Saudosismo é continuar à espera do «Desejado»... Preocuparmo-nos em comparar o passado com o presente para que não se cometam os mesmos erros no futuro é fazer história, mesmo que muitas vezes sintamos que ficamos bradando no deserto...
Como diria Camões na sua poesia lírica, em mil quinhentos e qualquer coisa:
Já me desenganei que de queixar-me
Não se alcança remédio; mas quem penaForçado lhe é gritar, se a dor é grande.
Gritarei; mas é débil e pequena
A voz pera poder desabafar-me,
Por que nem com gritar a dor se abrande.
Parecer é uma coisa, ser é outra! Como se costuma dizer, à mulher de César não basta parecê-lo, há que sê-lo! Há os que se sentem assim...
... mas há coisas que parecem e não o são... e faço minhas as palavras de António Aleixo (1899-1949):
Gosto do preto no branco,
Como costumam dizer:
Antes perder por ser franco
Que ganhar por não ser.
Por outro lado há outros que parecem assim... e se sentem assim...
... e que para além de sê-lo parecem-no e que para além de parecê-lo são-no, tal como a mulher de César!
O problema está em distinguir os que parecem e são dos que parecem e não são... Quando exprimimos as nossas posições publicamente estamos sujeitos à crítica, ao confronto, à ameaça, ao afastamento, à ostracização, principalmente se somos discordantes do poder instituído.
Não sou saudosista, nem por uma questão de idade nem de sonhos. Quando começamos a colocar recordações no lugar dos sonhos aí sim, já nem saudosistas somos. Somos derrotados, vivemos agarrados ao passado e nem sequer vivemos. O passado ninguém o pode modificar, mas podemos servir-nos dele para avançarmos para uma coisa que se chama progresso na evolução... para algo que se chama conhecimento, via transcendente para a sabedoria...
Ser saudosista é discutir muito sobre a forma como o Karaté deve ser em vez de tentarmos compreender como ele de facto existe, para nos podermos servir disso para o servirmos a ele. Quando exprimimos as nossas posições publicamente, quando as fundamentamos, estamos a servir o Karaté e não a servirmo-nos dele.
Volto de novo a António Aleixo (hoje estou para aqui virado!):
Queremos ver sempre à distância
O que não está descoberto,
Sem ligarmos importância
Ao que está à vista e perto.
Sem ligarmos importância
Ao que está à vista e perto.
Porque será que nós temos
Na frente, aos montes, aos molhos,
Tantas coisas que não vemos
Nem mesmo perto dos olhos?
Tantas coisas que não vemos
Nem mesmo perto dos olhos?
Em democracia prevalece a vontade da maioria. Mas respeitando a vontade das minorias.
A maioria detém a legitimidade do poder que lhe é concedido através dos actos eleitorais e das votações.
Mas democracias alicerçadas em minorias (veja-se o "extraordinário" número de delegados na última AG da FNK-P) caminham para a implosão...
O poder regulamentar em qualquer federação desportiva titular do estatuto de utilidade pública desportiva, é atualmente exercido, primariamente, pela Direcção.
A Direcção da Federação é, na substância, o órgão regulamentar por excelência. Que façam os regulamentos... nem precisam de ir à AG! Até porque, com Assembleias-Gerais destas, acabou-se a democracia... Tanto interessa ter 2 praticantes inscritos como 200...
アルマンド イノセンテス
Sensei Armando!
ResponderEliminarHá ainda mais uma quadra de António Aleixo que se aplica a este seu artigo, que é a seguinte:
Sei que pareço um ladrão...
mas há muitos que eu conheço
que, sem parecer o que são,
são aquilo que eu pareço.
Um abraço.
HRamos
De facto só interessa ter inscritos os que fazem competição ou os que vão fazer cursos de treinadores ou de árbitros...
ResponderEliminarOs Senhores da Federação não viram que este modelo é menos representativo e mais autocrático? Com o aumento dos seguros (também os temos nos dojos!) e com a continuação dos 500€ provisórios-definitivos vamos inscrever menos gente...
De 160000 vamos passar para quantos?
Se as associações não podem estar na Assembleia Geral como vão ser auscultadas? NÃO VÃO!
A DIRECÇÃO VAI PÔR E DISPOR - OU TALVEZ SEJA O PRESIDENTE A PÔR E DISPOR - aguardemos até os outros Directores abrirem os olhos -e aí sim, vai ser implosão e explosão! A não ser que estejam todos a mamar do mesmo tacho!
Grande Abraço
Pedro Correia
Caro Pedro:
ResponderEliminarPor toda a razão que possas ter, não são 160 000. As últimas estatísticas do IDP publicadas diziam 16 000...
Obrigado e um abraço de Feliz Natal!
Caro Hélio:
ResponderEliminarObrigado pelo comentário.
Também tinha em mente essa quadra de António Aleixo, mas como já há tantos "ladrões" em Portugal não quis chamar ladrão a mais ninguém...
Um abração e Feliz Natal!
Winston Churchill dizia que “quanto mais para trás se olhar, mais para a frente se poderá ver”... enquanto o nosso Vergílio Ferreira era mais apologista de que a esperança é a última a morrer:
ResponderEliminar“Tenho esperança. É o que me vem sustentando: a esperança de que amanhã é que é.”
E se o amanhã não chegar?
Vamos continuar à espera de D. Sebastião?