segunda-feira, 25 de julho de 2011

Florence Braunstein



O ano passado propus como leitura de férias o livro de Florence Braunstein, em “Les Arts Martiaux Aujourd’hui” – États dês lieux” (L’Harmattan, 2001).

Esta obra ronda três questões:

A primeira trata-se de perguntar o que fizemos das artes marciais. Esta pergunta diz respeito ao modo como passámos do bujutsu, “técnicas de combate", ao budo, "voz do combate" tornando-se uma filosofia de vida. Ao impor os nossos rituais, os nossos ritmos, as nossas limitações corporais e físicas, nós complexificamos ainda mais estes, conduzindo-os à sua estetização. Uma outra consequência é também a sua desportivização excessiva, para além de removê-los ainda mais de sua missão original de técnicas de sobrevivência.

O que as artes marciais fizeram de nós permite enfatizar as consequências de uma verdadeira ideologia da corporalidade e aquelas, num mundo em vias de dês-simbolisação, dum indivíduo banalizado do qual a sociedade não precisa mais, que são a reconstrução de uma identidade valorisante e estabilizante, graças às mesmas.

O que podemos fazer em conjunto leva-nos a questionar as artes marciais como uma possível nova New Age, as técnicas segundo a noção de eficácia de acordo com o conceito ocidental de eficiência e não mais asiático, alterando profundamente o próprio significado da estratégia.


 
Um livro a reler...
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1 comentário:

  1. Caro Armando !
    Obrigado pela partilha. Onde podemos encontrá-lo ?

    abraço,
    Luís Sérgio

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