sábado, 23 de julho de 2011

Kikazaru, Mizaru e Iwazaru, os três macacos sábios!


Em Março, no final do Estágio com o Sensei Onaga, tivémos a oportunidade de lhe oferecer uma estatueta em madeira, artesanato português, com o macaco que não ouve, o macaco que não vê e o macaco que não fala. Muitos se interrogaram sobre o significado da mesma...


Mas qual a origem desses três macacos e qual o motivo para o desuso dos principais órgãos dos sentidos?

Na cidade japonesa de Nikko, ergue-se o santuário Toshogu, construído para abrigar o túmulo do mais famoso Shogun do Japão, no século XVII, com esculturas do artista nipónico Hidari Jiongoro.


Ieyasu Tokugawa (1543-1616) foi o primeiro líder militar a conseguir dominar todo o país, estabelecendo uma paz duradoura e um método de governação que se estenderia por mais de 250 anos. Ao cimo da escadaria o portal Yomeimon, onde existem mais de 500 esculturas, representando divindades, seres espirituais, cenas de lendas e histórias mitológicas. No seu interior o santuário e o túmulo de Tokugawa.

É aqui  que aparecem pela primeira vez esculpidos os três macacos sábios, ornamentando a porta do estábulo sagrado.


As sua origem é baseada numa espécie de um provérbio com um trocadilho fonético japonês: Não ouça o mal! Não veja o mal! Não fale o mal! Os seus nomes são Mizaru (o que cobre os olhos), Kikazaru (o que tapa os ouvidos) e Iwazaru (o que tapa a boca), o que é traduzido como não ouça o mal, não fale o mal e não veja o mal. A palavra saru, em japonês, significa macaco e tem o mesmo som da terminação verbal zaru, que está ligada à negação. Miru é sinónimo de olhar, Kiku de ouvir e Iu de falar. Pretende assim esta escultura ser uma forma de lembrar que se os homens não olhassem, não vissem e não falassem o mal alheio, teriam comunidades pacíficas, harmoniosas e mais civilizadas.
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1 comentário:

  1. Muito interessante !
    Uma prenda com muito simbolismo. Já tinha ouvido falar nos três macacos, mas não conhecia a origem desta "história". Está bem visto. E se alguém conseguir oferecer uma estatueta destas às criminosas agências de rating e à troica pode salvar-nos . Quem sabe !
    grande abraço,
    Luís Sérgio

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