quinta-feira, 29 de março de 2012

O que é necessário para se chegar à execução desta primeira Gekisai (撃砕) aos 7 anos?


A primeira resposta que nos ocorre claro que é a de que só a transmissão do gesto técnico não chega... há que saber e conhecer o que é uma Kata (型)... e para isso há que utilizar métodos pedagógicos que permitam à criança compreeender isso.

A segunda resposta que nos vem à ideia é que a criança precisa ser assídua aos treinos, estar com atenção e concentração, aplicar-se, ser paciente e não desistir perante as adversidades.

E surge-nos logo outra resposta: a par da técnica, do modelo da tarefa fechada, há que explorar capacidades condicionantes e coordenativas de uma forma lúdica. Imprescindível nestas idades trabalhar o domínio do corpo, o domínio do objeto (objetos físicos que se manuseiam mas também objetos que reajem, tal como o parceiro ou o adversário), trabalhar o domínio da exploração espácio-temporal e principalmente os domínios da psicomotricidade e da sociomotricidade.


Classes com poucos alunos, o mais homogéneas dentro das possibilidades, e qualidade em detrimento da quantidade também são bons parâmetros para o sucesso...

アルマンド  イノセンテス

5 comentários:

  1. Claro que ver uma criança com 7 anos fazer esta kata é uma maravilha. Poderá ter talvez dois anos de treino... não sei. Uma ou outra gralhazita são perfeitamente desculpáveis e aceitáveis (o yame não deveria ser tão subido nem parar tanto).

    Mas se isto não é Arte por não estar perto da perfeição, então o que é Arte?

    E claro que não é preciso ser nenhum Ashieri para levar alguém a este ponto. Como é explorado no post, há outros métodos de desenvolvimento motor geral que aplicados ao karaté dão os mesmos resultados.

    Parabéns!
    JA Neves

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  2. Bravo!!! Fantástico!!! Parabéns à pequenita e ao seu Sensei!

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  3. Não sendo uma kata do meu estilo não posso comentar a parte técnica da execução da mesma. Mas é perceptível a atenção e a coordenação da pequena ao executar a tarefa. Também acho positiva a atitude da turma, que está atenta e interessada no trabalho, parecendo-me o ambiente comum descontraído mas atento (penso que aqui entram os domínios da sociomotricidade, sociabilidade e cultura, certo?). Não sei se estou correcta, mas a pequena em questão é a mesma nas sucessivas fases da sua progressão de branco a laranja (a miuda de rabo-de-cavalo na foto à esquerda, com o arco azul. Quanto ao Ashieri, existem aqui, como o professor Armando Inocentes, já mencionou noutros posts, elementos de apoio ao desenvolvimento da motricidade (os arcos, as cordas) que também são usados extensivamente pela "escola" Pierluigi Ashieri. O problema, a existir, não será o P. Ashieri, mas a "Ashierização" de tudo no karaté. E como em tudo na vida, penso que é bom conhecer e procurar abordagens pedagógicas vindas de diferentes quadrantes - seja o trabalho dos professores portugueses, a escola Francesa, a Italiana, ou mesmo a utilização de jogos tradicionais portugueses, como elemento lúdico e de socialização, no trabalho com crianças no karaté.

    M. Camarão

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  4. Caro Armando!
    Antes de mais parabéns à karateca e ao mestre.
    Como sabes nada sei da técnica do Goju, mas a atleta parece-me que domina técnica e ritmo. Parece-me que tens razão no que dizes. O maior problema nestas idades é manter o prazer e o motivação para o treino, nisto a M. Camarão tem razão, devemos conhecer e utilizar abordagens pedagógicas dos diferentes quadrantes, adaptando-as ao "clima e técnica da arte". Mas sobre isto não tenho muito mais a dizer, senão corro o risco de "ensinar o padre nosso ao cura".
    Abraço,
    Luís Sérgio

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  5. Oss Sensei:

    É de grande valia para o futuro da Arte, que desde jovem haja crianças tão motivadas e bem direcionadas como os que neste post foram apresentadas.
    Quanto mais jovem uma pessoa se inicia na Arte, mais cedo esta assimila não só a parte técnica e estética. Mas os aspectos internos que a Arte oferece são interiorizadas.
    É mais difícil interiorizar uma Arte, quando muitas vezes a pessoa já possui vícios de uma personalidade já formada. Também vícios trazidos de outros estilos.
    O trabalho com pequenos é bastante gratificante e motivador. Também é uma grande responsabilidade de quem está direcionando estes pequenos praticantes. É como cuidar de uma árvore, para que no futuro esta dê bons frutos.

    Um grande abraço!

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