domingo, 31 de julho de 2011

Sem medalhas em Londres 2012?


Há hoje um título no «Expresso» que é elucidativo: "Londres 2012: Comité Olímpico não exige medalhas"
(http://aeiou.expresso.pt/).

Transcrição de parte da notícia e algumas observações:

Vicente Moura lamenta o "divórcio" dos desportos coletivos com os Jogos Olímpicos e realça diferenças de vontade nas modalidades. O Karaté é uma modalidade individual e também não vai aos Jogos porque... não pertence ao programa! Porque não é rentável comercialmente...

"Há aqui duas circunstâncias: uns não querem, outros não podem. O futebol não quer, não estou a dizer que o futebol não se tenha qualificado propositadamente, mas sabemos que a FPF vê a participação olímpica como uma participação menor", lamentou. O futebol não se qualificou propositadamente? Serão masoquistas ou não tiveram pés, pernas e cabeça para isso?

Depois do fracasso em Pequim 2008 quanto às metas traçadas para a conquista de quatro a cinco medalhas - o que chegou a estar escrito e contratualizado com o Instituto do Desporto de Portugal - Vicente Moura diz que já não comete o mesmo erro. Pudera... Como disse na semana passada, «os políticos acham que se arranjarem um culpado fora da política é fantástico».

"Desta vez isso não acontece: o programa que assumi com o governo não prevê lugares de pódio, prevê boa representação, condigna, etc... mais atletas, talvez mais modalidades, mas não mais do que isso", justificou o presidente do COP. Será que prevê resultados iguais aos dos J. O. de Barcelona? É que se é essa a previsão, então terá de se justificar sobre as verbas que foram gastas nisto tudo (a missão a Londres 2012 tem um apoio do Estado na ordem dos 14,6 milhões de euros!).

Um discurso prudente, ou defensivo? Um discurso a contar com a imprevisibilidade dos resultados ou a não acreditar no triplo-salto, no judo e na canoagem?

Regressando ao título, que é da responsabilidade da Lusa, se não se exigem medalhas então a comitiva portuguesa (70 a 80 atletas) tem um belo programa turístico a cumprir... e poder distrair-se e divertir-se à grande e à francesa (perdão, à inglesa!).
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sábado, 30 de julho de 2011

Serão na realidade sábios os três macacos?


Regressamos a Mizaru (o macaco que não vê o Mal), Kikazaru (o que não ouve o Mal) e Iwazaru (o que não fala sobre o Mal), para
 nos questionarmos se de facto serão sábios.

A informação gera conhecimento e este transforma-se em sabedoria...

Como poderá qualquer um dos macacos sábios saber quando vê o Bem, ter consciência de que ouve o Bem, conhecer quando fala bem sobre o Bem, se antes não vivenciou o seu contrário?


No século XVII esta poderia ser uma perspectiva em vigor, mas só há branco quando existe o preto: é a teoria do yin e do yang... só sabemos e conhecemos o Mal quando sabemos e conhecemos o Bem - e saber e conhecer não são exactamente a mesma coisa...


Numa sociedade democrática que se pretende cada vez mais transparente e mais justa, onde existe a liberdade de expressão, sábios são os macacos que ouvem, vêem e falam o Bem porque conhecem o Mal. 

As opiniões, desde que fundamentadas, provadas e irrefutáveis, não são para serem deixadas na gaveta, mesmo que não sejam pedidas. Principalmente quando forem para denunciar injustiças ou irregularidades. Watergate foi um primeiro exemplo, Murdochgate um dos últimos.

Claro que há a confidencialidade quando pedida! Claro que há o «off the record!». Claro que há a inviolabilidade da correspondência! Claro que há a privacidade do indivíduo!

Miguel Deusdado, no «Jornal de Notícias» de 21 do corrente terminava a sua crónica dizendo que "por muitas voltas que se dê, há coisas no jornalismo que não mudam: verdade, justiça, interesse público. Por muito vertiginosa que seja a velocidade do progresso, estes princípios pairam no tempo e não deveriam mudar. O jornalismo nasceu assim, que morra ou sobreviva assim. Mas há uma pergunta que é uma espada de Dâmocles: o que querem afinal os leitores?

Mas começava esta sua coluna com as seguintes palavras: "Grandes órgãos de informação, alguns deles líderes, traficam notícias como se fossem droga. E milhões de leitores querem ver esse mundo degradado, a uma distância voyeur, lamentando repetidamente a decadência a que se chegou (e de que eles, obviamente, não fazem parte). Querem, e têm. Sangue? Escândalos? Tomem lá. Traições, ódios, coscuvilhices... Com fotos ou imagens, se possível. Lamentável e maravilhoso. Mas triste."

Serão na realidade, actualmente, sábios os três macacos?

Como disse Einstein, "o mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer."
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sexta-feira, 29 de julho de 2011

O Bem e o Mal no desporto!


Há quem acredite nas forças do Bem e do Mal (mais uma vez, crenças!) até no próprio desporto. Mas será que Deus e o Diabo, a existirem, existem como seres distintos? Todos nós temos capacidade para o Bem e para o Mal, logo, Deus e o Diabo, a existirem, repito, não são mais do que partes distintas de nós mesmos.

A crença na sua existência poderá ser uma justificação para uma atribuição causal.

Se temos essa capacidade, podemos praticar o Bem ou o Mal, ou o Bem e o Mal. Depois de praticado um ou outro, ou ambos, subsistem factos (com ou sem testemunhas) ou resíduos deles. Testemunhados e sem necessidade de serem provados, tal é a sua evidência, poderão ser considerados factos notórios. Sem testemunhas e sem provas cabais cairemos naquilo que disse Nietzsche: "não há factos, apenas interpretações."

O que é certo é que se torna necessária uma fundamentação objectiva em relação a esses factos e um enquadramento da factualidade apurada – em relação ao autor, às suas motivações, às circunstâncias, ao meio envolvente, à sociedade e, finalmente em relação ao julgador – mas de modo a esconjurar imaginários arbítrios nos juízos e na argumentação a serem efectuados sobre tal. O essencial deve ser separado do acidental e o objectivo do subjectivo, embora aqui só possamos utilizar probabilidades dada a ausência de uma certeza absoluta.

E essa fundamentação só pode ser apresentada verbalmente.

Philip Kerr (1) defende a tese de que “o único limite ao que pode ser dito é o limite que faz a destrinça entre o bom senso e aquilo que não faz sentido. (...) E não obstante, continua a persistir a crença de que tudo aquilo que efectivamente pode ser compreendido, também pode ser qualificado como sendo inqualificável: que o sentido do mundo poderá ser encontrado no interior desse mesmo mundo.
Mas se existe qualquer valor único, que tenha valor, deve encontrar-se no exterior de toda a esfera daquilo que acontece. O cerne da questão é que todas as proposições são de igual valor, não existindo factores como por exemplo as proposições de natureza ética. A ética é transcendental não podendo ser posta por palavras. Resumindo e concluindo, o conceito de ética é impossível.

Nisto se baseiam alguns que dentro do seu oportunismo e do seu egoísmo (Óscar Wilde dizia que egoísmo não é viver à nossa maneira, mas desejar que os outros vivam como nós queremos) conseguiram chegar ao poder, criaram uma certa imagem e alimentaram certas expectativas. Mas no «Dicionário do Diabo», de Ambrose Bierce (2), a expectativa é definida como “o estado ou condição mental que, no cortejo das emoções humanas, é precedido pela esperança e seguido pelo desespero."

E para esses, esse desespero já não está longe...



Não me consigo esquecer aqui das célebres palavras de Abraham Lincoln: “podeis enganar toda a gente durante um certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar sempre toda a gente.

Nem das palavras de Martin Luther King: "o que mais me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem-caráter, nem dos sem-ética. O que mais me preocupa é o silêncio dos bons!"



(1) Philip Kerr, 1999, “Um assassino entre os filósofos”, Lisboa, Ed. Presença.
(2) Ambrose Bierce, 2006, “Dicionário do Diabo”, Lisboa, Tinta da China.
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Cravo & Ferradura


De José Bandeira, o cartoon Cravo & Ferradura, publicado hoje do Diário de Notícias, na página 54.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

As melhores definições na poesia portuguesa sobre a nossa modalidade, os seus elementos e os seus constituintes.


Manuel Alegre terá sido o poeta que melhor definiu o Karaté, "a via das mãos vazias":


"Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz."



Sophia de Mello Breyner terá sido a poetisa que melhor descreveu o praticante de Karaté:

 “A resignação passiva, por ensurdecimento progressivo do ser,
é o falhanço completo e sem remédio.”


Tarefa em que foi secundada por Ary dos Santos:

"É por dentro de um homem que se houve
o tom mais alto que tiver a vida
a glória de cantar que tudo move
a força de viver enraivecida."



Mas sem dúvida que quem melhor caracterizou
o Treinador de Karaté foi Mário-Henrique Leiria:

"Uma nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia

chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a

é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece"

Jorge de Sena tudo resume:

"Esta é a ditosa pátria minha amada. Não.
Nem é ditosa, porque o não merece.
Nem minha amada, porque é só madrasta.
Nem pátria minha, porque eu não mereço
A pouca sorte de nascido nela."



Mas também não me esqueço de José Gomes Ferreira:

"O nosso mundo é este
Suado de morte
E não o das árvores
Floridas de música
A ignorarem
Que vão morrer.

E se soubessem, dariam flor?

Pois os homens sabem
E cantam e cantam
Com morte e suor.

O nosso mundo é este….

( Mas há-de ser outro.) "


E para os mais novos, termino com Fernando Pessoa:

"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive."


"Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada."


"Precisar de dominar os outros é precisar dos outros.
O chefe é um dependente."

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Katas - The Meaning behind the Movements (Kenji Tokitsu)


O Karaté oferece-nos os exemplos mais precisos de Katas estritamente formalizadas, representando o combate real contra quatro adversários imaginários. O judo também possui as suas Katas. No entanto as Katas permeiam toda a tradição cultural japonesa. Qual o seu significado por de trás do movimento? Qual é a relação entre a cerimônia do chá e as "artes marciais"? Qual é o ponto comum entre a morte por seppuku e arte floral?

Kenji Tokitsu, que dispensa apresentações, dá-nos inumeras respostas neste livro. Um livro a não perder...

O conceito de Kata oferece respostas às perguntas anteriores. As Katas estão presentes no campo da filosofia, tecnologia, educação, profissão, modo de vida e significam esclarecer todas as abordagens relacionadas com a ideia de perfeição.

A partir de exemplos históricos e concretos, mas também de sua experiência pessoal no campo de Karaté, Kenji Tokitsu, doutorado em Sociologia e em Civilização Japonesa, define este conceito absolutamente essencial  num país tentando conciliar tradição e modernidade, em particular no domínio das "artes marciais" e da prática do Karate-Do.

O fundador da escola Tokitsu-Ryu oferece-nos nesta obra uma profunda reflexão sobre um conceito profundamente enraizado na história de seu país e que dá sentido a muitos valores japoneses.
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Onde pára a bola?





O karaté não precisa de ténis ou sapatilhas e muito menos de chuteiras. O Karaté não se faz com raquetes,
com tacos, com sticks e muito menos com bolas.

Mas em muitas modalidades que se praticam com bola, é caso para perguntar: onde pára a bola?


Nota: tendo sido retiradas da internet todas as fotos e não tendo sido possível apurar se as mesmas possuiam copyright, apresentamos
as nossas desculpas aos seus autores com os nossos agradecimentos e o devido reconhecimento pela sua qualidade.
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terça-feira, 26 de julho de 2011

E veio a miséria... a opinião do Prof. Dr. Sidónio Serpa!


Conheço a competência, a lucidez e a objectividade do Prof. Sidónio Serpa desde os Cursos de Treinadores de Karaté da antiga FPKDA e da FMH.

Na sua coluna semanal de «A Bola», de leitura obrigatória, muitas questões pertinentes tem levantado...

Hoje, mais uma traz a lume. Após ter falado de Albertina Dias em crónica anterior, hoje aborda a questão de Zhang Shangwu.

E mais uma vez coloca o dedo na ferida ao dizer que "logo a notícia correu nas agências internacionais fazendo notar o modo como são tratados os desportistas na China. Santa hipocrisia! Como se isto fosse exclusivo daquele país... O mesmo sucede nas democracias ocidenteias tão cientes dos direitos humanos. (...) É verdade que o respeito pela condição humana evoluiu no Ocidente de forma significativa e haverá mais cuidado com a dignidade dos cidadãos. Mas isso só nos carrega de maior responsabilidade, sendo perigoso projectarmos esses casos como se fossem característicos de outras culturas. Quando as coisas materiais se sobrepõem ao ser humano, é este que sai desprezado. E. como podemos constatar na crise actual, cada um de nós é uma vítima em potência. Mesmo os que se julgam a salvo... No desporto, como na economia, a degradação decorre de esquecermos o Homem como finalidade da produção social."

Nota: negritos da responsabilidade de Karate-do.pt.
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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Florence Braunstein



O ano passado propus como leitura de férias o livro de Florence Braunstein, em “Les Arts Martiaux Aujourd’hui” – États dês lieux” (L’Harmattan, 2001).

Esta obra ronda três questões:

A primeira trata-se de perguntar o que fizemos das artes marciais. Esta pergunta diz respeito ao modo como passámos do bujutsu, “técnicas de combate", ao budo, "voz do combate" tornando-se uma filosofia de vida. Ao impor os nossos rituais, os nossos ritmos, as nossas limitações corporais e físicas, nós complexificamos ainda mais estes, conduzindo-os à sua estetização. Uma outra consequência é também a sua desportivização excessiva, para além de removê-los ainda mais de sua missão original de técnicas de sobrevivência.

O que as artes marciais fizeram de nós permite enfatizar as consequências de uma verdadeira ideologia da corporalidade e aquelas, num mundo em vias de dês-simbolisação, dum indivíduo banalizado do qual a sociedade não precisa mais, que são a reconstrução de uma identidade valorisante e estabilizante, graças às mesmas.

O que podemos fazer em conjunto leva-nos a questionar as artes marciais como uma possível nova New Age, as técnicas segundo a noção de eficácia de acordo com o conceito ocidental de eficiência e não mais asiático, alterando profundamente o próprio significado da estratégia.


 
Um livro a reler...
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Concorrência renhida!






































Serão estas as modalidades com que o Karaté vai concorrer para entrar nos Jogos Olímpicos?

É que para além do hóquei sub-aquático, do futebol de robótica, do golfe no gelo, do xadrez para três, do sandboard e do futevólei (cujo campeonato mundial se está a disputar em Kuala Lumpur), ainda temos como concorrentes o mergulho em apneia, a dança do varão, o hóquei em patins e o golfe em greens...

A concorrência vai ser renhida...
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Presunção de inocência!


O Comité de Ética da FIFA, depois de dois dias de depoimentos, alegações e deliberações, anunciou no passado sábado que o dirigente qatari Mohammed Bin Hamman foi banido para sempre do futebol. Além de Bin Hammam, foram suspensos Debbie Minguell e Jason Sylvester, ambos dirigentes da UFC, pelo período de um ano.

O presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC), de 62 anos, estava suspenso do cargo desde maio, tendo o Comité de Ética dado como provado que Bin Hammam tentou comprar votos de representantes das Caraíbas na corrida eleitoral à liderança da FIFA, que ele próprio acabou por abandonar antes da reeleição do suíço Joseph Blatter.

Bin Hamman é o mais alto representante da FIFA a ser considerado culpado de corrupção nos 107 anos de história do organismo que rege o futebol mundial.

Ontem, Mohamed Bin Hammam afirmava que a irradiação que lhe foi imposta pel Comité de Ética da FIFA era um ato de "vingança" do presidente do organismo, o suíço Joseph Blatter. "A irradiação mostra o quanto estas pessoas estão furiosas, o quanto estão dispostas a fazer para se vingarem", afirmou Bin Hammam, em entrevista à BBC.

Este dirigente, que sempre negou as acusações e que declara tencionar recorrer da decisão para o Tribunal Arbitral do Desporto, quer tenha sido corrupto ou não, deve beneficiar do estatuto de presunção de inocência... Seará de facto um caso de corrupção ou um caso de afastamento de um concorrente à presidência da FIFA?

O TAS que se pronuncie...
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O Judo em grande - e mais uma vez as senhoras!


Ana Hormigo conquista ouro nos -52kg., Telma Monteiro conquista ouro em -57kg. e Yahima Ramirez conquista bronze nos -78Kg na Taça da Europa em Hamburgo.
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domingo, 24 de julho de 2011

Seisan e Bunkai - sem palavras...


A Kata Seisan executada por Onaga Sensei e a respectiva aplicação
(coadjuvado pelo meu amigo "Paco", Francisco Pérez Orenes)...


Um dia talvez, talvez todos consigamos fazer Seisan assim...
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sábado, 23 de julho de 2011

Kikazaru, Mizaru e Iwazaru, os três macacos sábios!


Em Março, no final do Estágio com o Sensei Onaga, tivémos a oportunidade de lhe oferecer uma estatueta em madeira, artesanato português, com o macaco que não ouve, o macaco que não vê e o macaco que não fala. Muitos se interrogaram sobre o significado da mesma...


Mas qual a origem desses três macacos e qual o motivo para o desuso dos principais órgãos dos sentidos?

Na cidade japonesa de Nikko, ergue-se o santuário Toshogu, construído para abrigar o túmulo do mais famoso Shogun do Japão, no século XVII, com esculturas do artista nipónico Hidari Jiongoro.


Ieyasu Tokugawa (1543-1616) foi o primeiro líder militar a conseguir dominar todo o país, estabelecendo uma paz duradoura e um método de governação que se estenderia por mais de 250 anos. Ao cimo da escadaria o portal Yomeimon, onde existem mais de 500 esculturas, representando divindades, seres espirituais, cenas de lendas e histórias mitológicas. No seu interior o santuário e o túmulo de Tokugawa.

É aqui  que aparecem pela primeira vez esculpidos os três macacos sábios, ornamentando a porta do estábulo sagrado.


As sua origem é baseada numa espécie de um provérbio com um trocadilho fonético japonês: Não ouça o mal! Não veja o mal! Não fale o mal! Os seus nomes são Mizaru (o que cobre os olhos), Kikazaru (o que tapa os ouvidos) e Iwazaru (o que tapa a boca), o que é traduzido como não ouça o mal, não fale o mal e não veja o mal. A palavra saru, em japonês, significa macaco e tem o mesmo som da terminação verbal zaru, que está ligada à negação. Miru é sinónimo de olhar, Kiku de ouvir e Iu de falar. Pretende assim esta escultura ser uma forma de lembrar que se os homens não olhassem, não vissem e não falassem o mal alheio, teriam comunidades pacíficas, harmoniosas e mais civilizadas.
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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Denunciar a verdade - assim morreram dois heróis!


Todos nós, mesmo que não acompanhemos, temos ouvido algo sobre o escândalo do jornal britânico «News of the World», de Rupert Murdoch, que se baseou em escutas ilegais e alegado suborno para poder fabricar as suas notícias. Mas o maior escândalo foi terem colocado escutas em vítimas de crimes e de actos de terrorismo - como por exemplo no telefone dos pais de Milly Dowler, uma criança encontrada morta em 2002, e eventualmente nos de vítimas do 11 de Setembro.

Pedro Mexia, no «Expresso» de sábado, dizia: "se alguém está contra ele, Murdoch compra-o ou ataca-o. Os seus jornais são um instrumento habitual de vinganças pessoais. E quem trabalha com ele faz tudo o que ele quer (...). Faz isso porque pode, porque o deixam, porque comprou ou destruíu quem lhe podia fazer frente."

O ex-jornalista do «News of the World», Sean Hoare, que revelou o caso ao concorrente «The Guardian», foi encontrado morto em casa na segunda-feira, dia 18. Homicídio ou suícidio? Calar uma testemunha ou sucumbir fruto da pressão?


O que é certo é que a polícia não considera a morte suspeita... apesar de se ter demitido no dia 17 o Chefe da Scotland Yard e no dia 18 o número dois da mesma.

Fizeram-me estas notícias recordar um e-mail que um amigo* me enviou a 18 de Outubro do ano passado com este vídeo:


O vídeo era acompanhado por este pequeno texto: "Este soldado não tem o coração de chumbo, mas de ouro! ...de amor e compaixão... Assistam e passem adiante! Mereceu os aplausos de pé!! Contundentes e verdadeiras as palavras do soldado.
O soldado apareceu morto 2 dias depois do discurso. A autópsia revelou ter sido um ataque cardíaco. Depois de um discurso destes, é difícil acreditar em ataque cardíaco... a menos que tenha sido provocado!"

Moral da história (ou das histórias): denunciar a verdade tem custos, mas a dignidade não tem preço! Morreram dois heróis! Que fique o seu exemplo... e que não os esqueçamos!
 

* Os meus agradecimentos público ao Carlos Camelo, leitor deste blog, pelo e-mail e pelo vídeo.

De Quino, de pequenino...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Oscar Pistorius, depois dos Mundiais finalmente os Olímpicos?

(foto Claro Cortes / Reuters, http://desporto.publico.pt/)

O paralímpico sul-africano Oscar Pistorius qualificou-se para o Mundial de Atletismo de Daegu (27 de Agosto a 4 de Setembro), ao correr os 400 metros em 45,07 segundos durante a Reunião de Lignano Sabbiadoro, em Itália.

Pistorius precisava de fazer menos de 45,25s para se qualificar para o Mundial da Coreia do Sul. A marca de 45,07 segundos cumpre ainda os mínimos “A” e deixa nas mãos da Federação de Atletismo da África do Sul a sua chamada para os Jogos Olímpicos de Londres 2012.

O sprinter sul-africano, apelidado de “Blade Runner” (Corredor Lâmina) devido às próteses em folha de carbono que utiliza nas pernas, ambas amputadas, bateu ainda o seu recorde pessoal de 45,61 segundos.

Oscar Pistorius sagrou-se quatro vezes campeão paralímpico: três em Pequim e uma em Atenas.

O recorde mundial dos 400m é 43,18s, conseguido por Michael Johnson em 1999.


Notícia do jornal «Público», in http://desporto.publico.pt/noticia.aspx?id=1503854.

Um crime sem autor, por Ana Sá Lopes


Em Abril de 2007, o Professor Fernando Charrua foi suspenso das suas funções na DREN pela própria Direção Regional, por motivo de alegados insultos a José Sócrates. O caso teve no passado dia 15 o seu epílogo.

Transcrevemos com a devida vénia o final do texto de Ana Sá Lopes, na página 2 da edição de 16 do corrente, no jornal «i».

"O tribunal obrigou o Estado a pagar a Fernando Charrua 12 mil euros por "danos morais", resultantes do seu despedimento sem fundamento da Direcção Regional de Educação do Norte. Curiosamente, quem o despediu passou incólume e nos intervalos da chuva. Como o tribunal não conseguiu provar que Charrua foi despedido por ter "proferido comentários jocosos sobre Sócrates", ninguém foi condenado - nem a antiga directora da DREN, nem o secretário de Estado, nem o ministro. Fomos nós condenados, caro leitor - o meu e o seu imposto extraordinário, fora os outros, pagarão os danos morais de um despedimento sem causa, evidentemente política, com uma vítima, Fernando Charrua, mas onde não foi possível apurar o criminoso. Crime houve, não se encontrou foi o autor material.

Ainda bem que Fernando Charrua vai ser indemnizado por danos morais. O seu despedimento, como estava na cara, foi um acto de saneamento político. O que é imoral é que quem na administração pública tem o poder de viabilizar este tipo de saneamentos políticos não tenha, depois, de pagar a conta dos danos morais."

Mais uma tipicidade deste país... e mais uma conta para pagarmos!
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De campeão a ladrão, de ladrão a mendigo, de mendigo a "star"!


Esta semana foi notícia o facto do ex-ginasta chinês Zhang Shangwu, que obteve 2 medalhas de ouro na Universíada de Pequim em 2001, ter sido descoberto a mendigar nas ruas depois de passar 4 anos na prisão por roubo.


A imprensa diz-nos que este caso reabriu o debate sobre as dificuldades por que passam muitos dos desportistas chineses já retirados.

Zhang Shangwu, de 28 anos, penhorou as suas duas medalhas em 2007 por cerca de 50 yuan cada (cerca de cinco euros) e pouco tempo depois seria detido por roubo de computadores, telefones móveis e outros equipamentos numa escola de desporto em Pequim.

O antigo ginasta, que  treinava desde os cinco anos tendo abandonado o desporto por lesão, saiu da prisão em Abril e desde então vivia mendigando e dormindo nas ruas da capital chinesa até ser descoberto pela imprensa.

Será só na China? E por cá?
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terça-feira, 19 de julho de 2011

"Golpe de karate ou grande golo? "


O diário «A Bola» é um jornal prestigiado.

Mas quem entra hoja na página da net do mesmo (http://www.abola.pt/), ao fundo depara-se com o título "Golpe de karate ou grande golo (com vídeo)" (podem ver, basta clicar aqui: Golpe de karate ou grande golo? (com vídeo)) para vermos pura e simplesmente um remate em suspensão!

Quem deverá elucidar a comunicação social (ou os jornalistas) em Portugal que um golpe acontece quando eu corto um dedo? E quem deverá elucidar a mesma que há gestos técnicos parecidos entre várias modalidades sem contudo serem exactamente o mesmo?

Já não é a primeira vez que o Karaté paga as favas...

«A Bola» não merecia isto! E nós também não!
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Será que os deixam?


Agora recorro ao blog de Ramiro Marques, o «ProfBlog - a Educação em Portugal», para dele retirar a seguinte citação:

"Se Nuno Crato colocar em prática as medidas que tem defendido em numerosos artigos de imprensa e em vários livros, assistiremos a uma verdadeira mudança de paradigma na educação."

Parafraseando Ramiro Marques, diria que "se Alexandre Mestre colocar em prática as medidas que tem defendido em numerosos artigos de imprensa e em vários livros, assistiremos a uma verdadeira mudança de paradigma no desporto."

A questão central é: será que os deixam?

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Qual é o salário de um administrador da EDP?


Como se sabe, este é um blog não só sobre Karaté, mas também sobre desporto e não só!...
E o presente post é precisamente sobre o "não só!...".

A EDP tem concorrência em Portugal? Se tem, claro que necessita de publicidade, se não tem a publicidade é desnecessária pois somos obrigados a comsumir os seus produtos e serviços.

Vem isto a propósito de uma página da revista «Sábado», outra do jornal «i» (que aqui reproduzimos) e ainda dos anúncios televisivos que nos entram por casa dentro todos os dias.


Quanto custa essa publicidade? Qual é o salário de um administrador da EDP? Isto porque no final da "cadeia alimentar" encontra-se o consumidor, ou seja, todos nós... e somos nós que estamos a pagar essa publicidade.

Ou não?
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Curiosidades do futebol feminino


Terminado o Campeonato do Mundo de Futebol com o título inédito para a selecção nipónica, aqui ficam duas curiosidades.

A capitã da selecção do Japão, Homare Sawa, estreou-se aos 12 anos no campeonato japonês e aos 15 na selecção nacional. Esteve nos Mundiais de 1995, 1999, 2003, 2007 e 2011. Eleita a melhor jogadora do Mundial, Sawa, aos 32 anos, foi também a jogadora que mais golos marcou no mesmo.

Numa publicação deste mês, o jornal journal "Research in Sports Medicine" apresenta um estudo (http://www.sciencedaily.com/releases/2011/07/110706195906.htm em que demonstra que, ao contrário dos homens, as mulheres do futebol não fazem teatro nos jogos, isto é, não simulam gestos de dor, expressões de angústia ou lesões .

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Espanha: um paraíso da dopagem?


1. Ao longo dos últimos anos muitas foram as notícias sobre processos policiais e judiciais relacionados com a dopagem em Espanha. Um dos últimos casos prendeu-se com a atleta Marta Dominguez. Há mesmo quem tenha afirmado que, na altura das candidaturas ao Mundial de futebol, os ingleses amplificaram tudo o que permitia ver Espanha como um dos pólos da dopagem no desporto internacional.

2. A este propósito, aproveitando alguma folga nas "crises do futebol" e governamentais, damos conta do que o presidente do Consejo Superior de Deportes - o responsável pela área do desporto em Espanha -, veio estabelecer, no passado dia 30 de Junho, quanto a critérios para a autorização de participação de selecções nacionais em competições internacionais, assim como o seu financiamento. O pano de fundo é a luta contra a dopagem.

3. Que foi "resolvido"? Em primeiro lugar, que não será autorizada a participação de selecções nacionais que incluam atletas contra os quais "corra um processo" relacionado com a dopagem, seja em Espanha ou não. Aqui se incluem processos-crime, disciplinares ou administrativos, abarcando os procedimentos das federações e instituições de âmbito internacional. Ficam ainda abrangidos os atletas relativamente aos quais os tribunais penais atestem a existência de indícios da prática de infracções administrativas ou desportivas em matéria de dopagem. O Consejo também não financiará a participação das selecções nacionais em competições internacionais quando incluam tais atletas.

4. Porém, fruto de um recurso da Real Federación Española de Atletismo, apresentado contra a Resolução, analisando ainda a situação criada com as decisões judiciais relativas à Operación Galgo, o Consejo viu-se obrigado a corrigir a Resolução. Assim, com a intenção de não provocar prejuízos a pessoas alheias a procedimentos de dopagem, para estabelecer a necessária garantia de segurança jurídica dos afectados e, por último, com o objectivo de respeitar a competência e responsabilidade das federações desportivas na elaboração dos seus critérios de selecção, o Consejo excluiu do universo dos atletas "manchados" aqueles que os tribunais penais atestem a existência de indícios da prática de infracções administrativas ou desportivas em matéria de dopagem.

5. O caminho trilhado pelo Estado espanhol, se compreensível à luz da quase total publicização do desporto federado no país vizinho, é perigoso quando entram em campo - na estrada ou na pista -, princípios e normas que não podem ser afastadas, tal como o princípio da presunção da inocência. A luta contra a dopagem não pode ser cega e deve respeitar - com os custos que porventura daí advenham - os valores do Estado de direito democrático.

Crónica do Prof. Dr. José Manuel Meirim de 17 do corrente, no «Público», pág. 37.

Por estas e por outras...


Por estas e por outras é que o Râguebi de Sevens foi escolhido como olímpico em detrimento do Karaté...

Ontem, a selecção portuguesa sagrou-se pela oitava vez campeã europeia de Râguebi de Sevens, depois de derrotar a Espanha por 14-10, na final da quarta e última etapa da Grand Prix Series, disputada em Bucareste.

Na competição feminina, Portugal terminou o campeonato no sexto lugar, tendo a vitória pertencido à Inglaterra.

Os jogos disputam-se em estádios e não em pavilhões, os placards publicitários lá estão, a camisola dos jogadores, no peito, apresenta a inscrição «super bock»...
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Parabéns Japão! Parabéns Japonesas!


Nem Alemanha, nem Estados Unidos...

O Japão - o Japão não, as Japonesas! - conquistou o Campeonato do Mundo de Futebol Feminino.

A selecção feminina do Japão é a nova Campeã do Mundo, depois de ter vencido a seleção dos EUA na final por 3-1, após a marcação de grandes penalidades (o resultado cifrava-se em 2-2 mesmo após o prolongamento).

Uma primeira vitória do país do sol nascente. Parabéns a toda a equipa! É salutar não serem sempre as mesmas a ganhar, o que é demonstrativo de grande trabalho, dinâmica e, principalmente, evolução...
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domingo, 17 de julho de 2011

Crenças: o que são?


Muitos dos posts aqui colocados, principalmente os últimos, andam à roda das nossas crenças!

Crenças: o que são?

Daniel Sampaio, no seu último livro (1), recorre ao Dicionário Houaiss para apresentar uma definição: "atitude de quem se persuadiu de algo pelos carateres de verdade que ali encontrou; convicção profunda e sem justificativas racionais em qualquer pessoa ou coisa." E como sabemos, as atitudes estão na base dos comportamentos...

Por seu lado, Maria Luísa Soares (2) afirma: "submetemo-nos às crenças - como seguimos as regras -, sobretudo a essas crenças práticas sobre as quais se funda toda uma forma de vida e de conduta. E aqui dá-se submissão: à regra, ao hábito, à nossa 'imagem do mundo', que não é uma teoria construída por nós, mas que nos é conatural, de certa forma herdada, pertence-nos e possui-nos, dominando-nos inconscientemente."

Talvez se perceba agora um pouco melhor porque é uma crença praticarmos uma arte marcial... ou porque é uma crença o Karaté vir um dia a ser olímpico... ou porque é uma crença acreditarmos na justiça desportiva...


(1) Sampaio, Daniel (2011), "Da família, da escola, e umas quantas coisas mais", Alfragide, Ed. Caminho.
(2) Soares, Maria Luísa Couto (2004), "O que é o conhecimento?", Porto, Campo das Letras.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Mais uma...


Da página da net da FNK-P, com data de 12 do corrente, transcrevemos com a devida vénia:


Exmos. Srs.

O Comité Executivo do COI seleccionou o Karate como uma modalidade que irá disputar um lugar, em 2013, para o seu ingresso no Programa dos Jogos Olímpicos de 2020.

Congratulamo-nos com esta decisão pois traduz o reconhecimento do COI na nossa modalidade.

Com os melhores cumprimentos,

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O Presidente da FNK-P
João Salgado


Mais uma... agora em 2013 para 2020!  Uma modalidade que irá a votos juntamente com outras  - será com o hóquei em patins ou com o golfe?


Continuamos a viver na ilusão, pois ainda não percebemos que o Karaté não enche estádios, não dá audiências nas transmissões televisivas nem atrai patrocinadores... Após estes anos todos recusamo-nos a entender que o dinheiro é que manda...


Continuamos a acreditar (mais uma crença!) e lembramo-nos de S. Tomé: ver para crer! Ou será crer para ver?
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terça-feira, 12 de julho de 2011

Ser e estar - diferenças!


"Onde há fumo há fogo", provérbio mais que conhecido mas perante o qual se quebrou a tradição, pois actualmente já é possível fazer fumo sem fogo (o gelo seco não faz fumo?)!

O jornal «Record», ontem (http://www.record.xl.pt/Modalidades/Atletismo/), sob o título "Juíza iliba Marta Domínguez - atleta livre de suspeitas" noticiava o seguinte:
 
"Marta Domínguez viu, esta segunda-feira, o seu nome limpo na sequência do escândalo "Operação Galgo". A juíza Mercedes Pérez Barrios encerrou o processo que envolvia a atleta espanhola.
A juíza já tinha considerado, em maio, as escutas telefónicas inválidas por não obedecerem aos critérios processuais."

Algumas questões a ponderar:
1º - acusada a atleta, presumiamos a mesma inocente.
2º - a atleta foi considerada inocente e o processo encerrado.
3º - a juíza invalidou as escutas telefónicas por erro processual, o que não quer dizer que Marta Domínguez (e continuamos a presumir a sua inocência) não tenha estado envolvida na rede de doping desmantelada pela "Operação Galgo".
4º - quem a pretendia acusar não recorreu a meios legais processualmente. Mas uma coisa é "ser" considerada inocente, outra coisa é "estar" inocente.
5º - Processo encerrado, Marta Domínguez considerada inocente. Ponto final!

O Direito tem destas coisas... muitas vezes não é a verdade que conta (e há sempre três verdades - a minha, a do outro e a verdadeira!) mas aquilo que se consegue provar ou aquilo em que o juiz ou o júri acredita.

Marta Domínguez foi a atleta que caíu a 200 metros da meta nos 3.000 metros obstáculos dos J. O. de Pequim e que se levantou um ano depois ao ganhar a mesma prova nos mundiais de atletismo de Berlim em 2009.

Acreditamos (e é uma crença!) que Marta Domínguez estava desde o início inocente...

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domingo, 10 de julho de 2011

Crenças...

Durante o último Mundial da África do Sul de Futebol fomos surpreendidos pelo polvo "Paul", que adivinhava os resultados... e havia quem acreditasse nisso!

Ontem fomos surpreendidos pela notícia televisiva de que o dito já tinha sucessora, uma fêmea, também alemã, de nome "Ophira"... que logo vaticinou que no Mundial Feminino de Futebol em curso a Alemanhã, país onde decorre a prova, iria ganhar ao Japão. Até nem seria difícil de prever, pois para além de jogarem em casa as alemãs são bicampeãs mundiais e o futebol feminino no Japão tem pouca expressão.

Mas como a bola é redonda, a Alemanha caíu nos "quartos-de-final" frente à equipa nipónica...

Lá se foi a teoria do (ou da) polvo...

John Stuart Mill afirmou no seu livro «Sobre a Liberdade» (1859) que “as nossas crenças mais justificadas não têm qualquer outra garantia sobre a qual assentar, senão um convite permanente ao mundo inteiro para provar que carecem de fundamento.”  O que é também é válido para aqueles que possuem a crença de que treinam uma «arte marcial»... ou que ainda acreditam na vinda de D. Sebastião!

Já agora, e em relação ao futebol feminino e só por curiosidade, na Noruega há mais mulheres a praticar futebol do que em Portugal nos dois géneros adicionados - e cá as estatísticas dizem 144.106 até 2009!


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Afinal há dinheiro...

Foi publicado no Diário da República, 2.ª série, N.º 128 de 6 de Julho de 2011 o Contrato-Programa entre o IDP e a FNK-P.
 
São 7.000 Euros para a Federação destinados à realização de duas tarefas no quadro do Programa Nacional de Formação de Treinadores (PNFT):
 
1.1 — Elaboração dos referenciais de formação específica para os graus dos cursos de treinadores nas disciplinas da modalidade identificadas quando da atribuição do estatuto de utilidade pública desportiva, ou para os grupos dessas disciplinas que for decidido criar para efeito de aplicação do PNFT;
1.2 — Elaboração dos conteúdos da componente de formação específica para os graus dos cursos de treinadores, nas disciplinas da modalidade identificadas quando da atribuição do estatuto de utilidade pública desportiva, ou para os grupos dessas disciplinas que for decidido criar para efeito de aplicação do PNFT.
 
No seu discurso de tomada de posse como Primeiro Ministro, Passos Coelho disse: "Temos de fazer mais e melhor com menos"!
 
Alexandre Mestre, aquando da tomada de posse dos órgãos da CDP afirmou que "perante os recursos escassos, temos de ser criteriosos na sua atribuição, responsáveis na sua utilização e temos de estar muito atentos na sua fiscalização".
 
As questões que se colocam são as seguintes:

1ª - serão precisos 7.000 Euros para elaborar referenciais de formação específica para os graus dos cursos de treinadores e para elaborar os conteúdos da componente de formação específica para os graus dos mesmos cursos?

2ª - que grupos e de que disciplinas foram criados para efeito de aplicação do PNFT?

 

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Após o sucesso da realização do I Curso - neste ano lectivo que finda - inicia-se uma segunda edição do Curso de Extensão Universitária em Direito do Desporto da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa a 7 de Outubro do corrente ano, sob a Coordenação Científica do Prof. Dr. José Manuel Meirim.

Os interessados em frequentar o mesmo poderão ter acesso a todas as informações em http://www.fd.unl.pt/Downloads.asp?id=4339 .


Afinal o Desporto Escolar ainda mexe...


Segundo o jornal «Record» (http://www.record.xl.pt/) Portugal registou a conquista de onze medalhas no segundo dia dos Jogos da FISEC de 2011, disputado esta quinta-feira no Jamor, em Lisboa.

Teresa Carvalho, do Colégio dos Salesianos de Manique, alcançou a medalha de prata no salto em altura, com 1,55 metros. Por seu turno, Cristiana Campos, do IP Bustos, logrou a medalha de bronze no lançamento do martelo, com uma marca de 26,54 metros.

Carlos Bornes, também do IP Bustos, registou 34,47 no lançamento do martelo e conquistou a medalha de prata, ao passo que Miguel Barrigana, da E. Mestre Domingos Saraiva, fez o terceiro posto no salto em salto em comprimento, com 6,76.

Na natação, Mário Cruz e Rute Marques, da Escola Sec. da Amadora, conquistaram a medalha de prata nas provas de 200 metros livres e 200 metros de bruços, respetivamente.

Por seu turno, Miguel Alves, António Bessa, João Santos conquistaram medalhas de bronze nas provas de 100m mariposa, 100m costas e 400m estilos, respetivamente. Filipe Ferreira, Miguel Alves, Mário Cruz e João Santos conquistaram também o bronze na prova de 4x200 metros livres.

O medalha de bronze no salto em comprimento, Miguel Barrigana, foi meu aluno na Escola e no Dojo. No Karaté chegou a cinto verde e retirou-se (ainda bem!) para se dedicar só ao atletismo. Teve agora o prémio pelo seu empenho...

Parabéns Miguel!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Duas notícias...

 
No seu primeiro discurso público como membro do Governo, Alexandre Mestre salientou ontem que "existe uma nova realidade e, perante os recursos escassos, temos de ser criteriosos na sua atribuição, responsáveis na sua utilização e temos de estar muito atentos na sua fiscalização". Afinal a crise também chega ao desporto...
 
No passado dia 30 de Junho, um acórdão do Supremo Tribunal de Justiça condenou a Companhia de Seguros Fidelidade-Mundial SA a indemnizar a família do falecido jogador do Benfica Miklós Fehér, que faleceu de morte súbita a 25 de Janeiro de 2004 durante o jogo Vitória de Guimarães - Benfica, com base na sustentação de que a morte se tratou de um acidente de trabalho. Os pais do futebolista irão receber cerca de 77 mil euros anuais até ao fim da sua vida. Afinal ainda há justiça em Portugal...

O Karaté nas Estatísticas do Desporto 1996-2009 (IDP)


Segundo o livro «Estatísticas do Desporto 1996-2009», o Karaté apresenta uma evolução em termos de obtenção de medalhas nos últimos anos.

Assim, Portugal obteve 1 medalha em 1999, 1 em 2001, 1 em 2005 e 8 em 2009.

Também de registar os casos de doping positivos: 2 em 2007 e 1 em 2009. 

E se uma ovelha não faz um rebanho, convém recordar que o novo Secretário de Estado do Desporto disse ontem que é importante que "todos saibam veicular através do desporto os princípios e os valores que devem pautar a sociedade".

segunda-feira, 4 de julho de 2011

"Tudo vai mudar no desporto!” – a tradicional crónica de domingo, do Prof. José Manuel Meirim, no jornal «Público».


1. Lido o programa de Governo (área do desporto), pelo prisma jurídico, destacam-se três temas: (a) proceder a uma revisão pontual do ordenamento jurídico-desportivo existente e eventual adopção de novos diplomas após uma maturação da vigência da actual legislação; (b) criação de um Tribunal Arbitral do Desporto; (c) reformular a missão e a composição do Conselho Nacional do Desporto. Avancemos algo sobre estes desígnios.

2. Quanto ao primeiro, ele é um sinal de que não vai haver revolução normativa e que o Governo vai viver bem com a legislação do anterior executivo (PS), como, aliás, sempre sucedeu no passado. O PSD tem tido dificuldade em erigir o seu próprio edifício jurídico do desporto, ao contrário do PS, goste-se ou não do que este constrói. Todavia, o que o programa adianta não “bate bem” com as opiniões do novo secretário de Estado. Tomemos o exemplo do regime jurídico das federações desportivas. Alexandre Mestre sempre afirmou publicamente que tal regime jurídico é “paralisante”. Referiu mesmo a existência de um apartheid Estado/federações desportivas (uma inferioridade das federações perante o Estado): ingerência do Estado e paralisação das federações. Um diploma carregado de incompreensões, ilegalidades e inconstitucionalidades. Castrador. Tudo isto afirmou o secretário de Estado quando o não era. E agora, como vai ser?

3. Propõe o Governo criar um Tribunal Arbitral do Desporto. Até aqui tudo bem. Só que há duas perspectivas diferentes em cima da mesa e, numa delas, é parte interessada o próprio secretário de Estado. Até terça-feira de manhã, ele era membro da 2.ª Comissão Instaladora de um Centro de Arbitragem Desportiva, promovido pelo Comité Olímpico de Portugal (COP), em clara resposta de retaliação ao trabalho da Comissão sobre a Justiça Desportiva, nomeada pelo Governo para encontrar soluções no domínio da resolução dos conflitos desportivos. Aliás, o novo secretário de Estado tomou posse como membro dessa Comissão, mas já não compareceu à segunda reunião, passando a integrar, perdoe-se a expressão, as fileiras do Tribunal idealizado pelo COP. Esta Comissão, como é do conhecimento público, entregou em Maio um projecto de diploma contrário aos desígnios do COP e por este criticado. Então, que Tribunal Arbitral do Desporto vamos ter? O defendido pelo secretário de Estado até ao momento da sua tomada de posse, ou outro? 
 
4. Por fim, o Conselho Nacional do Desporto (CND). O CND é um monstro paralisado. É evidente a necessidade da sua reformulação. Nestas páginas, por mais de uma vez, criticámos a sua composição e funcionamento (ou omissão). Não tenho, contudo, muitas esperanças na optimização do labor deste órgão consultivo. Há dezenas de anos que se cria, reformula e nada de efectivamente bom daí vem.
 
5. Tínhamos, em suma, uma Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto e passamos a ter uma Secretaria de Estado do Desporto e Juventude. Tanto basta para termos a certeza absoluta de que tudo vai mudar no desporto.