Há hoje um título no «Expresso» que é elucidativo: "Londres 2012: Comité Olímpico não exige medalhas" (http://aeiou.expresso.pt/).
Transcrição de parte da notícia e algumas observações:
Vicente Moura lamenta o "divórcio" dos desportos coletivos com os Jogos Olímpicos e realça diferenças de vontade nas modalidades. O Karaté é uma modalidade individual e também não vai aos Jogos porque... não pertence ao programa! Porque não é rentável comercialmente...
"Há aqui duas circunstâncias: uns não querem, outros não podem. O futebol não quer, não estou a dizer que o futebol não se tenha qualificado propositadamente, mas sabemos que a FPF vê a participação olímpica como uma participação menor", lamentou. O futebol não se qualificou propositadamente? Serão masoquistas ou não tiveram pés, pernas e cabeça para isso?
Depois do fracasso em Pequim 2008 quanto às metas traçadas para a conquista de quatro a cinco medalhas - o que chegou a estar escrito e contratualizado com o Instituto do Desporto de Portugal - Vicente Moura diz que já não comete o mesmo erro. Pudera... Como disse na semana passada, «os políticos acham que se arranjarem um culpado fora da política é fantástico».
"Desta vez isso não acontece: o programa que assumi com o governo não prevê lugares de pódio, prevê boa representação, condigna, etc... mais atletas, talvez mais modalidades, mas não mais do que isso", justificou o presidente do COP. Será que prevê resultados iguais aos dos J. O. de Barcelona? É que se é essa a previsão, então terá de se justificar sobre as verbas que foram gastas nisto tudo (a missão a Londres 2012 tem um apoio do Estado na ordem dos 14,6 milhões de euros!).
Um discurso prudente, ou defensivo? Um discurso a contar com a imprevisibilidade dos resultados ou a não acreditar no triplo-salto, no judo e na canoagem?
Regressando ao título, que é da responsabilidade da Lusa, se não se exigem medalhas então a comitiva portuguesa (70 a 80 atletas) tem um belo programa turístico a cumprir... e poder distrair-se e divertir-se à grande e à francesa (perdão, à inglesa!).
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