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-----Sob a égide da FNK-P e da FMH, desenrolou-se entem, no salão nobre desta última, a acção de formação “Karate, Escola, Empreendedorismo e Sociedade” organizada pela AKDK. A sessão de boas vindas foi apresentada pelo Presidente da FNK-P, João Salgado, assim como pelo Presidente da FMH, Prof. Dr. Carlos Neto.
-----Os cerca de cinquenta presentes, treinadores de Karaté, alguns dos quais provenientes da própria FMH, tiveram a oportunidade de ouvir palavras sobre a colaboração que deverá existir entre a Federação e as instituições de ensino superior face aos desafios da formação, declarando o Prof. Dr. Carlos Neto que a FMH se encontra na disposição de participar nesta parceria.
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-----A primeira intervenção esteve precisamente a cargo de um especialista em motricidade infantil, o Prof. Dr. Carlos Neto, e abordou uma temática sobre "A actividade motora, a criança e a Sociedade". Apresentou-nos principalmente as diferenças entre as vivências das crianças actuais e as de gerações anteriores, salientando que há um aumento de obesidade e de sedentarismo das mesmas a par de uma diminuição da sua motricidade. A superprotecção a que as crianças estão sujeitas hoje provoca nas mesmas uma ausência de risco que só beneficia o seu analfabetismo motor. Salientou ainda que "num país sem visão estratégica, o desporto ultrapassa barreiras, ultrapassa fronteiras, ultrapassa crises". E aí o treinador possui um papel fundamental, pois o treinador é um gestor do "risco"...
E, ainda nas suas palavras, o treinador terá de ter em conta que "o ensino ou se faz à martelada ou segue uma via de desenvolvimento normal, progressiva e harmoniosa. Não se fazem atletas de laboratório". O Professor Carlos Neto defendeu ainda que todos os treinadores deveriam trabalhar sempre com crianças, como ele ainda hoje continua a fazer, não se modificando a realidade por muitos livros sobre empreendedorismo que se venham a escrever. Por último, deixou-nos uma mensagem: "O que é que o Karaté dá à criança? Não é a aparência, não é o corpo, é a essência, é a ética..." -----Uma excelente intervenção, alertando-nos para problemas muito actuais, em que o Prof. Carlos Neto foi igual a si próprio como sempre, até porque, como afirmou,"as crianças hoje sobem às árvores, mas já não descem!".
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-----Seguiram-se mais duas intervenções de peso da parte da manhã, uma pelo Dr. Joaquim Gonçalves e outra pelo Dr. Filipe Pamplona, para da parte da tarde intervir o Mestre Vilaça Pinto.
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-----O Seleccionador Nacional, dissertou sobre "A alfabetização motora e o Karaté", alertando para a necessidade de se começar a trabalhar desde cedo com as crianças de um modo correcto e com carácter lúdico, pois a modalidade possui um alfabeto motor específico. Realçou também a importância de se irem alternando as metodologias de treino e apresentou o paradigma do novo treinador, onde no ponto quatro salientava a necessidade de se "adaptar o modelo competitivo" actual nos escalões compostos por crianças e pelos mais jovens. Uma óptima intervenção da parte do Dr. Joaquim Gonçalves, ao que também já estamos habituados...
-----O Dr. Filipe Pamplona falou-nos de "Karaté, inteligência cognitivo-motora e empreendedorismo". Apresentando o Karaté como uma linguagem universal mesmo em culturas diferentes, focou a sua atenção num modelo interactivo em torno dos múltiplos agentes do Karaté e nos actores do processo de transformação, lançando a questão "como é que o Karaté vai dar resposta aos desafios lançados?". Referiu ainda o Dr. Filipe Pamplona o paradigma lutar-fugir, alertando para que do paradigma sobrevivência-competição estamos a passar para um paradigma da integração. Entrando nos domínios neuro-cognitovo-motores, da inteligência motora e da inteligência emocional, foi latente que a elevada terminologia técnica não conseguiu ser acompanhada por muitos dos presentes, como foi referenciado numa intervenção.Um único pecado a apontar foi o facto de termos ido almoçar às 14.00 horas. ..
-----Da aparte da tarde e para finalizar, o Mestre Vilaça Pinto, um histórico da modalidade, falando do "Karaté - da tradição à modernidade" fez um historial da evolução desta prática desde os seus primórdios no Japão, salientando que o Karaté deve ser virado para o praticante e não para a organização. Revelando-se contra a especialização só na kata ou só no kumite, até porque na competição "a medalha é a cenoura que damos aos nossos alunos" (embora a graduação também assim possa ser considerada - n. a.), Vilaça Pinto tentou uma conciliação que conjugasse a componente desportiva do Karaté com aquilo que denominou como "o Karaté clássico", referindo que aos treinadores cabe "a responsabilidade na herança recebida e na herança que deixamos".
-----Por último, o aguardado workshop, orientado por vários treinadores e pelo seleccionador nacional, fundamentou o que tinha sido explorado nas várias prelecções e lançou pontes para o futuro, apesar de ter terminado tardiamente. -----
-----Uma acção de formação altamente positiva devido aos conhecimentos e às competências dos prelectores, onde só temos a apontar a má gestão do tempo e a ausência da atribuição do certificado aos formdores da FNK-P que se tiveram de ausentar para uma acção de formação de formadores assim como de material de apoio (embora acreditemos que se solicitado, este possa ser posto à nossa disposição numa troca de conhecimentos em rede). Pena também que se tenha falado tão pouco da Escola, como prometia o título da acção de formação e principalmente do Desporto Escolar (mas também não há tempo para tudo!).
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Recebi um comentário anónimo alertando-me para duas incorrecções no meu texto, o que agradeço, mas que não tinha a necessidade de ser anónimo pois assim poderia agradecer directamente.
ResponderEliminarDe qualquer maneira, estão as correcções feitas.