simões interroga-se já que “uma vez que em 2010 a Direcção-Geral de Contribuições e Impostos gastou 30 mil euros só em medalhas comemorativas do seu 160º aniversário e o Banco de Portugal 190 mil em moedas e afins - será que não há por aí organismo do Estado que compre as da Albertina e as vá depositar no Museu do Desporto?"

Ingrato país que não reconhece o ídolo que é gente e onde a morbilidade moral alastra cada vez mais...

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